terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Papa Francisco nomeia nº 3 do Vaticano como delegado da Ordem de Malta


O papa Francisco nomeou neste sábado o nº 3 do Vaticano, monsenhor Giovanni Angelo Becciu, como delegado especial na Ordem de Malta.

Em “estreita colaboração” com a direção interina, monsenhor Becciu estará encarregado da “renovação espiritual e moral da Ordem”, explicou o papa em sua carta de nomeação divulgada pela Santa Sé.

Seu mandato chegará ao fim quando for eleito o novo Grão Mestre, ao fim de um “capítulo geral extraordinário” que acontecerá dentro de três meses.

Enquanto isso, monsenhor Becciu será “meu porta-voz exclusivo” na Ordem, escreveu o papa, tirando assim todo o poder de monsenhor Raymond Burke, um cardeal norte-americano ultraconservador e um de seus opositores mais virulentos, cujo título de representante da Santa Sé na Ordem de Malta perde agora o sentido.

A crise da Ordem de Malta começou pela distribuição de preservativos, rejeitados pelo Vaticano, em dispensários da Ordem em países da África e em Myanmar, destinados a grupos de risco, como prostitutas.

Depois disso, houve a saída forçada, em 6 de dezembro, do número três da Ordem, o alemão Albrecht von Boeselager. 

Há pouco mais de uma semana, Francisco aceitou a renúncia do Grão Mestre da Ordem de Malta, Matthew Festing, com o qual pôs fim ao insólito conflito entre a milenar congregação e o Vaticano.

Segundo a imprensa católica, Festing e o cardeal Patrono da Ordem, Raymond Burke, conhecido por suas críticas ao papa argentino, foram quem acusaram Von Boeselager de ter permitido a distribuição dos preservativos. Von Boeselager negou as acusações.

O Vaticano nomeou uma comissão em dezembro para investigar as circunstâncias da saída de Von Boeselager, o que provocou a ira de Festing, que a percebeu como uma violação à soberania da Ordem.

Em um desafio inédito à autoridade do Papa, Festing classificou a comissão de ilegítima e pediu aos membros da congregação que não colaborassem.

Nascida durante as Cruzadas, a Ordem de Malta administra em mais de 100 países hospitais e dispensários, graças a 13.500 membros e 100.000 funcionários e voluntários.
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Aleteia

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