quinta-feira, 3 de março de 2016

Homilética: 4º Domingo da Quaresma - Ano C: "Um Pai espera a volta do filho".


Ao ler mais uma vez a parábola do filho pródigo, eu pensava que é verdadeiramente justa a ira de Deus para com os pecadores e que é mais fácil entender a justiça que a misericórdia.

No texto do Evangelho de hoje aparece um filho que pede a parte da herança, gasta com prostitutas e depois se apresenta ao seu pai como culpado. O pecado, tão detalhadamente descrito na parábola do filho pródigo, consiste na rebelião contra Deus, ou ao menos no esquecimento ou indiferença para com Ele e para com o seu amor, no desejo tolo de viver fora do amparo de Deus, de emigrar para uma terra distante, longe da casa paterna. Como se passa mal quando se está longe de Deus! “Onde se passará bem sem Cristo – pergunta Santo Agostinho -, ou quando se poderá passar mal com Ele?”

O pai, ao encontrá-lo, o festeja, o presenteia e faz uma festa para ele… “Correu-lhe ao encontro, abraçou-o e cobriu-o de beijos” (Lc 15, 20). Acolhe-o como filho imediatamente! Estas são as palavras da Bíblia: cobriu-o de beijos, comia-o a beijos. Pode-se falar com mais calor humano? Pode-se descrever de maneira mais gráfica o amor paternal de Deus pelos homens? Perante um Deus que corre ao nosso encontro, não nos podemos calar, e temos que dizer-Lhe, como São Paulo: “Abbá, Pai” (Rm 8,15). Quer que Lhe chamemos de Pai, que saboreemos essa palavra, deixando a alma inundar-se de alegria.

Esse pai está louco! No fundo, dá vontade de ver esse filho malandro levar uma boa surra do pai. Não sei se você estará de acordo comigo, querido leitor, mas não é difícil entender que um bom pai corrija com fortaleza um erro cometido por um filho seu. Realmente, é mais compreensível que uma só ovelha se perda que correr o risco de perder as noventa e nove; é mais lógico deixar uma moeda pra lá que revirar a casa por uma só moedinha e depois – e isso é o cúmulo – convidar os amigos, fazer uma festa e gastar mais do que vale a moeda encontrada; é mais fácil entender que o pai desse uma bronca naquele filho sem-vergonha. Enfim, é mais fácil compreender a justiça que a misericórdia!

No entanto, a lógica do Evangelho é outra! Sem contrapor a justiça à misericórdia, a parábola nos apresenta um pai que não é o comum dos pais desta terra, mas o pai só pode ser Deus. Alguma vez escutei e disse aquela frase de que “Deus perdoa tudo, o homem perdoa muitas vezes e a natureza não perdoa nunca”. Hoje eu gostaria de defender a primeira parte: Deus perdoa tudo! Isso sim é motivo de grande alegria! Ele é o nosso Pai, cheio de amor para conosco. Nós, culpados e pecadores, cheios de boas intenções e, também, cheios intenções torcidas e más ações, somos os queridos de Deus. 

Essa parábola deve nos despertar para a beleza do sacramento da Reconciliação (confissão). Na Confissão, através do sacerdote, o Senhor devolve-nos tudo o que perdemos por culpa própria: a graça e a dignidade de filhos de Deus. Cumula-nos da sua graça e, se o arrependimento é profundo, coloca-nos num lugar mais alto do que aquele em que estávamos anteriormente. Devemos valorizar a Confissão porque leva-nos ao problema mais universal e central da conversão evangélica; trata-se de descobrir a verdadeira doença da alma (o pecado). O pecado existe e todo pecado é uma ofensa a Deus; porém a misericórdia de Deus é maior do que todos os nossos pecados. Contudo, supõe uma atitude de retorno: CONVERSÃO.

