sábado, 30 de novembro de 2013

Francisco pode canonizar Pio XII, o Papa que salvou 800 mil judeus


Apesar das inúmeras acusações de antissemitismo supostamente praticado, durante a Segunda Guerra Mundial, por Eugenio Pacelli – mais conhecido como Pio XII – o papa Bento XVI resolveu, no dia 19 de dezembro de 2009, aprovar o decreto das virtudes heroicas do Papa Pacelli. Este documento demonstra que Pio XII viveu as virtudes teologais da fé, esperança e caridade, em grau heroico.

A decisão foi corajosa para um alemão. A atitude tomada na época pelo predecessor de Francisco, conhecido como “amigo dos judeus”, foi fruto do amadurecimento de uma série de investigações iniciadas há anos, mas intensificadas após o Sínodo de 2008, realizado no Vaticano. Neste, o rabino de Haifa pediu a abertura dos arquivos do Vaticano que remontavam à época da Segunda Guerra. Eram cerca de dois milhões de documentos e 16 milhões de cartas vinculadas à fase da Shoah (holocausto). Com isso, Bento XVI formou um comitê de estudo do caso, composto por quatro padres jesuítas, provenientes dos Estados Unidos, Alemanha, Itália e França.

Papa Francisco pode canonizar Pio XII


Após os primeiros passos dados por Bento XVI no caso “Pio XII”, chegou a vez de Francisco. No dia 25 de julho deste ano uma fonte autorizada da Congregação para as Causas dos Santos, que pediu anonimato, afirmou a ACI Prensa que, “assim como o Papa Francisco decidiu a canonização de João XXIII, também está considerando fazer o mesmo com Pio XII”.


Segundo o procedimento regular, seria necessário um milagre para a suabeatificação. Mas Francisco poderia aprovar a canonização sem os milagres, ou ao menos sem a comprovação destes, como fez com João XXIII. Neste caso, segundo a fonte de ACI Prensa, poderia “inclusive canonizá-lo (Pio XII) com a fórmula de scientia certa (certeza de conhecimento) e, portanto, passando inclusive por cima da beatificação”.


O Papa que salvou 800 mil judeus


A razão principal apontada pelo Papa Francisco é a de que Pio XII salvou a vida de 800 mil judeus. Ao contrário do que a grande massa midiática e a opinião popular expressam, dizendo que o Santo Padre se omitiu diante do grande holocausto causado pela perseguição nazista.


Apesar da crítica de alguns setores do judaísmo, em julho de 2012, o fundador da Pave the Way Foundation, Gary Krupp, um judeu proeminente e defensor do Papa Pio XII, afirmou que “a lenda negra contra o Papa Pio XII tem sido branqueada pela luz absoluta da verdade”.


O líder judeu realizou algumas modificações na exposição sobre Pio XII realizada no museu do holocausto Yad Vashem, em Israel, a fim de mostrar uma visão mais equilibrada e verdadeira do Papa frente ao nazismo e aos judeus. Em julho de 2012, ele afirmou era preciso “mostrar ao mundo que esta é verdadeiramente uma instituição que se baseia nos fatos e na verdade”.

De perseguidor a herói


Gary Krupp, recordando o sobrenome de batismo do Papa, Pacelli, afirmou: “foi verdadeiramente um grande herói para o povo judeu durante nossos anos mais escuros da Shoah”.



No ano de 2005, o rabino chefe de Roma, Ricardo di Segni, afirmou: “a beatificação de Pio XII é objetivamente um obstáculo ao diálogo com a Igreja muito maior que a beatificação de Dehon”. Talvez o Papa Pacelli não seja mais um obstáculo tão objetivo. E, daqui a algum tempo, talvez Dehon também não seja.
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Fonte: Aleteia

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