domingo, 20 de outubro de 2013

Orei pelos ladrões


Vi o rapaz que me roubou. Tinha cerca de 25 anos. Era o único que estava perto. Uma distração de menos de um minuto o tornou um pouco mais rico e eu um pouco mais pobre. O dinheiro era para comprar uma peça de computador. Levou tudo: dinheiro e documentos. Corri atrás e ele sumiu no meio da multidão do shopping. O outro ladrão enfiou seus enormes pés na porta do quarto onde me hospedei no seminário, quebrou tudo e levou o que sobrara. Tudo em cinco dias… Foi descoberto, mas jurou que nada roubara.

Eram jovens! Orei por eles para que sejam felizes, porque quem rouba dinheiro e documento dos outros não se importa com os problemas que causará. Vagabundo por profissão ele quer o dinheiro imediato. É preciso ser muito egoísta para mergulhar no mundo do roubo e do desvio de verbas. Ladrões pequenos ou de porte gigantesco são egoístas a um grau praticamente irrecuperável. Todos os dias causam problemas a milhares de pessoas. No Brasil, já se disse, 90% nascem para ser roubados e 10% nascem para roubar. Muitos deles moram em apartamentos de cobertura e têm casas monumentais.


O triste é que milhares de brasileiros acham que a esperteza compensa. Dão sempre um jeito de meter os pés numa porta de hotel ou de escola, meter a mão no dinheiro do povo e desviar milhões ou bilhões dos cofres do país para famílias, partidos ou agrupamentos associados para delinqüir. E não se arrependem. Descobertos, negam e vão para a cadeia, mas não dizem onde está o dinheiro roubado.

Orar pelos ladrões, porém, não é o mesmo que aplaudi-los ou deixar passar. O sincero desejo é o de que se convertam e devolvam. Talvez um em mil o faça. Os demais simplesmente não devolvem. Talvez seja doença. Talvez seja podridão de alma.

Por causa deles há milionárias indústrias de proteção da pessoa, de fábricas, domicílios, máquinas e produtos de valor. São milhares os artefatos para impedir que nos roubem. Assim mesmo eles conseguem desviar, roubar e apossar-se do que não lhes pertence. Estão sempre á frente do cidadão honesto. Inteligentemente desonestos, eles sabem quando, como e de quem roubar. Nós nunca sabemos quem, quando e como nos roubarão.


O mundo inteiro sofre com esta praga humana, mas o país Brasil tem sido um dos mais atingidos por esse tipo de desvio mental e moral. E aí, oramos por eles para que parem de roubar ou pelos policiais e juízes para que os prendam? Onde? Com que dinheiro? É que, para o governo, um ladrão costuma custar cinco a dez vezes mais caro do que um cidadão honesto! Faça as contas você mesmo!…



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