Deus espera de nós uma entrega alegre, sem tristeza nem constrangimento, pois Deus ama aquele que dá com alegria (2 Cor 9, 7). “É uma doce alegria pensar que o Senhor é justo, que conhece perfeitamente a fragilidade da nossa natureza! Por que então temer? Ele que se dignou perdoar, com tanta misericórdia, as culpas do filho pródigo, não será também justo comigo, que estou sempre junto dEle?” (Santa Teresinha do Menino Jesus). Com alegria sirvamos ao Senhor nas coisas mais pequenas! Preparemos a nossa volta (Confissão)!

“Vou voltar para meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei…” (Lc 15,18). Assim falou consigo o pródigo e logo se levantou e começou a caminhar. Façamos isso também nós: não é necessário que tenhamos ido para uma região distante; na verdade, todos estamos longe, todos pecamos sete vezes; deixemo-nos reconciliar com Deus por Cristo e pela Igreja. A Páscoa será mais linda este ano para nós, será uma verdadeira Páscoa de ressurreição!

Já está justificada a nossa alegria para todo o dia de hoje: Deus é Pai! Eu sou seu filho! Deus é muito bom e os sacerdotes no Sacramento da Penitência têm o Coração de Deus e, por isso, compreendem sempre. Não tenha medo e vá se confessar!

COMENTÁRIOS DOS TEXTOS BÍBLICOS

Textos: Josué 5, 9a.10-12; 2 Co 5, 17-21; Lc 15, 1-3. 11-32

Estamos no coração da Quaresma, que é o tempo propício da conversão, e a Igreja nos propõe hoje uma catequese acerca do  Sacramento da Reconciliação (Confissão); quer nos fazer chegar purificados na Páscoa e  nos indica o caminho privilegiado para esta purificação. A parábola do filho pródigo (Lc 15, 1-3. 11-32), apresenta-se como um sacramento da penitência em ação, tendo no centro a confissão (Pai, pequei!) e no final a absolvição (Este filho tornou a viver).

O ponto de partida para a narração da Parábola é a murmuração dos fariseus e dos escribas, diante da cena onde publicanos e pecadores escutam Jesus: “Este homem acolhe os pecadores e come com eles” (v. 2), comentam.  O acolhimento dos publicanos e pecadores por parte de Jesus é algo de escandaloso na perspectiva dos fariseus; comer com eles, estabelecer laços de familiaridade e de irmandade é algo abominável.  Na perspectiva da teologia da época, os pecadores não podiam aproximar-se de Deus. É neste contexto que Jesus apresenta a Parábola do filho pródigo, na qual encontramos três personagens de referência: o pai, o filho mais novo e o filho mais velho.

O pai, na parábola, é aquele que sabe conjugar o respeito pelas decisões e pela liberdade dos filhos, com um amor gratuito e sem limites. Esse amor manifesta-se na emoção com que abraça o filho que volta, mesmo sem saber se esse filho mudou a sua atitude de orgulho e de auto-suficiência. Trata-se de um amor que permaneceu inalterado, apesar da rebeldia, da ausência e da infidelidade do filho. O amor do pai aparece representado no anel, símbolo da autoridade e do poder (cf. Gn 41,42; Est 3,10; 8,2) e nas sandálias, calçado do homem livre (cf. Gl 5,1).

O filho exige do pai tudo aquilo a que tem direito. A lei judaica prescrevia que o filho mais novo recebesse apenas um terço da fortuna do pai (cf. Dt 21,15-17); mas, ainda que a divisão das propriedades pudesse fazer-se em vida do pai, os filhos não podiam tomar posse de seus bens, senão depois da morte do pai (cf. Eclo 33,20-24). O filho mais novo abandona a casa e o amor do pai e dissipa os bens colocados à sua disposição. É uma imagem de egoísmo, de orgulho e irresponsabilidade.   Após gastar tudo o que possuía, aquele que se tornara totalmente livre, torna-se agora escravo: guardador de porcos.  Para os judeus o porco é um animal impuro, pois servir aos porcos era sinal de extrema alienação e de extrema miséria. O filho mais novo tornou-se um escravo miserável. Sem direito até mesmo de saciar a fome com o alimento oferecido aos porcos.   Neste momento ele então percebe que está perdido.  Percebe que o seu nível de vida é inferior a dos porcos.  Sente um tédio e um vazio inquietador, de uma vida sem sentido e da qual ele só vê um iminente morrer de fome.

