sexta-feira, 24 de março de 2017

Igrejas abrem suas portas para as "24 horas para o Senhor" 2017


"Convido todas as comunidades a viverem com fé o encontro de 24 a 25 de março para redescobrir o Sacramento da Reconciliação "24 horas para o Senhor", disse o Papa durante a Audiência Geral da última quarta-feira.

"Desejo que também este ano tal momento privilegiado de graça do caminho quaresmal - continuou Francisco - seja vivido em muitas igrejas do mundo para experimentar o encontro jubiloso com a misericórdia do Pai, que a todos acolhe e perdoa".

A iniciativa "24 horas para o Senhor" - promovida pelo Pontifício Conselho para a Nova Evangelização - tem por tema esta ano "Misericórdia eu quero" e prevê a abertura extraordinária de muitas igrejas, da noite de hoje até a madrugada de sábado, para permitir que um maior numero possível de pessoas participe da Adoração Eucarística e da Confissão.

Em Roma, permanecerão abertas as Igrejas de Santa Maria in Trastevere e a Igreja dos Estigmas de São Francisco. Para saber mais sobre a iniciativa, a Rádio Vaticano conversou com o Secretário do dicastério vaticano para a Nova Evangelização, Padre José Octavio Ruiz Arenas:

"Esta iniciativa nasceu por ocasião do Ano da Fé em 2013 e nasceu como uma iniciativa local aqui, em Roma. Naquele momento se convidava algumas igrejas a abrirem suas portas para as confissões durante toda a noite. Depois, nos últimos dois anos, esta iniciativa foi seguida em muitos outros lugares. Nós recebemos, por exemplo, testemunhos vindos dos Estados Unidos, da França, da Rússia, da Argentina, do México, que diziam que muitos sacerdotes haviam levado a sério esta iniciativa e pouco a pouco muita gente se aproximou para receber este Sacramento em espírito de adoração ao Senhor, de reconciliação e também de entender que é uma oportunidade para mudar de vida e acolher este dom que nos dá o Senhor da sua misericórdia e da sua ternura".

RV: Esta iniciativa/oportunidade é para todos, mas em especial aos jovens?

"Sim, é uma proposta para todas as pessoas mas existem tantos jovens que acolheram o convite e sobretudo existem muitos jovens que nos ajudaram sobretudo aqui em Roma a convidas nas ruas, nas praças, nas cercanias das igrejas que estão abertas, tanta gente que passava a aproximar-se ao Sacramento. Assim, foi uma experiência muito rica que serviu também para desenvolver este sentido missionário por parte dos jovens. Uma experiência muito rica que serviu também para desenvolver este sentido missionário por parte dos jovens".

RV: O Papa, na Audiência de quarta-feira, convidou a aproveitar esta ocasião para redescobrir e para experimentar o Sacramento da Reconciliação...

"Sim, certamente. Estamos agora em um mundo no qual infelizmente se perdeu o sentido do pecado e perdendo o sentido do pecado se perde também a necessidade de aproximar-se ao Sacramento da reconciliação. Portanto é um momento para pensar que o Sacramento da Reconciliação não é somente para apagar os pecados, mas é sobretudo abrir o coração à misericórdia do Senhor e todos nós temos necessidade da misericórdia do Senhor: não estamos diante de um juiz, mas sobretudo estamos diante de Alguém que nos ama realmente. Portanto, aquilo que disse oo Papa é muito, muito verdadeiro". 

Discurso do Papa aos líderes da União Europeia


DISCURSO
Audiência com os chefes de Estado e 
de Governo da 
União Europeia por ocasião do
60° aniversário dos Tratados de Roma
Sala Régia do Palácio Apostólico
Sexta-feira, 24 de março de 2017

Ilustres hóspedes.

Agradeço-lhes pela sua presença esta tarde, às vésperas do 60° aniversário da assinatura dos Tratados institucionais da Comunidade Econômica Europeia e da Comunidade Europeia de Energia Atômica. Desejo manifestar a cada um o afeto que a Santa Sé nutre pelos seus respectivos Países e por toda a Europa, a cujos destinos está, por disposição da Providência, ligada indivisivelmente.

