quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Jovem queima Bíblia durante encontro de ateus no Acre.


Este fato triste que aconteceu no Acre nos faz refletir sobre algumas verdades que não são contadas em muitas de nossas escolas e universidades…

Em um evento ateu que diz lutar por um Estado sem religião, a Bíblia Sagrada, Palavra de Deus, foi queimada, no Acre. O responsável pela 4ª edição do “Encontro Nacional de Ateus” (ENA), Felipe Zanon, militante petista, formado em história e estudante do 3º período do curso de Direito da Universidade Federal do Acre (UFAC), disse que a queima da Bíblia Sagrada foi “para protestar contra o mal causado pelo cristianismo ao longo de sua história”. Ele afirma que autorizou o ato blasfemo. Quem fez a queima da Bíblia foi o vocalista da banda Violação Anal, Roberto Oliveira. Ele queimou um exemplar da Bíblia em meio a apresentação de sua banda, na 4ª edição do Sara(te)u – Uma noite dionisíaca realizada na UFAC.

O militante petista disse: “Eu acredito em mim mesmo, no que sou, no que posso! Respeito os demais, suas crenças… Não temos problema nenhum em quem crer ou não em Deus. Nós buscamos a laicidade do Estado, queremos um estado sem religião, todos merecem o mesmo respeito…”


A matéria abaixo citada afirma que Felipe Zanon “já foi policial militar, mas foi expulso da corporação por indisciplina. Em julho do ano passado, foi preso preventivamente acusado de agredir e chantagear garotas com vídeos íntimos. Ao menos quatro jovens, com idades entre 16 e 21 anos, denunciaram o rapaz”.

Reitero a fala de Felipe Zanon que diz “lutar por um Estado sem religião”; ora, a nossa Constituição Federal não impõe aos brasileiros nenhuma religião, e defende a liberdade religiosa. Quem deseja amar, adorar e servir a Deus, que nos deu a Bíblia Sagrada, é o povo. O Estado brasileiro é laico, mas o povo é religioso. Ao menos 90% dos brasileiros são cristãos (católicos, protestantes, ortodoxos, anglicanos, etc…) e têm a Bíblia como Santa Palavra de Deus. Ora, não se pode ofender de maneira tão bárbara a maioria do povo católico. Segundo o Código Penal configura crime. Quem deseja ser respeitado, precisa antes respeitar os outros. Este homem afirmou: “Respeito os demais, suas crenças…”. Se fosse verdade não autorizaria e aprovaria um gesto que ofende a esmagadora maioria cristã. Suas palavras não condizem com o gesto tão ofensivo.

Por outro lado, Zanon também afirma que o gesto foi “para protestar contra o mal causado pelo cristianismo ao longo de sua história”. Ora, será que ele sabe que foi a Igreja Católica quem salvou a civilização Ocidental de desaparecer? Veja o que diz o Dr. Thomas Woods, da Universidade de Harvard:

“Bem mais do que o povo hoje tem consciência, a Igreja Católica moldou o tipo de civilização em que vivemos e o tipo de pessoas que somos. Embora os livros textos típicos das faculdades não digam isto, a Igreja Católica foi a indispensável construtora da Civilização Ocidental. A Igreja Católica não só eliminou os costumes repugnantes do mundo antigo, como o infanticídio e os combates de gladiadores, mas, depois da queda de Roma, ela restaurou e construiu a civilização”. [T. Woods, How the catholic church built the Westen Civilization, 2005, pg. 7].

Nos orgulhamos da Civilização Ocidental que a Igreja Católica salvou, onde se preza a liberdade, os direitos humanos, o respeito pela mulher e por cada pessoa. Sem o trabalho lento e paciente da Igreja durante cerca de dez séculos, após a queda do Império Romano e a ameaça dos bárbaros, o Ocidente não seria o mesmo. Foi a Igreja quem preservou as obras literárias da Antiguidade.

Foi esta civilização moderna, gerada no bojo do Cristianismo que nos deu o milagre das ciências modernas, a saudável economia de livre mercado, a segurança das leis, a caridade como uma virtude, o esplendor da Arte e da Música, uma filosofia assentada na razão, a agricultura, a arquitetura, as primeiras Universidades, as Catedrais e muitos outros dons que nos fazem reconhecer em nossa Civilização a mais bela e poderosa civilização da História. Na verdade a Igreja soube aproveitar o que havia de bom na civilização greco-romana, não as desprezou, e soube com os valores cristãos moldar a nossa Civilização. Nossa Civilização tem uma enorme dívida com a Igreja.

É preciso saber distinguir entre a “Pessoa” da Igreja, fundada por Cristo, divina, santa, e as “pessoas” da Igreja que são seus filhos, santos e pecadores. Onde há homens há erros e pecados. Na Igreja também.

