terça-feira, 30 de junho de 2015

Cerca de 2,5 milhões de devotos são esperados para Festa do Divino Pai Eterno 2015


Teve início nesta sexta-feira, a festa do Divino Pai Eterno, em Trindade (GO). O grande dia da comemoração é sempre o primeiro domingo de julho – neste ano, dia 5 –, mas, nos nove dias anteriores, já há vasta programação que inclui Missas, novenas, romarias. Segundo a organização, são esperadas cerca de 2,5 milhões pessoas.

De acordo com o reitor do Santuário Basílica do Divino Pai eterno, Padre Edinisio Pereira, tudo foi preparado para receber romeiros de todas as partes do país. “Ao chegar a Trindade, o romeiro vai sentir a acolhida, um ambiente propício à oração, à fraternidade”, afirmou.

Neste ano, a festa tem como tema “Consagrados ao Pai Eterno”, inspirado na carta do Papa Francisco por ocasião do Ano da Vida Consagrada. Segundo o reitor, a proposta é que os romeiros façam a renovação da fé. “O que os devotos vão receber aqui é para ser colocado em prática nas suas comunidades, nos locais de trabalho, em suas vidas, vivendo os valores do Evangelho”, pontuou.

Durante os dez dias de festas, serão 115 Missas, 45 novenas, 30 orações de terço e 11 procissões, além de centenas de Batizados e milhares de confissões. Mas, a tradição dessa festividade são as romarias. Muitos devotos percorrem, a pé, o trajeto entre os municípios de Goiânia e Trindade, com cerca de 18 km, como forma de pagar promessas, pedir graças e agradecer bênçãos alcançadas. 

Como NÃO pregar um sermão

Conselho de um padre para os padres

A exortação apostólica "Evangelii Gaudium", do papa Francisco, nos traz várias dicas sobre como dar a homilia de domingo. As diretrizes sobre a pregação, da Congregação para o Culto Divino, analisam a natureza da homilia litúrgica. Juntamente com esses conselhos vindos diretamente da Santa Sé, eu gostaria, como veterano de 60 anos no mundo e 30 anos no púlpito, de oferecer as minhas próprias sugestões sobre como NÃO pregar uma homilia.

1. Faça com que tudo gire em torno de você.

Dê um sermão rigorosamente autobiográfico. Os fiéis vieram à missa com uma vontade incontrolável de saber tudo sobre as suas últimas férias. Não há necessidade alguma de falar daquela peculiar leitura sobre Abraão, Isaac e a faca.

Eu ouvi, recentemente, um sermão sobre as meias de um padre. O padre explicou o quanto é difícil manter juntos os pares de meias. Falou do seu sabão em pó preferido para lavar as meias e das vantagens de estendê-las no varal. Disse que, entre os padres, existe uma polêmica sobre o que é mais adequado: usar meias listradas ou totalmente pretas (essa foi nova para mim). Ficamos todos esperando por alguma relação entre as meias e a vida espiritual. Será que a meia perdida seria mais ou menos como a ovelha perdida na parábola do Bom Pastor? O mistério não foi desvendado. A homilia terminou com a revelação de que o padre às vezes acha difícil lavar a roupa.

Em outra ocasião, ouvi um sermão em que o pregador falava do ressentimento. O tema tinha a ver com o Evangelho, que tratava das disputas e ciúmes entre os apóstolos. Como aquecimento para o assunto, o pregador descreveu os próprios ressentimentos para com seu irmão (que era esportista e ganhava muitas medalhas), para com um professor da sexta série (que era muito crítico) e para com a sua querida mãe (que era um pouco distante dos filhos).

Caro padre, você não foi ordenado para contar a sua própria história. Você foi ordenado para proclamar outra Pessoa.

2. Deixe tudo nas mãos do Espírito Santo: não há qualquer necessidade de preparar a homilia.

Um dos gêneros homiléticos mais populares hoje em dia consiste em guiar os fiéis por uma espécie de excursão de 20 minutos por entre vários mundos paralelos. O pregador vai descarregando todo um catálogo de pensamentos aleatórios e desconexos. Um padre nos contou, em outro recente sermão improvisado, que Samuel tinha ouvido um barulho parecido com um sussurro, que devemos ter paciência com as pessoas que estão perdendo a audição, que o comparecimento na quermesse de Natal foi ótimo (aplausos dos fiéis ouvintes), que os recentes acontecimentos no Oriente Médio são perturbadores e que devemos ser cuidadosos com as coisas que postamos no Facebook. Ah, sim, e também que houve um erro no boletim da paróquia: a segunda coleta será destinada ao coral e não às bolsas de estudo para o ensino fundamental.

Tudo bem, padre: você está sobrecarregado. Mesmo assim, os seus paroquianos têm direito a um sermão que tenha começo, meio e fim. Eles desejam uma luz espiritual clara, fundamentada na Escritura, fruto da sua oração e do seu estudo sobre as lições bíblicas.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Maria, Pedro e Paulo são nossos guias no caminho da fé e da santidade


PAPA FRANCISCO

ANGELUS

Praça São Pedro
Segunda-feira, 29 de Junho de 2015

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

A Solenidade de hoje dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo é celebrada, como vocês sabem, pela Igreja, mas é vivida com alegria particular pela Igreja de Roma, porque o testemunho deles, selado com sangue, tem nessa sua fundação. Roma nutre especial carinho e gratidão por esses homens de Deus, que vieram de uma terra distante para proclamar, com suas vidas, o Evangelho de Cristo ao qual se dedicaram totalmente. O legado glorioso destes dois Apóstolos é fonte de orgulho espiritual para Roma e, ao mesmo tempo, um convite para viver as virtudes cristãs, especialmente a fé e a caridade: a fé em Jesus como Messias e Filho de Deus, que Pedro professou primeiro e Paulo proclamou às nações; e a caridade, que essa Igreja é chamada a servir com horizonte universal.

Na oração do Angelus, em memória dos santos Pedro e Paulo associamos também a de Maria, imagem viva da Igreja, esposa de Cristo, que os dois Apóstolos "fecundaram com o seu sangue" (antífona de entrada da Missa do dia). Pedro conheceu pessoalmente a Maria e conversando com ela, especialmente nos dias antes de Pentecostes (cf. At 1,14), foi capaz de aprofundar o seu conhecimento do mistério de Cristo. Paulo, ao anunciar o cumprimento do plano de salvação "na plenitude do tempo", não deixou de recordar a "mulher" de quem o Filho de Deus nasceu no tempo (cf. Gal 4,4). Na evangelização dos dois Apóstolos aqui em Roma, há também as raízes da profunda e secular devoção dos romanos à Virgem, especialmente invocada como Salus Populi Romani. Maria, Pedro e Paulo são nossos companheiros de viagem na busca por Deus; são nossos guias no caminho da fé e da santidade; eles nos levam para Jesus, para fazer tudo o que Ele nos pede. Invoquemos a ajuda deles, para que os nossos corações possam estar sempre abertos para as sugestões do Espírito Santo e para o encontro com os irmãos.