Expresso particular gratidão ao Primeiro Ministro, Paolo Gentiloni, Presidente do Conselho dos Ministros da República Italiana pelas obsequiosas palavras que me dirigiu, em nome de todos, e pelo esforço que a Itália empregou para a preparação deste encontro; como também ao Deputado Antonio Tajani, Presidente do Parlamento Europeu, que, nesta ocasião, deu voz às esperanças dos povos da União.

Voltar a Roma após sessenta anos, não pode ser apenas uma viagem de recordações, quanto pelo maior desejo de redescobrir a memória viva daquele evento para compreender o seu alcance. É preciso identificar-se com os desafios de então para enfrentar aqueles de hoje e de amanhã. Com suas narrações, repletas de reminiscências, a Bíblia nos oferece um método pedagógico fundamental: não se pode compreender o tempo em que vivemos sem o passado, entendido não como um conjunto de acontecimentos distantes, mas como a linfa vital que se destaca no presente. Sem esta consciência, a realidade perde a sua unidade, a história o seu fio (eixo) lógico e a humanidade perde o sentido das suas ações e a direção do seu porvir.

O dia 25 de março de 1957 foi uma data repleta de expectativas, esperanças, entusiasmo e trepidação; somente um evento excepcional, pelo seu alcance e consequências históricas, podia torná-la única na história. A memória daquele dia une-se às expectativas de hoje e às esperanças dos povos europeus, que almejam discernir o presente para prosseguir, com renovado impulso e confiança, o caminho iniciado.

Disso estavam bem cientes os Pais fundadores e os Líderes que, ao colocar a própria assinatura nos dois Tratados, deram vida àquela realidade política, econômica, cultural, mas, sobretudo, humana, que hoje é chamada União Europeia. Por outro lado, como disse o Ministro do Exterior belga, Spaak, tratava-se “na verdade, do bem-estar material dos nossos povos, da expansão das nossas economias, do progresso social e de possibilidades industriais e comerciais totalmente novas, mas, sobretudo, (...) [de] uma particular concepção da vida, fraterna e justa, à medida do homem” ¹.

Depois dos anos obscuros e cruentos da Segunda Guerra Mundial, os líderes da época acreditaram na possibilidade de um futuro melhor, “não deixaram de ousar e nem agiram muito tarde. A recordação das desventuras passadas e das suas culpas parece ter-lhes inspirado e dado a coragem necessária para esquecer as antigas rivalidades e pensar em agir, de modo verdadeiramente novo, para realizar a maior transformação [...] da Europa” ².

Os Pais fundadores recordam-nos que a Europa não é um conjunto de regras a serem observadas, nem um prontuário de protocolos e procedimentos a serem seguidos. Ela é uma vida, um modo de conceber o homem, a partir da sua dignidade transcendente e inalienável, e não apenas um conjunto de direitos a serem defendidos ou de pretensões a serem reivindicadas. À origem da ideia sobre a Europa, está “a figura e a responsabilidade da pessoa humana, com sua efervescência de fraternidade evangélica, [...] com o seu desejo de verdade e de justiça, adquirido de uma experiência milenária” ³. Roma, com a sua vocação de universalidade (4), é o símbolo desta experiência e, por isso, foi escolhida como lugar da assinatura dos Tratados, porque aqui – recordou o Ministro do Exterior holandês, Luns, - “foram lançadas as bases políticas, jurídicas e sociais da nossa civilização” (5).

Foi claro, desde o princípio, que o coração pulsante do projeto político europeu não podia não ser o homem; mas, da mesma forma, foi evidente o risco de que os Tratados permanecessem letra morta. Eles deviam ser repletos de espírito vital. O primeiro elemento da vitalidade europeia é a solidariedade. “A Comunidade Econômica Europeia – afirmava o Primeiro Ministro luxemburguês, Bech – viverá e terá sucesso somente se, durante a sua existência, permanecer fiel ao espírito de solidariedade europeia, que a criou, e se o desejo comum da Europa em gestação for mais forte que os desejos nacionais” (6). Este espírito é muito necessário, hoje, diante dos impulsos centrífugos, como também da tentação de reduzir os ideais básicos da União às necessidades produtivas, econômicas e financeiras.

