domingo, 26 de junho de 2011

Jubileu de Prata da Paróquia da Cohab


Caros Presbíteros e Diáconos, Religiosas e Religiosos, Confrades da Província Capuchinha Nossa Senhora do Carmo, pessoas convidadas, membros desta paróquia, querido povo de Deus: a todos vocês, minha fraterna e cordial saudação franciscana de Paz e Bem!

Uma especial saudação a Frei Luís Carlos Morais, pároco da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro; a Frei Hugo César Sousa Oliveira, Guardião e Vigário Paroquial; a Frei José Ronaldo Gomes de Melo; a Frei Claudio Márcio Rodrigues Maciel, ambos vigários paroquiais.

Na solene liturgia que hoje estamos celebrando nesta igreja matriz ecoam as palavras do Salmo 50: “Oferece a Deus o sacrifício de louvor e cumpre tuas promessas ao Altíssimo. Invoca-me no dia da angústia, e eu te livrarei e tu me honrarás”. É neste espírito de louvor e de ação de graças que todos nós queremos celebrar o jubileu de prata da criação da paróquia.

Após ter revisitado as numerosas anotações feitas sobre a história da paróquia, gostaria de reviver com vocês neste momento aquele memorável dia 16 de março de 1986, quando, às 16 horas, uma procissão encabeçada por Frei Defendente Rivadossi sai da Igreja Nossa Senhora da Conceição do Anil e percorre algumas ruas da paróquia; o frei carrega nos ombros uma cruz e ao chegar à Rua do Fio a entrega a Frei Gentil, o qual continua a caminhada em direção à igreja da Cohab e lá é concelebrada a missa solene. Durante a celebração são lidos os decretos de D. Paulo Pontes, Arcebispo de São Luís, em virtude dos quais nasce a nova paróquia da Cohab com o título de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e Frei Gentil Gianellini é nomeado seu primeiro pároco.


“A lembrança dos nossos antepassados é como o mel em nossa boca”, diz a Escritura. Hoje queremos, portanto, prestar especial homenagem aos párocos que com fé e dedicação conduziram, animaram e promoveram o crescimento espiritual e material da paróquia ao longo destes 25 anos: Frei Gentil Gianellini, de 1986 ao começo de 1995; Frei Inocêncio Pacchioni, de 1995 a 2005; Frei Luís Giudici, de 2006 a 2008; e Frei Luís Carlos Morais, o atual pároco, que iniciou seu pastoreio em 2009.

Não podemos, porém, nos esquecer dos coirmãos anteriores a eles e que da mesma maneira marcaram a vida da comunidade:

Frei Hermenegildo, que em 1969 começou a erguer uma pequena barraca para celebrar a Eucaristia neste novo bairro da grande São Luís, chamado Cohab. Em 1970 foram lançados os alicerces da futura igreja e foi ele que escolheu Nossa Senhora do Perpétuo Socorro padroeira da nascente comunidade.

Frei Liberato Giudici, que iniciou seu longo tempo de permanência e de trabalho em 1974. Além do ministério pastoral deste irmão, a comunidade pôde contar com a colaboração das Irmãs Missionárias Capuchinhas do Anil. Entre elas lembramos Irmã Heráclea, responsável pelas crianças das cruzadas, e Irmã Crisolda, responsável pelo Movimento Eucarístico Jovem. Nossa homenagem vai também ao Clube das Mães, que naquele período teve um papel de destaque na história da comunidade através dos diferenciados cursos que eram oferecidos, tais como o de datilografia (206 alunos), de corte e costura (101), de artesanato, de arte culinária, de pintura e de numerosas outras iniciativas. Tudo isso sob a coordenação de Irmã Heráclea.

Frei Ulderico Chigioni, que chegou a esta comunidade para dar a sua contribuição em 1981 e permaneceu até 1983. Ele organizou o conselho comunitário e deu os primeiros passos na organização pastoral.

Nossa homenagem vai também aos irmãos que estiveram aqui por tempo mais breve: Frei Dionísio Guerra, Frei João de Deus Garagiola, Frei Luís Giudici, que veio para iniciar a construção do convento, Frei Serafim e Frei Pedro Jorge. Todos eles também contribuíram na edificação da comunidade.

A Paróquia foi criada em 1986. Foi construído um convento e a partir disso foi constituída uma fraternidade idônea para acolher os pós-noviços que estudavam filosofia no Centro de Estudos da Arquidiocese. Durante todos estes anos foram realmente muitos os frades que por aqui passaram oferecendo seu testemunho e serviço pastoral. Pesquisando nos livros do arquivo pude observar que desde 1968 até hoje foram 37 os frades que exerceram seu ministério apostólico nas comunidades e deram sua participação na vida fraterna e no processo de formação dos pós-noviços. A todos eles vai a nossa homenagem e gratidão. E gostaria de lembrar também as várias comunidades religiosas femininas que colaboraram de várias maneiras nas atividades pastorais e formativas.

A Paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, juntamente com todos os fiéis que dela fazem parte, está hoje a bom título e bom direito em festa. Temos motivos para juntamente com Nossa Senhora cantarmos: “O Senhor fez por nós grandes coisas, o seu nome é Santo!” (Lc 1,49). Estou certo que Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, padroeira da comunidade paroquial, sente-se feliz porque esta casa de oração, iniciada como pequena barraca em 1969 por Frei Hermenegildo, auxiliado por um grupo de fiéis sonhadores que tinham grande devoção a Nossa Senhora, foi passando por várias fases de transformação em sua estrutura externa e interna, e hoje se tornou uma igreja ainda mais bela, adornada e climatizada.