Na celebração eucarística, que foi realizada esta manhã na Basílica de São Pedro, eu abençoei o pálio dos arcebispos metropolitanos nomeados no último ano, provenientes de várias partes do mundo. Renovo as minhas saudações e votos de felicidades a eles, aos familiares e àqueles que os acompanham nesta importante ocasião, e espero que o pálio, além de aumentar os vínculos de comunhão com a Sé de Pedro, seja estímulo para um serviço mais generoso às pessoas confiadas ao seu zelo pastoral. Na mesma liturgia eu tive o prazer de saudar os membros da delegação que chegou a Roma em nome do Patriarca Ecumênico Bartolomeu I, caríssimo irmão, para participar, como todos os anos, da festa dos santos Pedro e Paulo. Também essa presença é sinal do vínculo fraterno existente entre as nossas Igrejas. Rezemos para que seja reforçado o caminho da unidade entre nós.

A nossa oração hoje é especialmente para a cidade de Roma, para seu bem estar espiritual e material: a graça divina sustente o povo romano, para que vivam em plenitude a fé cristã, testemunhada com zelo intrépido pelos Santos Pedro e Paulo. Interceda por nós a Santíssima Virgem, Rainha dos Apóstolos.

(Depois do Angelus) 

Dia de São Pedro e São Paulo: Papa destaca fé e testemunho


SANTA MISSA E BÊNÇÃO DOS PÁLIOS
PARA OS NOVOS ARCEBISPOS METROPOLITANOS
NA SOLENIDADE DOS SANTOS APÓSTOLOS PEDRO E PAULO

HOMILIA DO PAPA FRANCISCO

Basílica Vaticana
Segunda-feira, 29 de Junho de 2015

A leitura tirada dos Atos dos Apóstolos fala-nos da primeira comunidade cristã assediada pela perseguição. Uma comunidade duramente perseguida por Herodes, que «mandou matar à espada Tiago (...) e mandou também prender Pedro (...). Depois de o mandar prender, meteu-o na prisão» (12, 2-4).

Mas não quero deter-me nas atrozes, desumanas e inexplicáveis perseguições, infelizmente ainda hoje presentes em tantas partes do mundo, muitas vezes sob o olhar e o silêncio de todos. Prefiro hoje venerar a coragem dos Apóstolos e da primeira comunidade cristã; a coragem de levar por diante a obra de evangelização, sem medo da morte nem do martírio, no contexto social dum império pagão; venerar a sua vida cristã, que para nós, crentes de hoje, é um forte apelo à oração, à fé e ao testemunho.

Um apelo à oração. A comunidade era uma Igreja em oração: «Enquanto Pedro estava encerrado na prisão, a Igreja orava a Deus, instantemente, por ele» (At 12, 5). E, pensando em Roma, as catacumbas não eram lugares para escapar das perseguições, mas principalmente lugares de oração, para santificar o domingo e para elevar, do seio da terra, uma adoração a Deus que nunca esquece os seus filhos.

A comunidade de Pedro e Paulo ensina-nos que uma Igreja em oração é uma Igreja de pé, sólida, em caminho! Na verdade, um cristão que reza é um cristão protegido, guardado e sustentado, mas sobretudo não está sozinho.

E a primeira leitura continua: «Diante da porta estavam sentinelas de guarda à prisão. De repente apareceu o anjo do Senhor e a masmorra foi inundada de luz. O anjo despertou Pedro, tocando-lhe no lado (…) e as correntes caíram-lhe das mãos» (12, 6-7). 

Carta Circular sobre os abusos sexuais contra menores por parte de clérigos


 CARTA CIRCULAR

para ajudar as Conferências Episcopais na preparação de linhas diretrizes
no tratamento dos casos de abuso sexual contra menores por parte de clérigos

Dentre as importantes responsabilidades do Bispo diocesano para assegurar o bem comum dos fiéis e, especialmente das crianças e dos jovens, existe o dever de dar uma resposta adequada aos eventuais casos de abuso sexual contra menores, cometidos por clérigos na própria diocese. Tal resposta implica a instituição de procedimentos capazes de dar assistência às vítimas de tais abusos, bem como a formação da comunidade eclesial com vistas à proteção dos menores. Tal resposta deverá prover à aplicação do direito canônico neste campo, e, ao mesmo tempo, levar em consideração as disposições das leis civis.

I.     Apectos gerais:

a)   As vítimas do abuso sexual:

A Igreja, na pessoa do Bispo ou de um seu delegado, deve se mostrar pronta para ouvir as vítimas e os seus familiares e para se empenhar na sua assistência espiritual e psicológica. No decorrer das suas viagens apostólicas, o Santo Padre Bento XVI deu um exemplo particularmente importante com a sua disposição para encontrar e ouvir as vítimas de abuso sexual. Por ocasião destes encontros, o Santo Padre quis se dirigir às vítimas com palavras de compaixão e de apoio, como aquelas que se encontram na sua Carta Pastoral aos Católicos da Irlanda (n. 6): “Sofrestes tremendamente e por isto sinto profundo desgosto. Sei que nada pode cancelar o mal que suportastes. Foi traída a vossa confiança e violada a vossa dignidade.”

b)   A proteção dos menores:

Em algumas nações foram lançados, em âmbito eclesiástico, programas educativos de prevenção, a fim de assegurar “ambientes seguros” para os menores. Tais programas tentam ajudar os pais, e também os operadores pastorais ou escolásticos, a reconhecer os sinais do abuso sexual e a adotar as medidas adequadas. Os supracitados programas mereceram amiúde um reconhecimento como modelos na luta para eliminar os casos de abuso sexual contra menores nas sociedades hodiernas. 

domingo, 28 de junho de 2015

Ângelus: Papa recusa confusões entre ressurreição e reencarnação


PAPA FRANCISCO

ANGELUS

Praça São Pedro
Domingo, 28 de Junho de 2015 

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

O Evangelho de hoje apresenta a história da ressurreição de uma jovem de doze anos de idade, filha de um dos chefes da sinagoga, que cai aos pés de Jesus e lhe implora: "Minha filhinha está nas últimas; Vem, impõe-lhe as mãos para que se salve e viva" (Marcos 5,23). Nesta oração nós sentimos a preocupação de todos os pais pela vida e pelo bem de seus filhos. Mas também sentimos a grande fé que este homem tem em Jesus. E quando chega a notícia de que a menina está morta, Jesus diz: "Não temas, crê somente" (v 36). Nos dá coragem estas palavras de Jesus! Ele diz também a nós, tantas vezes: "Não temas, crê somente". Ao entrar em casa, o Senhor manda embora todas as pessoas que choram e gritam, se dirige à jovem morta e diz: "Menina, eu te digo: levanta-te!" (V. 41). No mesmo instante, a menina se levantou e começou a andar. Aqui se vê o poder absoluto de Jesus sobre a morte física, que para Ele é como um sono do qual se pode despertar.