Da solidariedade nasce a capacidade de abrir-se aos outros. “Os nossos planos não são de natureza egoística” (7), disse o Chanceler alemão, Adenauer. “Sem dúvida, os Países que estão para se unir (...) não querem se isolar do resto do mundo e erigir, em torno de si, barreiras instransponíveis” (8), acrescentou o Ministro do Exterior francês, Pineau. Em um mundo, que conhecia bem o drama dos muros e as divisões, era bem evidente a importância de trabalhar por uma Europeia unida e aberta e o desejo comum de remover aquela barreira inatural que, do Mar Báltico ao Adriático, dividia o continente. Quanto esforço para abater aquele muro! Não obstante, hoje, perdeu-se a memória daquele esforço. Perdeu-se até a consciência do drama das famílias separadas, da pobreza e da miséria que aquela divisão provocou. Onde as gerações tinham a ambição de ver abatidos os sinais de inimizade forçada, agora se discute como excluir os “perigos” do nosso tempo, a partir da longa fila de mulheres, homens e crianças, em fuga da guerra e da pobreza, que pedem somente a possibilidade de um futuro para si e para seus entes queridos.

No vazio da memória, que distingue os nossos dias, muitas vezes se esquece também outra grande conquista, fruto da solidariedade sancionada em 25 de março de 1957: o período mais longo de paz dos últimos séculos. “Povos, que ao longo do tempo, se encontraram, muitas vezes, em campos opostos, a combater uns contra os outros, (...) agora, ao invés, estão unidos por meio da riqueza das suas peculiaridades nacionaos” (9). A paz se constrói sempre com a contribuição livre e consciente de cada um. Todavia, “para muitos, hoje [ela] parece, de qualquer forma, um bem descontado” (10) e, por isso, torna-se fácil considerá-la supérflua. Pelo contrário, a paz é um bem precioso e essencial, porque sem ela não se tem condições de construir um futuro para ninguém e se acaba por “viver dia após dia”.

A Europa unida nasce, de fato, de um projeto claro, bem definido, adequadamente ponderado, mesmo se, no princípio, apenas embrionário. Todo bom projeto visa o futuro e o futuro são os jovens, chamados a realizar as promessas do futuro (11). Para os Pais fundadores, era clara, portanto, a consciência de se fazer parte de uma obra comum, que não ia apenas além dos confins dos Estados, mas também aqueles do tempo, a ponto de unir as gerações entre si, todas igualmente partícipes da construção da Casa comum. 

Jerusalém: Santo Sepulcro de Cristo foi reaberto.


O Santo Sepulcro, a tumba onde foi depositado o corpo de Jesus depois da crucificação, voltou a brilhar em todo o seu esplendor.

As obras de restauração foram concluídas oficialmente alguns dias antes da Semana Santa e os peregrinos já podem entrar no recinto sagrado.

Em uma cerimônia ecumênica simples e simbólica, representantes das três igrejas cristãs responsáveis pela custódia do Santo Sepulcro – a Igreja Católica, a Igreja Ortodoxa Grega e a Igreja Ortodoxa Armênia – agradeceram pela reabertura do Santo Sepulcro.

Falaram a respeito desta reabertura Sua Beatitude Teófilo III, Patriarca greco-ortodoxo; Francesco Patton, Custódio franciscano da Terra Santa; Sua Beatitude Nourhan Maougian, Patriarca Armênio Apostólico; e Dom Pierbattista Pizzaballa, Administrador Apostólico do Patriarcado Latino de Jerusalém.

O Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, participou da cerimônia ecumênica junto com os representantes de outras Igrejas e comunidades cristãs presentes na Basílica do Santo Sepulcro: coptos, sírios, etíopes e luteranos.