O filho mais novo ao partir para um país distante geograficamente, desejava uma mudança não só exterior, mas também interior, pois queria uma vida totalmente diversa. Seu desejo era viver a liberdade, fazer tudo o que desejava e ignorar as normas do pai que ficara distante. Passa a perceber que era muito mais livre quando estava na casa do seu pai, pois era também ele proprietário e contribuía para a edificação do lar. Ao “cair em si” inicia uma reflexão interior que o faz almejar um novo projeto de vida. A decisão pela concretização deste objetivo o leva a uma ação exterior: ele se levanta e direciona os seus passos para um encontro com o pai, com um propósito de recomeçar a sua vida, porque já compreendeu que o caminho por ele percorrido era o caminho errado. Ele quer começar de novo e sabe que perdeu o direito de ser filho e, por isto, está disposto a ser um dos empregados, pois, para ele o mais importante agora é estar na casa do pai, não importa como.

E é neste momento que ele “entra em si mesmo” (cf. v.17).  Podemos dizer que longe da casa do pai, em uma terra distante ele se afastou até de si mesmo.  Ele vivia longe da verdade de sua existência.  A sua mudança, a sua conversão, consiste em que ele reconhece que outrora partiu de si e agora ele regressa a si mesmo.  E é em si mesmo que ele encontra a indicação de um novo caminho: o caminho da casa do Pai.  As palavras que ele preparou para o seu regresso: “Pai, pequei contra o céu e contra ti, já não sou digno de ser chamado teu filho…” (Lc 15,18), nos permitem reconhecer a peregrinação interior que ele então realiza.

E ao chegar à casa recebe do pai o abraço e o beijo, sinal de reconciliação e perdão.  É oferecida uma festa e então ele percebe que a vida pode começar de novo. Ele regressa à casa paterna interiormente maduro e purificado: compreendeu o que é viver. Mesmo diante de possíveis tentações futuras, estará ele plenamente consciente de que uma vida longe da casa do Pai não funciona: falta o essencial, falta a luz, falta o sentido da vida.

Não podemos esquecer o início do Evangelho, quando a narrativa nos faz lembrar que Jesus aproximava-se dos publicanos e dos pecadores, chegando mesmo a fazer-se convidar por eles, o que o tornava impuro, aos olhos daqueles que se sentiam puros. Na Parábola, ao abraçar o filho que julgava perdido, cobrindo-o de beijos, o pai também se torna impuro, também pelo próprio ato de “tocar” este filho que regressava, depois de uma vida desordenada.  Como os fariseus e os escribas, o filho mais velho se recusa a entrar em comunhão com um pecador, por se julgar puro e não podia se unir aos impuros.

O filho mais velho, cumpridor de todas as regras, sempre observou o que o pai mandou. Nunca pensou em deixar o espaço cômodo e acolhedor da casa do pai. No entanto, a sua lógica é a lógica da “justiça” e não a lógica do amor e da misericórdia. Ele acha que tem créditos superiores aos do irmão e não compreende nem aceita que o pai queira exercer a misericórdia para com o filho rebelde. Semelhante à imagem dos fariseus e escribas que interpelaram Jesus porque cumpriam rigorosamente as exigências da Lei, desprezavam os pecadores e achavam que essa devia ser também a lógica de Deus.  Eles desconheciam o Deus misericordioso que acolhe o pecador e se alegra com o seu regresso.

Nesta parábola conhecemos a identidade de Deus: Deus é amor (cf. 1Jo 4,16).  Ele é o Pai misericordioso que em Jesus nos ama e nos perdoa. Os erros que cometemos, mesmo se grandes, não prejudicam a fidelidade do seu amor. Ele nos acolhe e nos restitui a dignidade de filhos. Com isto podemos redescobrir o Sacramento da Penitência e do Perdão, que faz brotar a alegria num coração renascido para a verdadeira vida.