A contribuição da Igreja para o desenvolvimento da ciência foi enorme; muitos cientistas foram padres. Pe. Nicholas Steno, é considerado o “pai da geologia”. O “pai da egiptologia” foi o padre Athanasius Keicher. A primeira pessoa a medir a taxa de aceleração de um corpo em queda livre foi o Pe. Giambattista Riccioli. Pe. Rober Boscovitch é considerado o pai da moderna teoria atômica. Os jesuítas se dedicavam ao estudo dos terremotos tal que a sismologia veio a ser conhecida como a “ciência Jesuítica”. Trinta e cinco crateras da lua foram nomeadas por cientistas e matemáticos jesuítas.

J. L. Heilbron (1999), da Universidade da Califórnia em Berkeley, disse que: “A Igreja Católica Romana deu mais suporte financeiro e social ao estudo da astronomia por mais de seis séculos do que qualquer outra instituição”. T. Woods afirma que “o verdadeiro papel da Igreja no desenvolvimento da ciência moderna permanece um dos mais bem guardados segredos da história moderna”.

Foram os monges da Igreja que preservaram a herança literária do mundo Antigo após a queda de Roma diante dos bárbaros em 476.

Reginald Grégoire (1985) afirma que os monges deram “a toda a Europa… uma rede de fábricas, centros de criação de gado, centros de educação, fervor espiritual,… uma avançada civilização emergiu da onda caótica dos bárbaros”. Ele afirma que: “Sem dúvida alguma S. Bento (o mais importante arquiteto do monaquismo ocidental) foi o Pai da Europa. Os Beneditinos e seus filhos, foram os Pais da civilização Europeia”.

O desenvolvimento do conceito de “lei internacional” é atribuída aos pensadores dos séc. XVII e XVIII, mas na verdade surgiu no séc. XVI nas universidades espanholas católicas; foi o Padre Francisco de Vitória, quem ganhou o título de “pai da lei internacional”. A lei ocidental é uma dádiva da Igreja; a lei canônica foi o primeiro sistema legal na Europa, o que deu início ao primeiro corpo coerente de leis.

Segundo Harold Berman (1974), “foi a Igreja que primeiro ensinou ao homem ocidental um sistema moderno de lei. A Igreja foi quem primeiro ensinou que conflitos, estatutos, casos, e doutrina podem ser reconciliadas por análises e sínteses”. A formulação dos direitos, que surgiu da civilização ocidental, não veio de John Locke e Thomas Jefferson, mas muito antes, das leis canônicas da Igreja Católica.

Alguns historiadores de economia antiga afirmam que a moderna economia, surgiu com Adam Smith e outros teóricos da economia do séc. XVIII, mas estudos recentes estão mostrando a importância do pensamento econômico dos Escolásticos da Igreja, particularmente os teólogos católicos espanhóis e séc. XV e XVI. O grande economista atual Joseph Schumpeter considera que esses pensadores católicos foram os fundadores da ciência econômica moderna.

Woods cita Lecky, um historiador do séc. XIX, crítico da Igreja, que admitiu que, tanto no campo espiritual como no compromisso da Igreja com os pobres, foi feito algo novo no mundo ocidental e que representou um grande crescimento em relação à Antiguidade.

Assim, a Igreja berçou a Civilização Ocidental em todos os seus campos: arte, filosofia, física, matemática, música, arquitetura, direito, economia, moral, ciência, letras, línguas, etc…

A Igreja Católica foi e é a Instituição que mais caridade fez e faz no mundo. Segundo revelam os dados do último “Anuário Estatístico da Igreja”, (2015), publicado pela “Agência Fides” a Igreja administra 115.352 Institutos sanitários, de assistência e beneficência em todo o mundo. Deste número, 5.167 hospitais, a maior parte na América, 1.493 e 1.298 na África; 17.322 dispensários (serviços de saúde) a maioria na África; 5.256, América 5.137 e Ásia 3.760; 648 leprosários distribuídos principalmente na Ásia (322) e África (229);15.699 casas para idosos, doentes crônicos e deficientes – Europa (8.200) e América (3.815); 10.124 orfanatos, principalmente na Ásia (3.980) e América (2.418); 11.596 jardins da infância, a maior parte na América (3.661) e Ásia (3.441); 14.744 consultores matrimoniais, distribuídos no continente americano (5.636) e Europa (6.173); 3.663 centros de educação e reeducação social, além de 36.386 instituições de outros tipos.

Será que Zanon conhece esses dados? Dizem os bons filósofos que quando faltam argumentos, se apela para a violência. Não é um bom caminho.



Prof. Felipe Aquino
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Canção Nova

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