Dom Pizzaballa afirmou que “a aparente missão impossível da restauração da Santa Edícula se tornou possível porque nós permitimos que Deus iluminasse os nossos pensamentos, nossos olhos e nossos laços”.

“Acredito que a maioria dos habitantes de Jerusalém e todos aqueles que estão familiarizados com a vida no Santo Sepulcro, em geral com a vida dos cristãos em Jerusalém, não podia acreditar que este momento seria possível. Muitas vezes, quando os peregrinos, os cristãos locais, também os não cristãos, visitavam a Basílica e perguntavam quando seria possível a restauração da Edícula, a resposta imediata era: ‘Nunca veremos este dia’. Mas este dia ‘finalmente chegou’”.

O Administrador Apostólico do Patriarcado Latino de Jerusalém, indicou que “o Santo Sepulcro, onde nosso Senhor foi enterrado e onde ressuscitou, é o custódio da nossa fé. Mas também das nossas respectivas histórias, das nossas identidades. É o espelho do que somos”. 

O Espírito Santo, Senhor que dá a vida


O Concílio Vaticano II abriu um novo horizonte de valorização de uma Teologia do Espírito Santo. Raniero Cantalamessa, nas pregações do Advento último, comenta as três grandes afirmações do Credo sobre o Espírito Santo: 1. “Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida”. 2. “... e procede do Pai (e do Filho) e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado”. 3. "... e falou pelos profetas".

Traduzo aqui, em linguagem coloquial, o aprofundamento de Cantalamessa, começando com a primeira afirmação:

1.. “Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida”.

O credo não diz que o Espírito Santo é "o" Senhor ( no credo, se proclama, "e creio em um só Senhor Jesus Cristo"!). Senhor indica aqui a natureza, não a pessoa; diz o que é, não quem é o Espírito Santo. "Senhor" significa que o Espírito Santo compartilha o Senhorio de Deus, que está do lado do Criador, e não das criaturas; em outras palavras, que é de mesma natureza divina – mesmo ser.

A Igreja chegou a esta certeza baseando-se não somente na Escritura, mas também na própria experiência de salvação. O Espírito, já escrevia Santo Atanásio, não pode ser uma criatura, porque quando somos tocados por ele (nos sacramentos, na Palavra, na oração) fazemos a experiência de entrar em contato com Deus em pessoa, e não com o seu intermediário. Se nos diviniza, isso significa que ele próprio é Deus¹.

A expressão segundo a qual o Espírito Santo "dá a vida" é tomada de várias passagens do Novo Testamento: "É o Espírito que dá a vida" (Jo 6, 63); "A lei do Espírito dá a vida em Cristo Jesus" (Rm 8, 2); "O último Adão tornou-se espírito que dá a vida" (1 Cor 15, 45); "A letra mata, o Espírito dá a vida" (2 Cor 3, 6). 

quinta-feira, 23 de março de 2017

CNBB divulga nota sobre o foro privilegiado


NOTA DA CNBB SOBRE O FORO PRIVILEGIADO


O Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, reunido em Brasília-DF, no período de 21 a 23 de março de 2017, acompanha o intenso e necessário debate sobre o foro especial por prerrogativa de função ou “foro privilegiado”, diante do número crescente de autoridades envolvidas em denúncias por crimes de corrupção. 

O foro privilegiado tem seu fundamento nos artigos 102 e 105 da Constituição Federal que conferem, respectivamente, ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) a exclusividade do julgamento de ações penais contra determinadas autoridades. 

Calcula-se um universo de 22 mil autoridades que estariam beneficiadas pelo foro privilegiado. Aos olhos da população, esse procedimento jurídico parece garantia de impunidade numa afronta imperdoável ao princípio constitucional de que todos são iguais perante a lei. Por isso, é urgente rever esses artigos da Constituição Federal de 1988. 

