sábado, 23 de agosto de 2014

“Iniciamos a Terceira Guerra Mundial”, disse o Papa Francisco




O Papa Francisco acaba de fazer sua primeira viagem à Ásia. Foi o primeiro Pontífice a sobrevoar o território chinês com explícita autorização daquele regime comunista com quem o Vaticano não tem relações diplomáticas.



A viagem à Coréia do Sul foi um sucesso!  Discursos oficiais e homilias em inglês, (diga-se muito melhor que o português que ele ensaiou no Brasil), visitas aos lugares do martírio dos santos coreanos que foram crucificados e mortos pela fé (o Papa rezou diante de uma “coroa de espinhos” feita de arame farpado que foi instrumento de tortura dos mártires), visita aos excluídos da sociedade coreana, ou seja, pessoas com diferentes tipos de problemas mentais e físicos e que são muito discriminados naquela região, missa para um milhão de pessoas, a maioria jovens que participavam da Jornada da Juventude Asiática, encontros com grupos inter-religiosos e os costumeiros com bispos, religiosos e autoridades.



Na ida e na volta, é também tradição que o Papa dê entrevista coletiva aos jornalistas que o acompanham no mesmo voo. As perguntas são as mais variadas possíveis e o Papa não costuma fugir das respostas. Interessante é que na viagem de volta o Papa  tocou em assuntos muito delicados como a “guerra justa” em caso de genocídio como ocorre no momento com as minorias no Iraque e Síria, dizendo que é justo deter o inimigo, não com o uso da violência, mas é justo e imperativo proteger a vida dos indefesos.


Para mostrar com clareza a posição de um Chefe de Estado que conhece os bastidores dos atuais conflitos mundiais, disse ainda que iniciamos a Terceira Guerra Mundial, só que em pedaços”. Essa frase é uma “bomba”, na linguagem jornalística! Interessante que isso não causou tanto estardalhaço quando a  sua resposta a um jornalista francês que perguntava sobre como  Francisco administrava a sua popularidade estrondosa, ao que ele respondeu: “Mas, não sei como dizer…Eu a vivo [a popularidade] agradecendo ao Senhor por seu povo estar feliz: isso faço mesmo, não? E desejando ao povo de Deus o melhor. A vivo [a popularidade] como generosidade do povo, isso é verdade. Interiormente, procuro pensar em meus pecados e nos meus erros para não acreditar nisso. É porque sei que isso [a popularidade!] durará pouco tempo: dois ou três anos, e depois… à Casa do Pai. E depois, não é sadio dizer isso, mas a vivo [a popularidade] como presença do Senhor no seu povo que usa os bispos e pastores do povo, para manifestar tantas coisas. A vivo [a popularidade] naturalmente como antes. Antes me assustava um pouco, mas faço estas coisas, não é mesmo? Me vem em mente: não se engane, não dê vazão a esse povo e a essas coisas. Um pouco assim.”



Bastou que algum imbecil tirasse do contexto a frase sobre  como a fama é efêmera e vimos hoje manchetes como: “ Papa disse que viverá apenas 3 anos!” Que em grandes veículos como Globo, Uol e algumas agências de notícias não se saiba mais escrever é óbvio e ululante, mas que agora também não saibam ler é tão grave quanto uma guerra mundial. E que não vença essa a burrice sensacionalista e mau agourenta!



Artigo escrito por Fr. Francisco Lopes, OFMCap , especialmente para o ANCORADOURO.

Disponível em: O povo Online

Nenhum comentário:

Postar um comentário