Mas a grande beleza deste texto se esconde na palavra grega “splanchnizomai”, normalmente traduzido para o português como: “movido de compaixão”. Trata-se, na realidade, de um movimento visceral, como que de parto. O filho “que estava morto e voltou à vida” (v. 24), renasce no abraço misericordioso do Pai. Por isso o pai exclama: “É preciso fazer festa e alegrar-se” (v. 24).

Assim como o Filho Pródigo, hoje nós também somos convidados a percorrer um caminho interior, lançar um olhar para nós mesmos, para que possamos direcionar os nossos pensamentos e os nossos atos para a conversão que, antes de ser um esforço para mudar o nosso comportamento, é uma oportunidade para recomeçar, ou seja, abandonar o pecado e escolher voltar para Deus, para a casa do Pai.

A verdadeira miséria do filho mais novo é de não ter ninguém atento a ele, que o olhe. Para os seres humanos, o olhar é vital. O filho sente a falta de um olhar de amor, sente fome de amor. Jesus quer mudar esta situação, renovando relações em que o amor possa circular de novo. Jesus lança o seu olhar de amor também sobre cada um de nós. Um olhar que é fonte de vida! Um olhar do qual não podemos fugir!

A segunda parte da parábola deste domingo é uma crítica à conduta do filho mais velho, mas também uma crítica da nossa própria conduta. Se estamos a serviço de Deus sem nunca ter desobedecido às suas leis, podemos correr o risco de faltar em nós o amor e a misericórdia.  Com esta parábola é Deus que por meio de Cristo fala conosco.

Possamos também nós um dia receber este abraço do Pai a nos acolher em sua casa, participando do banquete que Ele nos preparou, em plena união com Ele e com os nossos irmãos. Assim seja.

PARA REFLETIR
 
Este Domingo hodierno, caríssimos, marca como que o início de uma segunda parte da Santa Quaresma. Primeiramente é chamado “Domingo Laetare”, isto é “Domingo Alegra-te”, porque, no Missal, a antífona de entrada traz as palavras do Profeta Isaías: “Alegra-te, Jerusalém! Reuni-vos, vós todos que a amais; vós que estais tristes, exultai de alegria! Saciai-vos com a abundância de suas consolações!” Um tom de júbilo na sobriedade quaresmal! É que já estamos às portas “das festas que se aproximam”. A Igreja é essa Jerusalém, convidada a reunir seus filhos na alegria, pela abundância das consolações que a Páscoa nos traz! Este tom de júbilo aparece nas flores que são colocadas hoje na igreja e na cor rosa dos paramentos do celebrante.

Depois deste Domingo, o tom da Quaresma muda. A partir de amanhã, até a Semana Santa, todos os evangelhos da Missa serão de São João. Isto porque o Quarto Evangelho é, todo ele, como um processo entre os judeus e Jesus: os judeus levarão Jesus ao tribunal de Pilatos. Este condena-lo-á, mas Deus haverá de absolvê-lo e ressuscitá-lo! A partir de amanhã também, a ênfase da Palavra de Deus que ouviremos na Missa da cada dia, deixa de ser a conversão, a penitência, a oração e a esmola, para ser o Cristo no mistério de sua entrega de amor, de sua angústia, ante a paixão e morte que se aproximam.

Em todo caso, não esqueçamos: a Quaresma conduz à Páscoa. A primeira leitura da Missa no-lo recorda ao nos falar da chegada dos israelitas à Terra Prometida. Eles celebraram a Páscoa ao partirem do Egito e, agora, chegando à Terra Santa, celebram-na novamente. Aí, então, o maná deixou de cair do céu. Coragem, também nós: estamos a caminho: nossa Terra Prometida é Cristo, nossa Páscoa é Cristo, nosso maná é Cristo! Ele, para nós, é, simplesmente, tudo! Estão chegando os dias solenes de celebração de sua Páscoa!