Para CNBB, Reforma da Previdência “escolhe o caminho da exclusão social”


NOTA DA CNBB SOBRE A PEC 287/16

– “REFORMA DA PREVIDÊNCIA”


“Ai dos que fazem do direito uma amargura
e a justiça jogam no chão”
 (Amós 5,7)

O Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, reunido em Brasília-DF, dos dias 21 a 23 de março de 2017, em comunhão e solidariedade pastoral com o povo brasileiro, manifesta apreensão com relação à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016, de iniciativa do Poder Executivo, que tramita no Congresso Nacional.

O Art. 6º. da Constituição Federal de 1988 estabeleceu que a Previdência seja um Direito Social dos brasileiros e brasileiras. Não é uma concessão governamental ou um privilégio. Os Direitos Sociais no Brasil foram conquistados com intensa participação democrática; qualquer ameaça a eles merece imediato repúdio.

Abrangendo atualmente mais de 2/3 da população economicamente ativa, diante de um aumento da sua faixa etária e da diminuição do ingresso no mercado de trabalho, pode-se dizer que o sistema da Previdência precisa ser avaliado e, se necessário, posteriormente adequado à Seguridade Social.

Os números do Governo Federal que apresentam um déficit previdenciário são diversos dos números apresentados por outras instituições, inclusive ligadas ao próprio governo. Não é possível encaminhar solução de assunto tão complexo com informações inseguras, desencontradas e contraditórias. É preciso conhecer a real situação da Previdência Social no Brasil. Iniciativas que visem ao conhecimento dessa realidade devem ser valorizadas e adotadas, particularmente pelo Congresso Nacional, com o total envolvimento da sociedade.

O sistema da Previdência Social possui uma intrínseca matriz ética. Ele é criado para a proteção social de pessoas que, por vários motivos, ficam expostas à vulnerabilidade social (idade, enfermidades, acidentes, maternidade...), particularmente as mais pobres. Nenhuma solução para equilibrar um possível déficit pode prescindir de valores éticos-sociais e solidários. Na justificativa da PEC 287/2016 não existe nenhuma referência a esses valores, reduzindo a Previdência a uma questão econômica.

Buscando diminuir gastos previdenciários, a PEC 287/2016 “soluciona o problema”, excluindo da proteção social os que têm direito a benefícios. Ao propor uma idade única de 65 anos para homens e mulheres, do campo ou da cidade; ao acabar com a aposentadoria especial para trabalhadores rurais; ao comprometer a assistência aos segurados especiais (indígenas, quilombolas, pescadores...); ao reduzir o valor da pensão para viúvas ou viúvos; ao desvincular o salário mínimo como referência para o pagamento do Benefício de Prestação Continuada (BPC), a PEC 287/2016 escolhe o caminho da exclusão social. 

Aprovada a canonização dos Protomártires do Brasil e dos pastorinhos de Fátima Francisco e Jacinta


O Papa Francisco aprovou os votos favoráveis da Sessão Ordinária dos Cardeais e Bispos Membros da Congregação sobre a canonização dos Protomártires do Brasil, também conhecidos como mártires de Cunhaú e Uruaçu.

Ao receber nesta quinta-feira o Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, Cardeal Angelo Amato, o Pontífice deu a autorização que levará à canonização de André de Soveral e Ambrósio Francisco Ferro, sacerdotes diocesanos, e Mateus Moreira, leigo, como também de 27 companheiros, mártires. Eles foram assassinados por ódio à fé no Brasil em 16 de julho de 1645 e 3 de outubro de 1645.

Em entrevista à rádio Rural, da Arquidiocese de Natal, o Arcebispo, Dom Jaime Vieira Rocha, deu a notícia da aprovação da canonização dos mártires. “Estamos vivendo este momento muito feliz de ação de graças a Deus”, disse.

O Arcebispo informou que agora o Papa Francisco “vai convocar um consistório para oficializar a canonização dos nossos mártires”.

“Mas, já podemos nos alegrar. Hoje é o dia em que a Arquidiocese de Natal, a Igreja no Brasil, todos nós povo de Deus e, sobretudo os devotos dos mártires de Cunhaú e Uruaçu guardarão na memória como a data histórica quando foi propagada a notícia da aprovação da canonização dos mártires”, ressaltou.