Nesta narração, o Evangelista insere outro episódio: a cura de uma mulher que há doze anos sofria de perda de sangue. Por causa desta doença que, de acordo com a cultura da época, a tornava "impura", ela deveria evitar todo contato humano: pobrezinha, estava condenada a uma morte civil. Esta mulher anônima, em meio à multidão que segue Jesus, diz: "Se ao menos eu tocar suas roupas, serei salva" (v. 28). E assim acontece: a necessidade de ser libertada a impulsiona a ousar e a fé "rasga”, por assim dizer, de Jesus a cura. Quem crê "toca" em Jesus e obtém dele a graça que salva. A fé é isso: tocar Jesus e tirar-lhe a graça que salva. Nos salva, salva a nossa vida espiritual, nos salva de muitos problemas. Jesus percebe isso e, em meio à multidão, procura o rosto da mulher. Ela aproxima-se trêmula e Ele diz: "Minha filha, a tua fé te salvou" (v. 34). É a voz do Pai Celeste que fala em Jesus: "Filha, você não é amaldiçoada, você não é excluída, você é minha filha". E cada vez que Jesus vem a nós, quando vamos a Ele com fé, nós ouvimos do Pai: "Filho, você é meu filho, você é minha filha! Você está curado, você está curada. Eu perdoo tudo e todos. Eu curo tudo e todos".

Estes dois episódios - a cura e a ressurreição - têm um único centro: a fé. A mensagem é clara, e pode ser resumida em uma pergunta: cremos que Jesus pode curar e pode nos despertar da morte? Todo o Evangelho é escrito à luz desta fé: Jesus ressuscitou, ele venceu a morte, e por causa desta vitória também nós ressuscitaremos. Esta fé, que para os primeiros cristãos era segura, pode obscurecer-se e tornar-se incerta, a ponto de alguns confundirem ressurreição com reencarnação. A Palavra de Deus deste domingo nos convida a viver na certeza da ressurreição: Jesus é o Senhor, Jesus tem poder sobre o mal e sobre a morte, e quer nos levar para a casa do Pai, onde reina a vida. E lá nos encontraremos, todos nós que estamos aqui na Praça hoje, nos encontraremos na casa do Pai, na vida que Jesus nos dará.

A Ressurreição de Cristo age na história como princípio de renovação e de esperança. Quem estiver desesperado e extenuado, se confiar em Jesus e no seu amor pode recomeçar a viver. Começar uma nova vida, mudar de vida é uma forma de ressurgir, de ressuscitar. A fé é uma força de vida, dá plenitude à nossa humanidade; e quem crê em Cristo, deve ser reconhecido por promover a vida em qualquer situação, por possibilitar a todos, especialmente aos mais vulneráveis, o amor de Deus que liberta e salva.

Peçamos ao Senhor, por intercessão de Nossa Senhora, o dom de uma fé forte e corajosa, que nos impulsiona a ser difusores de esperança e de vida entre nossos irmãos.

(Depois do Angelus) 

Hoje, o Sucessor de Pedro tem nome de Francisco, e Francisco, o de Assis, encontrou um dia uma igreja em ruínas


Pedro vem de pedra, Pedro vem de Simão, Simão, irmão de André, Simão companheiro de Paulo, Pedro escolhido para confirmar os irmãos. Pedro, homem escolhido para fundamento, ponto de unidade, ainda que limitado e fraco. Apenas uma brincadeira com as palavras? Uma realidade, diante da qual nos inclinamos respeitosos, pela grandeza da obra realizada por Deus. Celebramos a Festa de São Pedro, e com ela a unidade e a missão da Igreja.

Hoje, o Sucessor de Pedro tem nome de Francisco, e Francisco, o de Assis, encontrou um dia uma igreja em ruínas, dedicada a São Damião. O Senhor crucificado lhe dirigiu a palavra, pedindo-lhe para reconstruir. Francisco entendeu "igreja" e Jesus queria dizer "Igreja", a Igreja! Aquela que está sempre em construção, pois, nascida como esposa imaculada do lado do Senhor crucificado, é confiada aos homens e mulheres de todos os tempos, até a volta do Senhor. Como edificá-la? Francisco de Assis entendeu: "Se você quiser servir a Deus, faça poucas coisas, mas as faça bem, pedra por pedra, com esperança de ver Jesus, dia após dia, com alegria!".

Há poucos dias estive mais uma vez com o Papa Francisco e tive a alegria de estar bem perto dele. Impressionou-me a naturalidade com que se relaciona com as pessoas, fazendo-se um com os cerca de mil e cem sacerdotes reunidos em Retiro na Basílica de São João de Latrão, em Roma. Depois, a profundidade de suas reflexões, destiladas em palavras que entram imediatamente no coração das pessoas. Quando respondia às perguntas feitas pelos padres, dirigia-se logo ao âmago dos problemas apresentados, sem medo dos desafios. Mais uma vez pediu orações a todos os presentes, dizendo com simplicidade "porque eu sou um pecador!". E a Santa Missa! Celebrada com intenso espírito de fé! Como o Pedro das margens do Mar da Galileia, o Francisco de hoje tem a missão de confirmar os irmãos! 

Considerações sobre os projetos de Reconhecimento Legal das Uniões entre pessoas Homossexuais.


CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ

CONSIDERAÇÕES
SOBRE OS PROJETOS
DE RECONHECIMENTO LEGAL
DAS UNIÕES ENTRE PESSOAS
HOMOSSEXUAIS

INTRODUÇÃO

1. Diversas questões relativas à homossexualidade foram recentemente tratadas várias vezes pelo Santo Padre João Paulo II e pelos competentes Dicastérios da Santa Sé.(1) Trata-se, com efeito, de um fenómeno moral e social preocupante, inclusive nos Países onde ainda não se tornou relevante sob o ponto de vista do ordenamento jurídico. A preocupação é, todavia, maior nos Países que já concederam ou se propõem conceder reconhecimento legal às uniões homossexuais, alargando-o, em certos casos, mesmo à habilitação para adoptar filhos. As presentes Considerações não contêm elementos doutrinais novos; entendem apenas recordar os pontos essenciais sobre o referido problema e fornecer algumas argumentações de carácter racional, que possam ajudar os Bispos a formular intervenções mais específicas, de acordo com as situações particulares das diferentes regiões do mundo: intervenções destinadas a proteger e promover a dignidade do matrimónio, fundamento da família, e a solidez da sociedade, de que essa instituição é parte constitutiva. Têm ainda por fim iluminar a actividade dos políticos católicos, a quem se indicam as linhas de comportamento coerentes com a consciência cristã, quando tiverem de se confrontar com projectos de lei relativos a este problema.(2) Tratando-se de uma matéria que diz respeito à lei moral natural, as seguintes argumentações são propostas não só aos crentes, mas a todos os que estão empenhados na promoção e defesa do bem comum da sociedade.

