sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Não estais na carne, mas no espírito (Rom 8,9).



O Apóstolo nos adverte de que como cristãos não nos podemos sujeitar aos poderes do mal. Porque o resultado seria a morte espiritual. A moral cristã se mantém distante do otimismo de Rousseau que, contra a mais simples das observações afirma que todos os humanos são bons, até que a sociedade os corrompa. A ética do cristianismo é a ética dos “pés no chão”. Somos capazes de grandes heroísmos, de dedicação, de altruísmos. Mas ao mesmo tempo afundamos em vergonhosas injustiças, em crueldades indignas da raça humana. Para superar as más tendências fazemos uso dos recursos da educação. Esta permite burilar a pérola preciosa, através do conhecimento de bons hábitos, de ideais. O ambiente familiar, e um bom ambiente escolar levantam o ser humano para planos mais civilizados. Foi por crer no potencial motivador da educação que desde cedo a Igreja se interessou pela Escola e pela Universidade. Hoje ela o faz menos, porque a maioria dos Estados modernos sente prazer em dificultar seu trabalho, colocando-a em arrocho financeiro.


Mas o segundo recurso, usado pela Igreja, não goza da simpatia da opinião pública. Trata-se do auxílio da graça divina. É que cremos que a graça divina pode sublimar nossas tendências. Essa é a verdadeira transformação, porque muda o ser humano por dentro. Olhamos para o paradigma de todo o bem, que é a pessoa de Cristo. “Se alguém está em Cristo, é nova criatura” ( 2 Cor,5, 18).  Todos podem olhar. Jamais vamos encontrar dentre o povo católico, que confessa os seus pecados, lê a Sagrada Escritura, que comunga com fé, alguém que sequestra crianças, que põe fogo em residências ou pratica atos de perversidade. Os benefícios trazidos pelo auxílio divino são tão manifestos, para o futuro da humanidade, que negá-los, quase chega a ser um pecado contra o Espírito Santo.

Dom Aloísio Roque Oppermann 
Arcebispo Emérito de Uberaba (MG)

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