A Igreja Matriz é o símbolo da fé do povo e representa a nossa “igreja interior”, ou seja, o nosso coração, onde Deus faz sua morada, como é dito no segundo livro de Samuel. Quando Davi quer construir uma casa, um templo, para Deus, Deus rejeita seu projeto e anuncia: “Quando chegar o fim dos teus dias e repousares com teus pais, então suscitarei um descendente... Ele construirá uma casa para o meu nome, e eu firmarei para sempre o seu trono real. Eu serei para ele um pai e ele será para mim um filho”. Portanto, meus irmãos e minhas irmãs, o verdadeiro templo de Deus é o nosso coração, onde Deus quer estabelecer uma relação de amor conosco, seus filhos e filhas.

O apóstolo São Paulo, escrevendo à comunidade dos Efésios lembra-lhes: “É por Ele, Cristo Jesus, que todos nós, judeus e pagãos, temos acesso ao Pai, num só Espírito. Portanto, já não somos estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e moradores da casa de Deus, edificados sobre o alicerce dos apóstolos e dos profetas, tendo como pedra angular o próprio Cristo Jesus. Nele, a construção toda, vai crescendo e formando um templo santo no Senhor. Logo em Jesus Cristo somos edificados para sermos a morada de Deus, no Espírito”.

O Evangelho de São João nos mostra Jesus, às vésperas de sua paixão, expulsando do templo todos os que ali faziam negócios e afirmando: “Não façais da casa de meu Pai um mercado!”. Questionado pelos judeus sobre com que autoridade agia assim, Jesus responde: “Destruí este templo e em três dias eu o reerguerei”. Os judeus não compreenderam sua resposta, mas Jesus falava do templo que é o seu corpo.

Tomé fez a experiência do Ressuscitado quando a comunidade estava reunida. Para nós não é diferente. É aqui, na comunidade reunida na igreja para celebrar a Eucaristia que fazemos a experiência do Cristo vivo; é aqui que partilhamos a fé com os irmãos e, por isso mesmo, crescemos na fé. A comunidade é lugar do encontro com Cristo e o lugar da partilha da fé.

Não poderia deixar de chamar a atenção para três pontos que considero de fundamental importância enquanto demonstração de nossa fé e devoção a Nossa Senhora e de amor para esta igreja:

1. O respeito e a veneração que devemos ter com a casa de Deus e de nossa Mãe Maria. Aqui o Filho de Deus habita fisicamente, no Sacrário;

2. O respeito para com nosso corpo, templo da Santíssima Trindade: Deus habita em nós;

3. O respeito para com nosso próximo, seja ele quem for; ele é filho de Deus, feito à sua imagem e semelhança: “Tudo o que fizerdes ao menor dos meus, é a mim que o fazeis”, afirmou Jesus.

Deus seja louvado! Hoje nosso louvor à Trindade Santa. Louvor a Vós, Trindade Santa, por todas as pessoas que deram o melhor de si na construção de nossas comunidades e de nossa igreja paroquial dedicada a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

Louvor a Vós, Trindade Santa, pelos nossos quatro párocos: Frei Gentil Gianellini, Frei Inocêncio Pacchioni, Frei Luís Giudici e Frei Luís Carlos Morais. Eles com sabedoria, entusiasmo, fortaleza e muito amor gastaram parte de suas vidas conduzindo os destinos desta importante porção do povo de Deus, que é a Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

Louvor a Vós, Trindade Santa, por todos os frades, religiosos e religiosas, por todos os leigos e leigas que, segundo a condição própria de cada um, contribuíram ao longo destes 25 anos na construção da história da paróquia.

Louvor a Vós, Trindade Santa, por todos aqueles que se comprometeram e se empenharam na preparação e realização desta celebração comemorativa jubilar.

Louvor a Vós, Trindade Santa, por todos os dons e graças concedidos a esta porção do vosso povo nestes 25 anos de evangelização, de testemunho e de anúncio do Reino de Deus. Obrigado, Trindade Santa!

Parabéns a Frei Luís Carlos e ao Conselho Paroquial de Pastoral pelos 25 anos de vida da paróquia e pela maravilhosa festa que organizaram.

Parabéns ao povo de Deus, membros vivos desta paróquia, e de maneira especial parabéns às pastorais e aos movimentos: Dízimo, Familiar, Batismo, Catequese, Liturgia, Juventude, Criança, Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão, Coroinhas, Legião de Maria, Terço dos homens, Milícia da Imaculada, Grupo de Oração Príncipe da Paz e seus Ministérios, ((OFS) Ordem Franciscana Secular, (JUFRA) Juventude Franciscana, Apostolado da Oração, Antonianos, Caminho Neocatecumenal, Renovação Carismática Católica, Encontro de Jovens com Cristo (EJC), Encontro de Casais com Cristo (ECC), Infância Missionária, Pascom, Vicentinos e outros que não consegui identificar em minhas pesquisas. Vocês são os verdadeiros protagonistas da história destes 25 anos.

Que Nossa Senhora do Perpétuo Socorro nos ajude em nossa caminhada de discípulos missionários, anunciadores e testemunhas de Jesus Cristo no mundo de hoje. Amém, Aleluia!



Frei José Rodrigues de Araujo, OFMCap

Ministro Provincial

São Luís, 26 de junho de 2011

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