I. NATUREZA
E CARACTERÍSTICAS IRRENUNCIÁVEIS
DO MATRIMÓNIO

2. O ensinamento da Igreja sobre o matrimónio e sobre a complementaridade dos sexos propõe uma verdade, evidenciada pela recta razão e reconhecida como tal por todas as grandes culturas do mundo. O matrimónio não é uma união qualquer entre pessoas humanas. Foi fundado pelo Criador, com uma sua natureza, propriedades essenciais e finalidades.(3) Nenhuma ideologia pode cancelar do espírito humano a certeza de que só existe matrimónio entre duas pessoas de sexo diferente, que através da recíproca doação pessoal, que lhes é própria e exclusiva, tendem à comunhão das suas pessoas. Assim se aperfeiçoam mutuamente para colaborar com Deus na geração e educação de novas vidas.

3. A verdade natural sobre o matrimónio foi confirmada pela Revelação contida nas narrações bíblicas da criação e que são, ao mesmo tempo, expressão da sabedoria humana originária, em que se faz ouvir a voz da própria natureza. São três os dados fundamentais do plano criador relativamente ao matrimónio, de que fala o Livro do Génesis.

Em primeiro lugar, o homem, imagem de Deus, foi criado «  homem e mulher  » (Gn 1, 27). O homem e a mulher são iguais enquanto pessoas e complementares enquanto homem e mulher. A sexualidade, por um lado, faz parte da esfera biológica e, por outro, é elevada na criatura humana a um novo nível, o pessoal, onde corpo e espírito se unem.
Depois, o matrimónio é instituído pelo Criador como forma de vida em que se realiza aquela comunhão de pessoas que requer o exercício da faculdade sexual. «  Por isso, o homem deixará o seu pai e a sua mãe e unir-se-á à sua mulher e os dois tornar-se-ão uma só carne  » (Gn 2, 24).

Por fim, Deus quis dar à união do homem e da mulher uma participação especial na sua obra criadora. Por isso, abençoou o homem e a mulher com as palavras: «  Sede fecundos e multiplicai-vos  » (Gn 1, 28). No plano do Criador, a complementaridade dos sexos e a fecundidade pertencem, portanto, à própria natureza da instituição do matrimónio.

Além disso, a união matrimonial entre o homem e a mulher foi elevada por Cristo à dignidade de sacramento. A Igreja ensina que o matrimónio cristão é sinal eficaz da aliança de Cristo e da Igreja (cf. Ef 5, 32). Este significado cristão do matrimónio, longe de diminuir o valor profundamente humano da união matrimonial entre o homem e a mulher, confirma-o e fortalece-o (cf. Mt 19, 3-12; Mc 10, 6-9). 

Solenidade de S. Pedro e S. Paulo: O Testemunho dos Apóstolos



Celebramos a solenidade de São Pedro e São Paulo louvando a Deus por estes dois grandes apóstolos que muito tem marcado a história da Igreja, especialmente, pelo testemunho de fidelidade a Cristo através do martírio. Para ressaltar o martírio sofrido por ambos, utiliza-se a cor litúrgica vermelha nas missas desta solenidade. Iluminados pela Palavra de Deus, somos motivados a imitar os exemplos que eles nos deixaram.  Eles não foram cristãos apenas por palavras, mas pelo testemunho corajoso até à morte.

O livro dos Atos dos Apóstolos destaca a figura de Pedro, que se encontrava na prisão, por anunciar o Evangelho. Não lhe faltaram a oração da Igreja e o auxílio do Senhor naquela situação tão difícil. “Enquanto Pedro era mantido na prisão, a Igreja rezava continuamente a Deus por ele” (At 12,5). A solidariedade por meio da oração é uma atitude a ser sempre cultivada em nossas comunidades. Não pode faltar apoio fraterno aos que sofrem perseguições por causa da fé em Cristo e da participação na Igreja.

A 2ª Carta de São Paulo a Timóteo nos apresenta o belo testemunho de Paulo, também perseguido e preso por causa da pregação do Evangelho, ressaltando a sua serenidade e confiança em Deus. Afirma o Apóstolo: “O Senhor esteve a meu lado e meu forças”; “o Senhor me libertará de todo mal” (2Tm 4,17s).   

sábado, 27 de junho de 2015

Só para esclarecer e fazer pensar...


Em 2015, a Suprema Corte norte-americana determinou que pares de pessoas homossexuais podem unir-se legalmente num compromisso civil análogo ao matrimônio. Então, em todos os Estados Unidos, os homossexuais podem se casar perante a lei civil. No Brasil isto já acontece por decisão do Supremo Tribunal Federal.

Diante de Deus, na Igreja, isto é e será sempre impossível - e se a Igreja o permitisse e o celebrasse já não seria católica nem a Igreja de Cristo. O matrimônio "no Senhor" é um sacramento e, seguindo o desígnio do Senhor Deus, somente pode ser celebrado entre um homem e uma mulher solteiros ou viúvos. Nem a Igreja nem quem quer que seja pode mudar esta determinação do Senhor! E qualquer cristão que realmente deseje viver debaixo do senhorio de Cristo, viverá sempre num contínuo processo de conversão ao Senhor, e aos preceitos do único Senhor e Mestre tentará se adequar, neste ponto da sexualidade e em todos os outros aspectos da vida.

Bispos dos EUA: Como se equivocou ao aprovar aborto, Suprema Corte se equivoca ao aprovar o ‘matrimônio gay’.


O Presidente da Conferência de Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB), Dom Joseph E. Kurtz, lamentou a falha da Suprema Corte quando pronunciou: “O matrimônio gay é um ‘direito constitucional’. Assim como há 40 anos se equivocou ao abrir as portas ao aborto no país, hoje a Corte novamente se equivocou”.

Dom Joseph assegurou: “Sem dar importância ao que uma pequena maioria da Suprema Corte possa declarar neste momento da história, a natureza da pessoa humana e o matrimônio permanecem inalterada e inalterável”.

“Assim como a sentença da Suprema Corte no caso Roe vs. Wade em 1973 não resolveu o tema do aborto há 40 anos, a decisão atual não resolve o problema do matrimônio hoje”.

“Nem a decisão da Suprema Corte sobre o aborto nem esta sobre o matrimônio estão enraizados na verdade, por isso ambos eventualmente fracassarão”, assinalou Dom Joseph.

O Presidente da USCCB sublinhou também: “É profundamente imoral e injusto que o governo declare que duas pessoas do mesmo sexo poderão constituir um matrimônio”.

“O único significado de matrimônio como a união entre um homem e uma mulher está inscrito em nossos corpos”, e indicou também que “defender isto é uma dimensão crítica da ‘ecologia integral’ que o Papa Francisco nos exortou a promover”.

“Ordenar uma redefinição do matrimônio em todo o país é um erro trágico que danifica o bem comum e o mais vulnerável entre nós, especialmente as crianças”, advertiu o Prelado.

Dom Kurtz indicou: “Jesus Cristo, com grande amor, ensinou inequivocamente que desde o princípio o matrimônio é a união perpétua entre um homem e uma mulher. Como bispos católicos, seguimos Nosso Senhor e continuaremos ensinando e atuando de acordo a esta verdade”. 