Em seguida, recordou um refrão do hino dos protomártires, que diz: “Mártires da fé, filhos do Rio Grande, homens e mulheres, jovens e meninos. Pelo bom pastor deram o seu sangue, nossa Igreja em festa canta os seus hinos”.

O nome de protomártires foi dado na ocasião da visita do Papa João Paulo II, em 13 de outubro de 1991, na Missa de encerramento do XII Congresso Eucarístico, ocorrido em Natal.

Sua história remonta ao período em que holandeses calvinistas ocuparam territórios do nordeste do país, entre 1630 e 1654. Na época, quiseram obrigar os católicos a se converterem ao calvinismo e proibiram a celebração da Santa Missa.

Foi nesse contexto que, em 1645, católicos do Engenho de Cunhaú foram martirizados durante a Celebração Eucarística, de maneira violenta. Três meses depois, o caso voltou a se repetir em Uruaçu com crueldade ainda maior. Segundo relatos, nessa ocasião, o camponês Mateus Moreira teve o coração arrancado pelas costas, mas, antes de morrer pôde gritar em alta voz: “Louvado seja o Santíssimo Sacramento!”.

Padre André de Soveral, Padre Ambrósio Francisco Ferro, Mateus Moreira e outros 27 companheiros foram beatificados por São João Paulo II, em 5 de março de 2000. 

"...e as portas do inferno não prevalecerão contra ela..." (cf. Mt 16,18).


A Igreja não pode ensinar o erro, porque ela foi fundada por Jesus Cristo, que é o próprio Deus.

A Igreja não tem medo de estar no "lado errado da história", pois seu Esposo está sentado à direita do Pai.

Muitas vezes ouvimos exigências estridentes, vindas de dentro e de fora da Igreja, para que ela mude seus ensinamentos para se conformar às noções modernas. Dada a preocupação da nossa era com o sexo, muitas das exigências de mudança envolvem questões relacionadas: atos homossexuais, "casamento" entre pessoas do mesmo sexo, adultério (especialmente o divórcio eo "novo casamento"), sexo pré-marital, contracepção e aborto.

Mas tais exigências mostram um mal-entendido tanto da natureza como do poder da Igreja . Há muitas idéias equivocadas hoje sobre a teologia da Igreja (eclesiologia), mesmo entre os fiéis. É comum pensar que a Igreja (ou pelo menos seus atuais líderes) pode simplesmente decidir o que queremos ensinar sobre qualquer tópico. Por exemplo, se quisermos simplesmente mudar o que ensinamos sobre o aborto, podemos simplesmente fazê-lo. E os críticos modernos afirmam que se podemos fazê-lo, então nós devemos fazê-lo. O mesmo vale para qualquer dos nossos ensinamentos "controversos", como a anticoncepção, o sacerdócio masculino, e assim por diante. É uma eclesiologia equivocada e um exagero do poder da Igreja.

A Igreja não tem autoridade alguma para derrubar o ensinamento sobre o aborto, a contracepção, o sacerdócio masculino ou o divórcio e o "novo casamento" (aquele que deixa um casamento válido e entra em outro está num estado de contínuo adultério). Não temos autoridade para derrubar as doutrinas bíblicas, as doutrinas da Sagrada Tradição ou qualquer de nossos dogmas e doutrinas definidos. Algo não pode ser moralmente ou doutrinariamente verdadeiro um dia e falso o próximo.

Outros ainda insistem que a Igreja deve ler as pesquisas e mudar seus ensinamentos para se conformar com o que as pessoas nos bancos pensam ou querem. Novamente, isso é eclesiologia falho. A Igreja Católica, que é o Corpo de Cristo e Sua presença visível na Terra, não existe para refletir os pontos de vista desta era ou mesmo de seus membros atuais. A Igreja Católica existe para proclamar os ensinamentos de sua cabeça e fundador, Jesus Cristo. Ela é Sua presença viva e ativa e voz no mundo.