terça-feira, 18 de outubro de 2011

A Piedade Mariana nas Devoções e Práticas (Parte I)


Apesar das condições dos tempos que já não são as mesmas, para a maior parte dos homens permanecem invariáveis aqueles momentos característicos do dia - manhã, meio-dia, tarde e noite – que assinalam os tempos de sua atividade e constituem um convite a uma pausa para a oração.

Maria, através do “sim” à mensagem do anjo[1], lançou a ponte que permitiu a Deus entrar na história do homem, enquanto o Logos se tornou um membro na cadeia das gerações humanas. O “sim” de Maria foi um “sim” que abraçou toda a sua vida. Um “sim” que ela traduziu, na prática, com profundo espírito de fé e obediência: o vínculo da mãe com o Filho na obra Redentora de Cristo continuou imutável mesmo na morte de cruz. Na sua qualidade de crente que teve que superar as provações mais duras, ela está completamente ao lado dos homens, do nosso lado.

No “Angelus Domini” confessamos que Maria é a nossa mais próxima, e ao mesmo tempo, mais exemplar companheira no caminho da fé. O orante medita sobre esta fé quando, no meio das ocupações do dia, pára por um breve momento a fim de orar.

O ritmo natural do dia oferece-lhe o quadro exterior para santificar as próprias ações e aspirações no início (laudes), no seu meio (hora média) e no seu fim (vésperas), relacionando-as com os mistérios da salvação. Recordando a contribuição dada por Maria à história da redenção, ele se sente chamado a crer de maneira viva e vigorosa, com uma fé que repete o “sim” da Virgem para a obra salvífica de Cristo e cujos frutos espera gozar. Quem reza o “Ângelus Domini” sabe que a Mãe de Deus o protege.

A oração do anjo permanece, pois, uma prática devocional que exprime os dados constitutivos e fundamentais da fé cristã, válidos para todos os tempos em genuína conformidade com a Bíblia e de maneira compreensível para os homens de todas as épocas, porque faz de forma simples. Ela se oferece ao homem moderno, dilacerados por imposições interiores e exteriores, e gravemente ameaçado na sua humanidade como meio de recolhimento e de reflexão sobre a única coisa necessária.

Ainda hoje, a oração do “Ângelus Domini” nada perdeu de sua atualidade, nem tem necessidade de reformas, mas somente de ser reavivada na prática dos fiéis.


O Anjo do Senhor (ÂNGELUS)   

O anjo do Senhor anunciou a Maria.
E ela concebeu por obra do Espírito Santo. Ave Maria...
Eis a serva do Senhor.
Faça-se em mim segundo a vossa Palavra. Ave Maria...
E o Verbo se fez carne.
E habita entre nós. Ave Maria...
Rogai por nós Santa Mãe de Deus.
Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.


Derramai, ó Deus, vossa graça em nossos corações, para que, reconhecendo pela mensagem do anjo a encarnação do vosso Filho, cheguemos por sua paixão e crua à glória da Ressurreição. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho na unidade do Espírito Santo. Amém.

[1] cf. Lc 1,38
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Fonte: O Culto a Maria Hoje, Paulinas.

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