Quanto à liturgia da Palavra, chama-nos atenção hoje a parábola do filho pródigo. Por que está ela aí, na Quaresma? Recordemos como Lucas começa: “Naquele tempo, os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para escutá-lo. Os fariseus, porém, e os escribas criticavam Jesus. ‘Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles’”. Então: de um lado, os pecadores, miseráveis sem esperança ante Deus e ante os homens, que, agora, cheios de esperança nova e alegria, aproximam-se de Jesus, que se mostra tão misericordioso e compassivo. Do outro lado, os homens de religião, os praticantes, que sentem como que ciúme e recriminam duramente a Jesus! É para estes que Jesus conta a parábola, para explicar-lhes que o seu modo de agir, ao receber os pecadores, é o modo de agir de Deus!

Quem é o Pai da parábola? É o Deus de Israel, o Pai de Jesus. Quem é o filho mais novo? São os pecadores e publicanos. Este filho sem juízo deixou o Pai, largou tudo, pensando poder ser feliz por si mesmo, longe de Deus, procurando uma liberdade que não passava de ilusão. Como ele termina? Longe do Pai, sozinho, humilhado e maltrapilho, sem poder nem mesmo comer lavagem de porcos – recordemos que, para os judeus, os porcos são animais impuros! Mas, no seu pecado, na sua loucura e na sua miséria, esse jovem é sincero e generoso: caiu em si, reconheceu que o Pai é bom (como ele nunca tinha parado para perceber), reconheceu também que era culpado, que fora ingrato… e teve coragem de voltar: confiou no amor do Pai. Cheio de humildade, ele queria ser tratado ao menos como um empregado! Esse moço tem muito a nos ensinar: a capacidade de reconhecer as próprias culpas, a maturidade de não jogar a responsabilidade nos outros, a coragem de arrepender-se, a disposição de voltar, confiando no amor do Pai! Para cada filho que volta assim, o Pai prepara uma festa (a Páscoa) e o novilho cevado (o próprio Cristo, cordeiro de Deus) e um banquete (a Eucaristia) e a melhor veste (a veste alva do Batismo, cuja graça é renovada na Reconciliação).

E o filho mais velho, quem é? São os escribas e fariseus, são os que pensam que estão em ordem com o Pai e não lhe devem nada, são os que se acham no direito de pensar que são melhores que os demais e, por isso, merecem a salvação. O filho mais velho nunca amou de verdade o Pai: trabalhou com ele, nunca saiu do lado dele, mas fazendo conta de tudo, jamais se sentindo íntimo do Pai, de tudo foi fazendo conta para, um dia, cobrar a fatura: “Eu trabalho para ti a tantos anos, jamais desobedeci qualquer ordem tua. E tu nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos” O filho nunca compreendera que tudo quanto era do Pai era seu… porque nunca amara o Pai de verdade: agia de modo legalista, exterior, fazendo conta de tudo… E, agora, rancoroso, não aceitava entrar na festa do Pai, no coração do Pai, no amor do Pai, para festejar com o Pai a vida do irmão! O Pai insiste para que entre… mas, os escribas e os fariseus não quiseram entrar na festa do Pai, que Jesus veio celebrar neste mundo…

Quem somos nós, nesta parábola? Somos o filho mais novo e somos também o mais velho! Somos, às vezes, loucos, como o mais jovem, e duros e egoístas, como o mais velho. Pedimos perdão como o mais novo, e negamos a misericórdia, como o mais velho. Queremos entrar na festa do Pai como o mais novo, e, às vezes, temos raiva da bondade de Deus para com os pecadores, como o mais velho! Convertamo-nos!

São Paulo nos ensinou na Epístola que, em Cristo, Deus reconciliou o mundo com ele e fez de nós, criaturas novas. O mundo velho, marcado pelo pecado, desapareceu. Em nome de Cristo, Paulo pediu – e eu vos suplico também: “Deixai-vos reconciliar com Deus! Aquele que não cometeu nenhum pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele nos tornemos justiça de Deus!”

Alegremo-nos, pois! Cuidemos de entrar na festa do Pai, que Cristo veio trazer: peçamos perdão a Deus, demos perdão aos irmãos! “Como o Senhor vos perdoou e acolheu, perdoai e acolhei vossos irmãos!” Deixemos que Cristo nos renove, ele que é Deus bendito pelos séculos. Amém.

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