quarta-feira, 22 de junho de 2016

Sacerdote chinês: Em meu país vivemos uma fé em silêncio porque não somos livres.


O Pe. Pedro Liu de origem chinesa, foi ordenado sacerdote há algumas semanas na Catedral de La Almudena em Madri (Espanha). Alguns dias depois, visitou a cidade de Roma com sua família – são cinco irmãos, duas são religiosas – e conseguiram saudar o Papa Francisco, algo que nunca esquecerão.

“Na China eles vivem uma fé em silêncio, mas aqui veem uma Igreja livre, alegre; por isso estão muito contentes, sobretudo de ver o Papa, que abençoou a minha sobrinha. Estamos todos emocionados”, explicou o sacerdote fazendo menção à perseguição que sofre a Igreja Católica em seu país.

“Estou muito contente de servir à Igreja e a minha família veio comigo a Roma para agradecer ao Senhor”, explica ao Grupo ACI. “Participamos da Audiência Geral do Papa e conseguimos saudá-lo porque estivemos muito perto dele”.

Sobre sua vocação, o jovem sacerdote de 33 anos contou: “Em 2003, chegou um grupo de catequistas do Caminho Neocatecumenal na minha cidade e começaram um grupo de catequese”. “Uma religiosa me convidou ao grupo, porque eu estava passando por um momento de crise de fé e minha vida mudou. O Senhor me chamou, me deu a vocação e a confirmou com o tempo”.

O Pe. Pedro – nome que seus pais escolheram quando foi batizado – assegura que “a Palavra e a Eucaristia me fortaleceram e finalmente aqui estou”. Da China, “me enviaram ao Seminário Redemptoris Mater de Madri, onde permaneci durante cinco anos. Este seminário é diocesano-missionário e aí aprendi a viver como filho de Deus, com dignidade”.

“Cheguei a Madri sabendo dizer apenas ‘hola, ¿qué tal?’ (olá, tudo bem?). Mas Deus me deu força, sabedoria e vontades de estudar e aprender, passei por momentos de sofrimento, mas estava contente”, recordou com um sorriso.

“Antes de entrar no seminário, trabalhava”. “Nasci em uma família muito católica. Meus pais e meus avós me transmitiram a fé”, algo que foi fundamental pois, “como todos sabem, a situação na China com relação à fé é muito complicada. Mas Deus está presente e sempre atua, apesar de todas as dificuldades”, assinala.

“Em minha casa – situada no campo de um pequeno povoado – havia uma capela e os católicos deste local iam até lá para celebrar a Eucaristia, as crianças também deviam participar da catequese. Quando algum sacerdote celebrava Missa na minha casa, meu pai me pedia que fosse coroinha, deste modo desde pequeno eu ajudava. Acredito que desde então Deus colocou em mim o grande desejo de ser sacerdote, de ser um homem para servir a Igreja”.

É a primeira vez que sua família saiu da China. “Graças a algumas pessoas que nos ajudaram, saudamos o Papa. Estou muito emocionado porque é diferente vê-lo na televisão e ao vivo. Foi uma experiência verdadeira de ver que temos aqui a cabeça, o Papa, Vigário de Cristo, e nele nos reunimos todos nós”, disse o Pe. Pedro.

Sobre sua família, assegura que “ficaram impressionados. Nunca pensaram em conhecer Roma. Para eles é uma graça estar aqui”.
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ACI Digital

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