Santa Sé reconhece oficialmente o Estado da Palestina


O aguardado Acordo global entre a Santa Sé e o Estado da Palestina foi assinado na manhã desta sexta-feira (26/06), no Vaticano. O reconhecimento da Santa Sé ao Estado da Palestina é o resultado do Acordo Básico, assinado entre a Santa Sé e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), datado de 15 de fevereiro de 2000, e das negociações de uma Comissão bilateral, realizadas nos últimos anos.

O Acordo Global, constituído de um Preâmbulo e de 32 artigos, divididos em 8 capítulos, refere-se aos aspectos essenciais da vida e da atividade da Igreja, no Estado da Palestina. Ao mesmo tempo, reafirma o apoio a uma solução negociada e pacífica da situação na região. O Acordo Global entre a Santa Sé e o Estado da Palestina entrará em vigor depois que ambos os Países informarem, por escrito, que os requisitos constitucionais ou internos são satisfatórios. 

A novidade, além de refletir a evolução da situação naquela região é, sobretudo, a liberdade reconhecida pela "Igreja católica, pelas pessoas jurídicas e canônicas e por todos os católicos" (art.2 §3), interpretada e regulada com base nos padrões mais reconhecidos do direito internacional na matéria.  

A inaptidão dos cristãos para deter o gayzismo


Hoje (26) a corte dos EUA aprovou o “casamento” gay. No portal G1 podem-se ler os comentários dos cristãos e é de dar vergonha alheia. Nenhum comentário até a publicação desse artigo se dava ao trabalho de dizer o obvio e de enxergar o mundo além da revelação.

Antes de qualquer coisa, caro leitor, eu creio firmemente na revelação de Nosso Senhor através da Sagrada Escritura e da Sagrada Tradição, mas daí eu usar desse instrumento de crença para tentar explicar a uma sociedade laicista e atéia o que é o casamento, é pedir para perder de locaute. Por que usar o deposito da fé quando se pode explicar o que é evidente? Quando alguém apresenta um problema teológico, muito bem, use-se a bíblia, mas quando se fala com um pagão se fala com a razão já ensinava São Tomás de Aquino.

Devido à incapacidade generalizada de entender o obvio, vou dar-me o trabalho de explicar o que é o casamento.

O casamento não é uma concessão do Estado, é uma instituição natural que o Estado reconheceu e incorporou à sua estrutura!

O que faz dessa seguramente uma instituição natural? Antes de tudo, o caráter universal dela. Quem prova isso é a série histórica que universalmente reconheceu o casamento como uma instituição entre homem e mulher. Os gayzistas (movimento político que usa os gays como massa de manobra) conhece o fato da série histórica da civilização está contra eles, então recorrem a falácia de que isso ocorreu devido a crença religiosa. Ora, num mundo plurirreligioso, poderíamos falar de uma conspiração orquestrada contra os direitos dos gays? É evidente que tem uma definição universalmente aceita do que consiste uma família e esta, por sua vez, não tem na base as palavras de um deus ou profeta mas é, como posso dizer, evidente.

A base essencial para o reconhecimento de uma família: 

A falsidade do "casamento" gay


Nesta polêmica sobre as uniões homossexuais, é recorrente a acusação de que aqueles que se posicionam contrários a essas propostas sejam motivados por preconceito ou fundamentalismo religioso. Acusação nada mais falaciosa, pois a verdade fundamental de que o matrimônio seja algo genuinamente formado por um homem e uma mulher não é, nem nunca foi, de ordem religiosa, mas natural. Por isso não é justa a argumentação laicista que pretende excluir os católicos dessa discussão, pois ela fere diretamente o ordenamento jurídico da sociedade e sua moral.

Quando a Igreja se posiciona nestes temas relacionados à moralidade - leia-se aborto, uso de células-tronco embrionárias, camisinha, etc. - ela não o faz por dogmatismos, mas por fidelidade à racionalidade. Assim recordava o Santo Padre Bento XVI no seu discurso ao Parlamento Alemão: "o cristianismo nunca impôs ao Estado e à sociedade um direito revelado, um ordenamento jurídico derivado duma revelação. Mas apelou para a natureza e a razão como verdadeiras fontes do direito".

A equiparação das relações homossexuais ao matrimônio nasce justamente de uma frágil compreensão a respeito da pessoa humana. Entende-se "pessoa" como apenas o aspecto consciente e volitivo do eu. Neste sentido, o corpo seria um mero instrumento e não parte constitutiva da pessoa humana. Com efeito, quando se aceita essa proposição dualista do ser humano, abre-se espaço para qualquer tipo de relação, pois a unidade pessoal não seria mais através dos corpos, ao contrário, as pessoas se uniriam emocionalmente. Ora, salta aos olhos o absurdo desse raciocínio.

Contra essas proposições, o professor de jurisprudência da Universidade de Princeton, Robert P. George, recorda o direito matrimonial histórico e aquilo que Isaiah Berlin (1909-1997) chamou de tradição central do pensamento ocidental. Segundo o professor, "longe de ser um mero instrumento da pessoa, o corpo é intrinsecamente parte da realidade pessoal do ser humano". Dessa maneira, George conclui que "a união corporal é, pois, união pessoal, e a união pessoal integral - a união conjugal - está fundada na união corporal". 

Resposta dos Cardeais a Walter Kasper sobre a Família


Robert Dodaro, OSA (ed.), 
Remaining in the Truth of Christ, Ignatius Press, 
San Francisco, 2014, 275p.

Tradução do primeiro capítulo
(texto provisório)


Resumo da argumentação

Robert Dodaro, OSA

Os ensaios deste volume representam a resposta de cinco Cardeais da Igreja Católica Romana e quatro outros especialistas ao livro Evangelho da Família, publicado anteriormente este ano pelo Cardeal Walter Kasper. O livro de Kasper contém o discurso feito por ele, durante o consistório extraordinário de cardeais celebrado nos dias 20-21 de fevereiro de 2014. Um tema importante daquele encontro foi a preparação das duas sessões do Sínodo dos Bispos, convocadas pelo Papa Francisco para 2014 e 2015, com o tema “Desafios Pastorais para a Família no Contexto da Evangelização”. Quase no final de sua colocação o Cardeal Kasper propôs uma mudança no ensinamento e na disciplina sacramental da Igreja, que permitisse, em casos limitados, que católicos divorciados e recasados civilmente fossem admitidos à comunhão eucarística, depois de um período de penitência. Ao defender esta proposta, o cardeal usou como argumento a prática primitiva dos cristãos assim como a longa tradição ortodoxa oriental de aplicar a misericórdia às pessoas divorciadas, dentro de uma fórmula na qual as segundas núpcias seriam “toleradas” – uma praxe geralmente chamada pelos ortodoxos de oikonomia. Kasper espera que seu livro venha a fornecer  “uma base teológica para uma ulterior discussão entre os cardeais”, e que a Igreja Católica encontre um caminho de harmonizar “fidelidade e misericórdia em sua prática pastoral”.

