terça-feira, 28 de março de 2017

Estudante chinês denuncia: regime comunista controla religião nas universidades


Sob violações permanentes à liberdade religiosa, a situação dos católicos na China continua sendo extremamente preocupante para a Igreja. Além das intromissões diretas do governo na hierarquia, que originaram a divisão entre as comunidades “oficial” (controlada pelo partido comunista) e “subterrânea” (fiel à Igreja de Roma), o controle férreo se estende a outros ambientes, como o acadêmico. Testemunhos recentes voltam a confirmar que aqueles que praticam a fé nas universidades são expulsos, sejam eles estudantes ou professores.

A última denúncia foi registrada pela AsiaNews, a agência oficial de notícias do Pontifício Instituto para as Missões Estrangeiras (PIME), com base no testemunho de um universitário chinês.

Na Universidade da República Popular da China, funciona uma estrutura extraordinária que tem a finalidade de controlar todas as atividades das religiões. É um grupo-guia para as atividades religiosas”, contou o estudante, que, na matéria, solicitou anonimato.

Segundo ele, os integrantes dos diversos grupos-guia voltados a controlar as atividades religiosas pertencem a todos os segmentos da comunidade educativa, contando assim com informações abrangentes sobre todos os envolvidos no âmbito acadêmico: de secretários delegados do partido a responsáveis pela propaganda, por comissões disciplinares e por atividades de pesquisa, comunicação exterior e segurança, passando por reitor e vice-reitor delegado.

A existência de uma rede de controle de tal intensidade significa que todos os crentes que estudam ou dão aulas na China estão sob estrita vigilância, cercados por informantes das autoridades. Eles se fazem passar por amigos ou assistentes, camuflando-se de estudantes ou professores”, afirma o universitário denunciante. 

Segundo a Asia News, esse controle procura frear o avanço da fé no universo acadêmico, já que um número crescente de alunos e docentes tem demonstrado interesse por conhecer o cristianismo.

A rede de vigilância foi fortalecida tanto para garantir proibições de culto quanto para difundir a ideia de que a fé cristã é uma “contaminação espiritual” proveniente do Ocidente. E a situação não afeta só os chineses: “Todos os estrangeiros, sejam eles estudantes ou professores, estão na mira e correm o risco de ser instrumentalizados”, de acordo com o universitário entrevistado pela agência. “Por exemplo, eles recebem informação errada de propósito, para confundir a sua percepção da situação”.
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Aleteia / Gaudium Press

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