quinta-feira, 23 de junho de 2011

Justiça condena os jovens que mataram o Seminarista Mario Dayvit


Tennyson de Jesus Madeira, o Maninho, e Adeildo Serra Melo, o Dedé Cabeludo, foram condenados, respectivamente, a 24 anos e a 26 anos de reclusão em regime fechado pelo assassinato do seminarista Mário Dayvid Pinheiro Reis, de 31 anos. Ele foi morto com tiros no peito, na noite do dia 4 de julho do ano passado quando saía de casa, na Rua de São Pantaleão, ao lado de sua avó materna, Cleide de Jesus Pinheiro, de 72 anos.

A prisão foi decretada pela juíza da 1ª Vara Criminal de São Luís, Florita Castelo Branco Campos Pinho. Os dois foram condenados pelo crime de latrocínio (roubo seguido de morte) sem possibilidade de resistência da vítima.

Na sentença, a juíza afirmou, nos dois casos, que ambos agiram “com atitude consciente e premeditada”, isto porque ambos percorriam as ruas do Centro “à procura de uma vítima”. A sentença aponta que Adeilson foi o autor do tiro que matou o seminarista. Tennyson foi condenado por ter participação direta no crime.

A juíza também afirmou que tanto Tennyson quanto Adeildo tinham “sua personalidade voltada para o crime” e que “o motivo do delito se constituiu pelo desejo de obtenção de lucro fácil, o qual já é punido pela própria objetividade jurídica dos crimes contra o patrimônio. Sobre o autor do disparo, a juíza declarou que “o acusado agiu com atitude consciente e premeditada, uma vez que percorria as ruas do bairro à procura de uma vítima”.
O pai da vítima, Mário de Jesus Ribeiro dos Reis, afirmou que “a pena foi razoável”, visto a crueldade como que o seminarista foi executado. “Até uma pena de morte seria insuficiente, pela forma covarde como esses assassinos tiraram a vida do meu filho. Não era só um filho, mas um jovem seminarista idealizador e sonhador que estava prestes a se ordenar um padre. Um sonho que foi brutamente impedido”, disse Reis.

O seminarista Mário Dayvid trabalhava na pastoral da comunicação e estava cursando o quarto ano de Teologia. Este ano, seria ordenado diácono e depois padre, e pretendia se especializar em estudo da Bíblia em Paris.

O crime revoltou São Luís e a comunidade católica em geral. A Comissão Arquidiocesana Justiça e Paz de São Luís divulgou nota dias após o assassinato afirmando que ele foi “mais uma vítima das que morrem, todos os dias, pela violência que grassa na cidade de São Luís. Diante dessa triste e brutal realidade, buscaremos conhecer, junto às autoridades competentes, projetos que deem lugar à paz, em nossa cidade”. Maninho e Dédé foram presos dois dias após a ocorrência do crime.

Entenda o caso

O seminarista Mário Dayvid Pinheiro Reis havia acabado de sair de casa, por volta das 20h30 do dia 4 de julho, acompanhado da avó, quando foi abordado por Maninho e Dedé Cabeludo. Eles anunciaram a ação e tomaram de assalto o veículo Corsa Hatch, placas NHJ-7615. Após ter o veículo roubado, mesmo sem reagir, o seminarista foi baleado no peito. Chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no Hospital Português.

A polícia conseguiu chegar até os suspeitos após ouvir outra testemunha, além da avó da vítima, que também presenciou o crime. Adeildo Melo, na época, teria confessado que matou o seminarista porque ele reagiu ao assalto, mas a outra testemunha, que não teve a identidade revelada, relatou que o seminarista não reagiu e foi assassinado por influência de Tennyson Madeira, que teria falado para o companheiro “atirar logo”.

A polícia conseguiu recuperar o veículo roubado na casa da mãe de Adeildo, na Estrada da Mata, no Maiobão. No veículo, ainda havia marcas de sangue. No local, a polícia também apreendeu a arma que teria sido usada no crime, com sete balas intactas.

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