quarta-feira, 9 de novembro de 2016

O que é indulgência plenária? Como alcançá-la no Ano da Misericórdia?


A doutrina e o uso das indulgências na Igreja Católica há vários séculos encontram sólido apoio na Revelação divina, e vem dos Apóstolos.

“Indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida aos pecados já perdoados quanto à culpa, que o fiel, devidamente disposto e em certas e determinadas condições, alcança por meio da Igreja, a qual, como dispensadora da redenção, distribui e aplica, com autoridade, o tesouro das satisfações de Cristo e dos Santos”. (Norma 1 do Manual das Indulgências).

O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que: “Pelas indulgências, os fiéis podem obter para si mesmos e também para as almas do Purgatório, a remissão das penas temporais, sequelas dos pecados (n. 1498).

O pecado tem duas consequências: a culpa e a pena. A culpa é perdoada na Confissão; a pena, que é a desordem que o pecado provoca no pecador e nos outros, e que precisa ser reparado, é eliminada pela indulgência que pode ser plenária (total) ou parcial.

De acordo com o Manual das Indulgências, para se ganhar uma indulgência plenária (uma vez por dia apenas), para si mesmo ou para as almas, deve-se fazer:

a) uma Confissão individual rejeitando todos os pecados (basta uma Confissão para várias indulgências);

b) receber a Sagrada Eucaristia;

c) rezar pelo Papa ao menos um Pai-nosso e uma Ave-Maria.

Não é necessário que tudo seja feito no mesmo dia. Além disso, escolher uma dessas práticas:

1- Adoração ao Santíssimo Sacramento pelo menos por meia hora (concessão n. 3)

2- Leitura espiritual da Sagrada Escritura ao menos por meia hora (concessão n. 50);

3 – Piedoso exercício da Via Sacra (concessão n. 63);

4- Recitação do Rosário de Nossa Senhora na igreja, no oratório ou na família ou na comunidade religiosa ou em piedosa associação (concessão n. 63).

Para o Ano da Misericórdia o Papa Francisco autorizou outros meios de “alcançar misericórdia” por meio da indulgência plenária. Esta prática pode, então, substituir uma das quatro opções citadas acima: Rosário, ou Adoração do Santíssimo, ou Via Sacra, ou leitura bíblica meditada.

Segundo a carta do Papa Francisco a D.Rino Fisichella, presidente do pontifício conselho para a promoção da nova evangelização, se concede a indulgência para o Ano Santo: 

1- PEREGRINAÇÃO ATÉ A PORTA SANTA

“Para viver e obter a indulgência os fiéis são chamados a realizar uma breve peregrinação rumo à Porta Santa, aberta em cada Catedral ou nas igrejas estabelecidas pelo Bispo diocesano, e nas quatro Basílicas Papais em Roma, como sinal do profundo desejo de verdadeira conversão”.

2-DOENTES E PESSOAS IMPOSSIBILITADAS

“Penso também em quantos, por diversos motivos, estiverem impossibilitados de ir até à Porta Santa, sobretudo os doentes e as pessoas idosas e sós, que muitas vezes se encontram em condições de não poder sair de casa. Viver com fé e esperança jubilosa este momento de provação, recebendo a comunhão ou participando na santa Missa e na oração comunitária, inclusive através dos vários meios de comunicação, será para eles o modo de obter a indulgência jubilar”.

3-ENCARCERADOS

“O meu pensamento dirige-se também aos encarcerados, que experimentam a limitação da sua liberdade. Nas capelas dos cárceres poderão obter a indulgência, e todas as vezes que passarem pela porta da sua cela, dirigindo o pensamento e a oração ao Pai, que este gesto signifique para eles a passagem pela Porta Santa, porque a misericórdia de Deus, capaz de mudar os corações, consegue também transformar as grades em experiência de liberdade”.

4-OBRAS DE MISERICÓRDIA ESPIRITUAIS OU CORPORAIS

“Todas as vezes que um fiel viver uma ou mais destas obras pessoalmente obterá sem dúvida a indulgência jubilar. Daqui o compromisso a viver de misericórdia para alcançar a graça do perdão completo e exaustivo pela força do amor do Pai que não exclui ninguém. Portanto, tratar-se-á de uma indulgência jubilar plena, fruto do próprio evento que é celebrado e vivido com fé, esperança e caridade”.

5-FIÉIS FALECIDOS

“A indulgência jubilar pode ser obtida também para quantos faleceram. A eles estamos unidos pelo testemunho de fé e caridade que nos deixaram. Assim como os recordamos na celebração eucarística, também podemos, no grande mistério da comunhão dos Santos, rezar por eles, para que o rosto misericordioso do Pai os liberte de qualquer resíduo de culpa e possa abraçá-los na beatitude sem fim”.

6-FIÉIS QUE FREQUENTAREM IGREJAS DA FRATERNIDADE SÃO PIO X

[A Indulgência também] “é dirigida aos fiéis que por diversos motivos sentem o desejo de frequentar as igrejas oficiadas pelos sacerdotes da Fraternidade São Pio X. Movido pela exigência de corresponder ao bem destes fiéis, estabeleço por minha própria vontade que quantos, durante o Ano Santo da Misericórdia, se aproximarem para celebrar o Sacramento da Reconciliação junto dos sacerdotes da Fraternidade São Pio X, recebam validamente e licitamente a absolvição dos seus pecados”.

Permanece o desafio de construirmos “caminhos para tornar pastoral a misericórdia” (Francisco). Neste sentido, o Ano Jubilar conclui-se, mas “a porta da misericórdia” deve permanecer sempre aberta. Temos certeza que a proposta da misericórdia humaniza, aproxima as pessoas, cria espaço para relações fraternas. Ainda precisamos superar a lógica do mérito, para motivar as ações a partir da gratuidade. Temos um longo caminho a percorrer, primeiro deixando-nos continuamente renovar pela misericórdia e, então, ir ao encontro das pessoas e oferecer a todos a bondade e a ternura de Deus. Podemos nos perguntar: que herança levo e o que aprendi com o Ano Jubilar da Misericórdia?
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Com informações: Canção Nova / CNBB

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