A finalidade da presente obra é responder ao convite, feito pelo Cardeal Kasper, de uma ulterior discussão. Os ensaios publicados neste volume refutam a sua proposta específica de uma forma católica de oikonomia,para alguns casos de pessoas divorciadas e civilmente recasadas, tendo como fundamento o fato de que tal proposta não pode ser harmonizada com a doutrina católica da indissolubilidade do matrimônio e que, com isto, ela fortalece uma concepção equivocada seja de fidelidade, seja de misericórdia.

Depois deste capítulo introdutório, o volume examina os principais textos bíblicos a respeito do divórcio e do segundo casamento. O capítulo seguinte trata do ensinamento e da praxe que predominavam na Igreja primitiva.  Em nenhum dos dois âmbitos, seja bíblico, seja patrístico, os autores encontraram fundamento para o tipo de “tolerância” de casamentos civis após divórcio como advogado por Kasper.  Em seguida, o capítulo quarto examina o fundamento histórico e teológico da praxe ortodoxa oriental da oikonomia, enquanto o quinto capítulo traça o plurissecular desenvolvimento da atual doutrina católico romana a respeito do divórcio e do segundo casamento. A urgência destes capítulos se torna clara com a afirmação do Cardeal Kasper de que com relação à  doutrina da indissolubilidade do matrimônio, “a tradição em nosso caso não é de forma alguma convergente, com se costuma afirmar”, e que “há questões históricas e opiniões discordantes de sérios especialistas, que não podem ser facilmente desconsideradas”. Dada a gravidade da questão doutrinal envolvida, estas suposições históricas exigem uma resposta acadêmica.

À luz dos dados bíblicos e históricos desta primeira parte deste volume, os autores dos quatro capítulos restantes reafirmam o arrazoado teológico e canônico a favor de se manter a coerência entre a doutrina e a disciplina sacramental católicas a respeito do matrimônio e da sagrada comunhão. Assim, os estudos contidos neste livro levam à conclusão que a longa fidelidade da Igreja à verdade do matrimônio constitui o fundamento irrevogável de sua misericordiosa e amorosa resposta ao indivíduo que seja divorciado e civilmente recasado. Sendo assim, este livro contesta a premissa de que a doutrina tradicional e a prática pastoral contemporânea se encontram em contradição.

A finalidade deste primeiro capítulo é resumir e salientar os principais argumentos contra a proposta de Kasper, tais como são apresentados neste livro. 

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, nossa boa Mãe


Podemos afirmar que o tema principal deste ícone é o mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro é representada através de um quadro. Você sabe que ele não é um simples quadro. E um ícone (= imagem). E uma pintura do gênero sacro, portátil, feita de madeira, segundo uma técnica praticada, desde séculos, no Oriente. Um ícone não é uma simples representação dos santos, mas uma representação que torna presente, de modo espiritual, as personagens representadas.

Rezando diante do ícone, somos levados a contemplar o mistério da Encarnação narrado em Cl 1,15: "Cristo é a imagem do Deus invisível". Assim, podemos aprofundar nosso conhecimento da realidade do mistério de Cristo, de Nossa Senhora e dos Anjos e entrar em contato espiritual com eles.

O ícone do Perpétuo Socorro apresenta "Maria com o Menino ladeado pêlos Anjos, com os instrumentos da Paixão, enquanto as mãos do Menino se agarram à mão da Mãe e do seu pé escapa a sandália, deixando ver a planta do çé.As letras gregas que aparecem no ícone indicam os nomes das quatro figuras Jesus Cristo, a Mãe de Deus, o Arcanjo Gabriel (a direita) e o Arcanjo Miguel (a esquerda)". Estes elementos revelam a realidade do sofrimento e da paixão de Cristo. O fundo dourado do quadro é uma representação da Ressurreição. É a vitória de Cristo sobre o sofrimento e a morte. Podemos afirmar que o tema principal deste ícone é o mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo.

Acredito que você já está se perguntando: e a Virgem Maria? E o título de Perpétuo Socorro? Qual a razão deste nome? Vamos então ao : ponto central do quadro: ele está no encontro da mão de Maria com as i mãos do Menino. "A mão direita da Mãe acolhe o Filho, sublinhando assim a humanidade de Cristo". A mão da Virgem indica ao mesmo tempo o próprio Filho de Deus. Maria é aquela que nos guia a Jesus Cristo, que é "Caminho, Verdade e Vida". Ela é nosso Socorro porque intercede por nós diante de seu Filho, que deu a sua vida em sacrifício por nós sobre a Cruz no Calvário. Maria é a mulher acolhedora, a boa Mãe. 

O que este padre viu em Medjugorje


Está correndo informações que o Vaticano irá se pronunciar de forma negativa sobre os alegados acontecimentos sobrenaturais em Medjugorje.

É claro que antes de fazer qualquer comentário completo que vai querer ler o que a CDF (Congregação para a Doutrina da Fé) tem a dizer, mas nesta ocasião eu pensei que poderia ser interessante se as pessoas verem minha história em Medjugorje:

Eu era um sacerdote anglicano que vivia na Inglaterra, em 1985, quando fui convidado por um grupo de anglicanos e católicos para visitar Medjugorje. Eu não queria ir. Sendo um ex-fundamentalista evangélico eu não estava muito interessado em aparições da Santíssima Virgem. E embora resistisse várias vezes, após várias tentativas acabei aceitando.

Então lá fui eu e este foi um dia de Medjugorje. Tudo o que posso fazer é relatar minhas memórias dessa visita: As pessoas estavam em todos os lugares fazendo confissões. Massa foi ao pararmos na igreja de St. James na praça da Vila. Multidões faziam fila para ver os visionários que ainda viviam lá desde adolescentes e ainda recebendo aparições diárias. Os franciscanos pregam poderosamente. Havia muito louvor e adoração, música forte carismática e fervorosa pregação.

Se minha memória não me falha, às seis horas da tarde os visionários iriam para o quarto do lado fora do santuário da igreja onde as visões ocorrem. A cidade inteira começaria a rezar o rosário. Todos os visitantes rezam também. Às 6:20 as visões iriam começar. Por volta de 6:40 eles iriam parar e as pessoas rezavam o último conjunto de mistérios.

Em nosso segundo dia lá eu me sentei na varanda da nossa pousada com uma grande mulher chamada Eleanor. Quando começamos o rosário eu olhei para cima e o sol era uma chama de luz no céu. Eu olhei para baixo para o carro estacionado abaixo e o sol se refletiu no capô do carro como uma chama de luz. Eleanor e eu rezamos o terço juntos. Eu tinha os olhos fechados.

