quarta-feira, 5 de julho de 2017

Ninguém é obrigado a gostar de ninguém, mas respeito é fundamental


Tem muita gente desocupada nesse mundo, não é possível; não há outra razão para que tantos se sintam incomodados com quem não cuida da vida de ninguém, com quem apenas vive as próprias verdades da forma que bem entende.

Parece que o mundo anda se esquecendo de uma regra básica da convivência em sociedade: o respeito. Não dá para manter um mínimo de harmonia em qualquer ambiente, caso não se respeitem as diferenças de credo, de religião, de opinião, de tudo enfim. Não conseguiremos gostar de todo mundo nessa vida, mas respeitar o espaço do outro é uma obrigação de todos nós.

Basta dar uma zanzada pelos comentários que inundam posts polêmicos pelas redes sociais, para percebermos que as diferenças vêm sendo rechaçadas e menosprezadas, por meio de ofensas e de agressões explícitas. Tem muita gente que não tolera ser contrariado, ser discordado, como se sua opinião tivesse que prevalecer sobre as demais, de qualquer jeito. E assim vão condenando todos que apenas expõem um ponto de vista, simplesmente porque pensam o oposto e agem de forma antagônica ao que os donos da verdade postulam como o mais adequado e correto.

O pior é notar que grande parte dessa verborragia violenta que muitos utilizam contra opiniões diversas não contém um mínimo de estofo argumentativo, visto serem vazias de embasamento coerente, sendo tão somente ofensas isentas de base que não seja xingamento raso. Lotam-se as redes sociais de lugares comuns, de juízos de valor, cujo mote vem a ser um preconceito cego e infantil. Soam a brigas de pré-adolescentes, cujo vocabulário é sofrível e ínfimo.

Poucos parecem ter consciência de que a felicidade de cada um é algo no qual não se intromete. Caso a pessoa esteja buscando a felicidade sem machucar ninguém nesse percurso, é preciso deixá-la em paz e seguir com a própria vida. Tem muita gente desocupada nesse mundo, não é possível; não há outra razão para que tantos se sintam incomodados com quem não cuida da vida de ninguém, com quem apenas vive as próprias verdades da forma que bem entende. Não há motivo para alguém se incomodar com a forma como o outro se veste, com a maneira como o outro ama, com o partido com o qual o outro se afina.

Se cada um buscasse a própria felicidade e estivesse bem resolvido e certo das próprias convicções, a tolerância seria uma consequência natural, pois quem é feliz e se ocupa consigo mesmo não tem tempo de azucrinar os outros. Não gostaremos de todas as pessoas, tampouco concordaremos com todas as opiniões, porém, respeitar o próximo será sempre nosso dever. Ou isso, ou esse ciclo de violência e de agressões gratuitas jamais terá fim.
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Aleteia / Revista Pazes

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