terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Um Natal diferente 'pra valer'.


Todas as nações, quaisquer que sejam os povos e suas Religiões, todas as nações sonharam com uma 'idade de ouro' ou 'estação de felicidade', isto é, com um tempo e um lugar, em que todos os homens e mulheres, crianças, jovens, adultos e anciãos se sentiriam felizes e bem-aventurados, porque saciados e realizados plenamente. Mas entre todos os povos, os judeus sonharam com 'uma era messiânica', 'idade de ouro também', na realização de todas as promessas que Deus fez à humanidade decaída.

No começo da história, em cima da miséria, o homem e a mulher quiseram ser 'como deuses, conhecendo o bem e o mal (Gn 3,5). A terra, 'o Paraíso das delicias', pela opção absolutamente maluca de Adão e Eva, tornou-se 'terra maldita'... onde comerás o pão com o suor de teu rosto, até que voltes à terra donde vieste, pois és pó e em pó te hás de tornar (Gn 3, 17-19).

Isto, de fato, aconteceu, mas o Senhor e Pai das Misericórdias olhou bem mais alto, viu bem mais longe e fez com que eles vissem, na distância e no futuro do amanhã, o reencontro com a felicidade e com o amor que haviam perdido. Aqui está, pois, a Grande Promessa, a Grande Profecia, matriz e mãe de todas as outras profecias, que passou, através de todos os 73 ou 66 livros do Antigo e Novo Testamento, até chegar à 'plenitude dos tempos', como afirma São Paulo (Gl 4,4-7): 'Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus mandou Seu Filho, nascido de uma Mulher, a fim de remir todos os que estavam debaixo da Lei, para que recebessem a adoção de filhos e pudessem clamar 'Aba-Papai'.

Essa promessa passou de geração em geração. Já o Profeta Isaias declarou abertamente, visualizando a Grande Utopia (Is 11, 6-8; 65, 25): 'O lobo e o cordeiro morarão juntos, o leão e o boi comerão juntos, a pantera se deitará ao lado do cabrito, a vaca e o urso se confraternizarão e, mais ainda, o leão passará a comer palhas como o boi e uma criança brincará na toca da serpente...'.

Essa Utopia messiânica acontecerá com todos os que aceitarem Jesus, o Messias, o Deus-Conosco. Isto ainda não existe, de fato, totalmente, mas já existe realmente em todos os que acolheram Jesus, o Deus-Conosco, o Emanuel. 'A multidão era um só coração e uma só alma... Ninguém tinha nada e todos tinham tudo... Era grande a graça e a alegria... E todos viviam unidos e tinham tudo em comum... (At 4, 32-34; 2, 42-47). 

O Natal é Jesus Conosco. O Natal é Vida Nova, pois todos os que procuram viver na Verdade, Justiça, Liberdade, Solidariedade, Compreensão, Tolerância, Paciência, Perdão, Concórdia, Amor e Paz, em qualquer Igreja e em qualquer Religião e até sem igreja e sem religião, todos, seguindo estes princípios, se incorporarão e se integrarão à única Igreja de Jesus Cristo, Una, Santa, Católica e Apostólica, independente de tempo e de espaço, porque só Jesus é o Único e Suficiente Salvador. Isto é algo novo e diferente do que se diz e se prega por aí afora.

Um indiano (pagão como se diz), Mahatma Gandhi que foi o Profeta de Deus para a unificação e a libertação da Índia e que, ansioso por acolher e seguir Jesus Cristo, foi Roma e o Protocolo do Vaticano exigiu atitudes e indumentárias que ele não poderia jamais assumir nem vestir, pois estaria afrontando seus direitos humanos, sua consciência cristã e sua cultura oriental, ele, Mahatma Gandhi foi muito maior e muito mais cristão que Sua Santidade, Pio XI, o Papa de então que não quis recebê-lo.

A santidade não depende de nenhuma igreja nem é monopólio do Vaticano nem da Santa Sé. A santidade é pura graça de Deus. É a presença do Espírito Santo que 'como o vento sopra onde quer, mas ninguém sabe de onde vem nem pra onde vai. Assim é todo aquele que nascer do Espírito' (Jó 3,8).

O Natal é assim, porque Jesus nasce e quer nascer e está nascendo e vai nascer em todos os que procuram conhecê-lo, assumi-lo, testemunhá-lo e vivenciá-lo, com e em qualquer pessoa. A hierarquia de Deus é muito diferente da hierarquia dos homens, de ontem e de hoje. Deus é sempre Deus e os homens são sempre assim.

São Paulo, quando se dirige às igrejas que ele fundou e assistiu, sempre se dirige aos 'santos que fazem a igreja de Deus' (Rm 1, 6-7; 1Cor 1, 2-3; 2Cor 1,1; Cl 1,2). Celebremos um Natal diferente, com todos os que convivem conosco, pois o Natal é a Festa da Família humana, todos (Jesus, Maria e José com os pobres (os Pastores) e com os ricos (os Reis Magos). Reunamo-nos, todos os dias, no espírito do Natal que quer simbolizar, representar e realizar a união, a comunhão, o respeito, o amor e a paz de Jesus para todos, sem distinção de cor, de credo, de sexo, de partido, de posição social, de cultura ou de igreja. Este, sim, é um Natal 'pra valer', um Natal diferente, o Natal de Jesus, 'o garoto-propaganda mais importante do mundo' escreveu, um dia, Alex Brasil. Isto é Beleza pura!.


Monsenhor Hélio Maranhão
Tenente coronel QOCPM. Presidente 'in perpetuum' da Academia de Ciências, Artes e Letras de Tutóia (Acalt). In memorian*
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Tutóia Urgente

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