Às 6:20 Eleanor me deu uma cotovelada nas costelas e apontou. O sol estava agora um disco de luz branca no céu como um anfitrião eucarístico. Então, quando o vi começou a girar, primeiro no sentido horário, em seguida, sentido anti-horário. Faíscas cuspiam para fora da borda do sol como um fogo de artifício. Eu olhei para baixo e o sol era um disco giratório branco sobre o capô do carro.

Eu não acho que isso teria acontecido se fosse apenas meus olhos pregando peças em mim. Além disso, Eleanor também viu. É por isso que ela me deu uma cotovelada nas costelas. Não estou certo quanto tempo isso durou, mas quando falamos sobre isso para nossos companheiros peregrinos disseram muitas pessoas na praça da cidade havia relatado o mesmo fenômeno.

Algumas outras coisas estranhas: os dias que passamos lá foram de comunhão incrível. Nós parecíamos estar em um plano superior de consciência. Nós parecíamos amar uns aos outros e nós rimos alegremente quase constantemente. Pense em estar em férias com realmente boa família e os amigos e estar o tempo todo sobre o amor e a alegria que você estava compartilhando. Nós também conhecemos os peregrinos de todo o mundo e estabeleceu uma família instantânea como o rapport, e oh sim, o novo rosário eu comprei lá era de uma cor de estanho, mas quando cheguei em casa ainda em sua embalagem, tinha virado uma cor dourada.

Então agora o que eu faço de tudo isso?

Teologia das Palavras da Instituição


“(…) Depois de todas essas reflexões sobre o quadro histórico e sobre a credibilidade histórica das palavras da instituição de Jesus, é tempo de fixar a atenção na mensagem que elas contêm. Antes de mais nada, convém recordar de novo que, nas quatro narrações sobre a Eucaristia, encontramos dois topos de tradição com diferenças características, que aqui não temos de examinar nos detalhes; todavia, devem-se mencionar brevemente as diferenças mais importantes.

Enquanto em Marcos (14,22) e Mateus (26,26) a frase sobre o pão declara apenas: “Isto é o meu Corpo”, em Paulo lê-se: “Isto é o meu Corpo, que é para vós” (1 Cor 11,24), e Lucas completa, segundo o sentido, escrevendo: “Isto é o meu Corpo que é dado por vós” (22,1(). Em Lucas e Paulo, logo a seguir a isso, aparece a ordem da repetição: “Fazei isto em Minha memória”, que falta em Mateus e Marcos. A frase sobre o cálice, segundo Marcos, soa assim: “Isto é o meu Sangue, o ‘Sangue da Aliança’, que é derramado em favor de muitos” (14,24); Mateus acrescente ainda: “… por muitos, para a remissão dos pecados” (26,28). Segundo São Paulo, diversamente, Jesus disse: “Este cálice é a Nova Aliança em meu Sangue. Todas as vezes que dele beberdes, fazei-o em memória de Mim” (1 Cor, 11,25). Lucas formula de maneira semelhante, mas com pequenas diferenças: “Este cálice é a nova Aliança em meu Sangue, que é derramado em favor de vós” (22,20). Falta a segunda ordem de repetição.

São importantes, porém, duas diferenças claras entre Paulo/Lucas, por um lado e Marcos/Mateus, por outro: em Marcos e Mateus, “sangue” é o sujeito: “Isto é o meu Sangue”, enquanto Paulo e Lucas dizem: Esta é a “Nova Aliança no meu Sangue”. Muitos veem aqui uma deferência para com os judeus, sabendo que da sua repulsa quanto à sua ingestão de sangue: como conteúdo direto da bebida, não se indica “o sangue”, mas “a Nova Aliança”, aludindo com isso a Êxodo 24,8, ou seja, à estipulação da Aliança no Sinai, Paulo e Lucas falam da Nova Aliança, referindo-se agora a Jeremias 31,31. Por conseguinte, há em cada caso um cenário veterotestamentário diferente. Além disso, Marcos e Mateus falam do derramamento do sangue “por muitos”, aludindo desse modo a Isaías 53,12, enquanto Paulo e Lucas dizem “em favor de vós”, levando assim a pensar imediatamente na comunidade dos discípulos.

Compreensivelmente existe, na exegese, uma ampla discussão sobre quais possam ser, por conseguinte, as palavras originais de Jesus. Rudolf Pesch mostrou que aparecem, num primeiro tempo, 46 possibilidades, que podem ainda duplicar, caso se cruzem entre si as diversas introduções (cf. Das Evangelium in Jerusalem,PP. 134ss). Tais esforços têm sua importância, mas não podem entrar nos objetivos deste livro. 

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro poderá se tornar Padroeira do Mato Grosso do Sul

“É uma imagem que traduz coisas divinas a todos nós. 
É uma fonte de espiritualidade e, por meio desse ícone, Deus diz ‘Eu estou aqui’”, 
ressalta Padre Dirson. / Victor Chileno

Servidores da Assembleia Legislativa celebraram nesta segunda-feira (22/6) a visita especial do ícone da Mãe do Perpétuo Socorro. A santa que atrai cada vez mais a devoção dos fiéis católicos poderá se tornar Padroeira do Mato Grosso do Sul a partir de um projeto de Lei movido por uma ação popular. 

A notícia foi compartilhada pelo Padre Dirson Gonçalves, reitor do Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro em Campo Grande, durante celebração realizada na Casa de Leis. Ele convidou a todos para participar da campanha que colherá assinaturas para aprovação do projeto que deverá ser proposto pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Junior Mochi. “É um grande sonho”, afirmou o reitor.

Atualmente, segundo Dirson, a devoção à Nossa Senhora do Perpétuo Socorro é a mais forte no Mato Grosso do Sul. No Estado, sete cidades tem a santa como padroeira. Em Campo Grande, o Santuário, que completa 76 anos de fundação, reúne milhares de devotos todas as quartas para o maior novenário do mundo. São 18 horários de novena, das 6h até às 23h, e todos os horários lotados de fiéis. “A devoção à Mãe do Perpétuo Socorro está crescendo tanto. Desde o surgimento do Ícone, ninguém tinha ideia de que isso iria acontecer”, conta o Padre Dirson. 

A imagem - O tema da 76º Festa da Padroeira deste ano é “Mãe do Perpétuo Socorro, ícone de amor” e lema: “Lugar de oração, solo sagrado, casa de irmãos” e foi escolhido em harmonia com a Festa do Jubileu de 150 anos de entrega do ícone aos redentoristas pelo Papa Pio IX.  

Homilética: Solenidade de São Pedro e São Paulo, Apóstolos (29 de junho*): "Tu és Pedro e eu te darei as chaves do Reino dos Céus".



Hoje celebramos o glorioso martírio dos santos Apóstolos Pedro e Paulo, aqueles “santos que, vivendo neste mundo, plantaram a Igreja, regando-a com seu sangue. Beberam do cálice do Senhor e se tornaram amigos de Deus”. Pedro, aquele a quem o Senhor constituiu como fundamento da unidade visível da sua Igreja e a quem concedeu as chaves do Reino; Paulo, chamado para ser Apóstolo de um modo único e especial, tornou-se o Doutor das nações pagãs, levando o Evangelho aos povos que viviam nas trevas. Um pela cruz e o outro pela espada, deram o testemunho perfeito de Cristo, derramando seu sangue e entregando a vida em Roma, por volta do ano 67 da nossa era.

