sábado, 8 de outubro de 2016

A verdade científica sobre os efeitos da televisão


O escritor francês Michel Desmurget, em seu livro TV Lobotomie (Éditions Milo, 2011), reforça um sonoro alerta não apenas quanto à gama infeliz de programas oferecidos pelos canais de TV, mas quanto à própria TV, como tal. Muitas vezes ouvimos ou lemos que “a televisão em si não é ruim: basta escolher bem o que ver”. No entanto, para o autor, o problema não é tão simples.

“Eu prefiro que simplesmente não exista a televisão”

Ele cita Alexandre Lacroix, escritor e diretor de redação da Philosophe Magazine: “O problema dos intelectuais é que eles acusam a televisão de não ser boa o suficiente. Eles são suspeitos de querer impor as suas preferências culturais a todos. Pessoalmente, eu não acho que haja uma televisão boa ou uma televisão ruim. Eu prefiro que simplesmente não exista a televisão".

Embora lançado em 2011, o livro continua a ser um trabalho de referência das Edições Milo. As cerca de 320 páginas são lidas mais rapidamente do que imaginaríamos: cada declaração é acompanhada por resultados específicos de estudos, diagramas, gráficos… Nada é deixado ao acaso e o autor não pode ser acusado de antimodernismo sectário ou coisa que o valha. Os fatos estão lá: ele os enuncia e os demonstra. O escritor até sublinha que “estes fatos são negados com fascinante empenho pela indústria audiovisual e seu exército de especialistas complacentes. A estratégia não é nova: as fabricantes de cigarro a usaram em seu tempo para contestar o caráter cancerígeno do tabaco".

Os capítulos têm títulos prontos para agitar o debate dos apoiadores do objeto incriminado:

1 – A TV em todos os lugares, em todos os momentos
2 – A TV sufoca a inteligência
3 – A TV ameaça a saúde
4 – A TV cultiva o medo e a violência

Alguns trechos:

“Sophie, de 2 anos, assiste à TV uma hora por dia. Isto duplica as suas chances de apresentar distúrbios de atenção quando crescer.

Lubin, 3 anos, assiste à TV duas horas por dia. Isso triplica as suas chances de ficar acima do peso.

Lina, 15 anos, assiste a séries como Desperate Housewives. Isso triplica as suas chances de uma gravidez precoce indesejada.

Entre os 40 e os 60 anos, Yves assistiu à TV uma hora por dia. Isso aumentou em um terço as suas possibilidades de desenvolver a doença de Alzheimer".

Proibir a televisão para crianças menores de 6 anos

Então, fazer o quê? Tirar a TV da sala? Idealmente, é isto o que recomenda o especialista.

Mas ele dá também algumas sugestões menos drásticas:

Nada de TV no quarto de dormir;

Limitar o tempo de TV a menos de quatro horas por semana, em especial para os jovens;

E, principalmente, eliminar a televisão para crianças com menos de 6 anos, porque ela exerce grandíssima influência no desenvolvimento psicomotor dos nossos pequenos.
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Aleteia

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