Popularmente, a festa de hoje é chamada o Dia do Papa, sucessor de Pedro. Mas não podemos esquecer que ao lado de Pedro é celebrado também Paulo, o Apóstolo por, ou seja, missionário, por excelência.

No evangelho, o apóstolo Simão responde pela fé de seus irmãos. Por isso, Jesus lhe dá o nome de Pedro. Este nome é uma vocação: Simão deve ser a “pedra” (rocha) que deve dar solidez à comunidade de Jesus (cf. Lc 22,32). Esta “nomeação” vai acompanhada de uma promessa: as “portas” (cidade, reino) do inferno não poderão nada contra a Igreja, que é uma realização do reino “dos Céus” (= de Deus). A 1ª leitura ilustra essa promessa: Pedro é libertado da prisão pelo anjo do Senhor. Pedro aparece, assim, como o fundamento institucional da Igreja. Mas, de que modo Pedro é rocha? Como deve realizar esta prerrogativa, que naturalmente não recebeu para si mesmo? O texto de Mateus deixa claro que o reconhecimento da identidade de Jesus proferido por Simão, em nome dos Doze, não provém “da carne e do sangue”, isto é, das suas capacidades humanas, mas de uma especial Revelação de Deus Pai. Também sobressai, forte e clara, a promessa de Jesus: “as portas do inferno”, isto é, as forças do mal, “não conseguirão vencê-la. Na realidade, a promessa que Jesus faz a Pedro é ainda maior do que as promessas feitas aos profetas antigos: de fato, os profetas encontravam-se ameaçados por inimigos somente humanos, enquanto Pedro terá de ser defendido das “portas do inferno”, do poder destrutivo do mal. Jeremias recebe uma promessa que diz respeito à sua pessoa e ministério profético, enquanto Pedro recebe garantias relativamente ao futuro da Igreja, da nova comunidade fundada por Jesus Cristo e que se prolonga para além da existência pessoal do próprio Pedro, ou seja, por todos os tempos.  

A Igreja, portanto, não é uma sociedade de livres pensadores, mas é a sociedade, ou melhor, a comunidade daqueles que se unem a Pedro em proclamar a fé em Jesus Cristo. 

Todavia, doravante, não se poderá estar verdadeira e plenamente na Igreja, como pedra viva, se não se está em comunhão com a fé de Pedro e sua autoridade ou, ao menos, se não se procura estar. Santo Ambrósio escreveu uma palavra forte: “onde está Pedro, ali está a Igreja. ” Isto não significa que Pedro seja, sozinho, toda a Igreja, mas que não pode haver Igreja sem Pedro. A Igreja sem o Papa seria um barco sem timoneiro! O Papa é o representante de Cristo na terra ( seu Vigário) , o fundamento da unidade da Igreja.

Paulo aparece mais na qualidade de fundador carismático. Sua vocação se dá na visão de Cristo no caminho de Damasco: de perseguidor, ele se transforma em apóstolo e realiza, mais do que os outros apóstolos inclusive, a missão que Cristo lhes deixou, de serem suas testemunhas até os extremos da terra (At 1,8). Apóstolo dos pagãos, Paulo torna realidade a universalidade da Igreja, da qual Pedro é o guardião. A 2ª leitura é o resumo de sua vida de plena dedicação à evangelização entre os pagãos, nas circunstâncias mais difíceis: a palavra tinha que ser ouvida por todas as nações (v. 17). Não esconder a luz de Cristo para ninguém! O mundo em que Paulo se movimentava estava dividido entre a religiosidade rígida dos judeus farisaicos e o mundo pagão, cambaleando entre a dissolução moral e o fanatismo religioso. Neste contexto, o apóstolo anunciou o Cristo Crucificado como sendo a salvação: loucura para os gregos, escândalo para os judeus, mas alegria verdadeira para quem nele crê. Missão difícil. No fim de sua vida, Paulo pode dizer que “combateu o bom combate e conservou a fé/fidelidade”, a sua e a dos fiéis que ele ganhou. Como Cristo – o bom pastor – não deixa as ovelhas se perderem, assim também o apóstolo – o enviado de Cristo – conserva-lhes a fidelidade.

Pedro e Paulo representam duas dimensões da vocação apostólica, diferentes mas complementares. As duas foram necessárias, para que pudéssemos comemorar hoje os fundadores da Igreja universal.

Agradeçamos a Deus por pertencermos à Igreja fundada por Cristo que é “Una, Santa, Católica e Apostólica, edificada por Jesus Cristo, sociedade visível instituída com órgãos hierárquicos e comunidade espiritual simultaneamente (…); fundada sobre os Apóstolos e transmitindo de geração em geração a sua palavra sempre viva e os seus poderes de Pastores no Sucessor de Pedro e nos Bispos em comunhão com ele; perpetuamente assistida pelo Espírito Santo” (Paulo VI, Credo do Povo de Deus).

Também S. Paulo é hoje apresentado na cadeia (2 Tm 4, 6-8. 17-18), na sua última prisão que terminará com o seu martírio. O Apóstolo está consciente da sua situação; porém, as suas palavras não revelam amargura, mas a serena satisfação de ter gasto a sua vida pelo Evangelho: “aproxima-se o momento de minha partida. Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. Agora está reservada para mim a coroa da justiça…” (2 Tm 4, 6-8). Repassando os escritos do Apóstolo dos Gentios, descobrimos que a imagem da espada se refere a toda a sua missão de evangelizador. Por exemplo, quando já sentia aproximar-se a morte, escreve a Timóteo: “Combati o bom combate” ( 2 Tm 4, 7 ); aqui não se trata seguramente do combate de um comandante, mas daquele de um arauto da Palavra de Deus, fiel a Cristo e à sua Igreja, por quem se consumou totalmente. Por isso mesmo, o Senhor lhe deu a coroa de glória e colocou-o, juntamente com Pedro, como coluna no edifício espiritual da Igreja.

E qual será, hoje, o bom combate? Como no tempo de Pedro e Paulo, uma luta pela justiça e a verdade em meio a abusos, contradições e deformações e à exploração desavergonhada, que até se serve dos símbolos da nossa religião.

Assim, rezemos hoje pelo Papa. E acompanhemos nossa oração com um gesto concreto: a esmola, o óbolo de São Pedro, aquela contribuição que no dia de hoje os católicos do mundo inteiro devem dar para as obras de caridade do Papa por todo o mundo. Assim, com as mãos e com o coração rezemos pelo Santo Padre, o Papa: Que o Senhor nosso Deus que o escolheu para o Episcopado na Igreja de Roma, o conserve são e salvo à frente da sua Igreja, governando o Povo de Deus, de modo que o povo cristão a ele confiado possa sempre mais crescer na fé.