domingo, 15 de novembro de 2015

Santuário Nacional de Aparecida abrirá Porta Santa a pedido do Papa


Atendendo à convocação do Papa Francisco e em comunhão com a Igreja em todo o mundo, o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida (SP) abrirá no dia 13 de dezembro a Porta Santa, por motivo do Ano Santo Extraordinário do Jubileu da Misericórdia.

Conforme estabelecido pelo calendário do Jubileu, a abertura da Porta Santa na Basílica de Aparecida será realizada no dia em que a liturgia católica celebrará o domingo “Gaudete” (ou da alegria), do tempo do advento. Ao instituir esta data para a abertura da Porta, o Papa deseja recordar aos fiéis que é da Misericórdia Divina que provém a alegria do cristão.

A cerimônia será presidida pelo Arcebispo de Aparecida, Cardeal Raymundo Damasceno Assis, durante a Missa das 8h, que contará com um rito especial preparado pelo Pontifício Conselho para Nova Evangelização e aprovado pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.

Na tradição cristã, a Porta Santa é próprio Cristo, que disse: “Eu sou a porta; quem entra por mim será salvo. Entrará e sairá, e encontrará pastagem” (Jo 10,9). É toda porta no espaço sagrado de um templo que representa Cristo, pois por Ele se entra no Seu mistério. Portanto, passar pela Porta Santa significa que se tem o objetivo de renovar-se, um convite para entrar mais ainda no Mistério do Cristo que é o Mistério da Vida.

Na Igreja Católica, a Porta Santa é celebrada junto aos jubileus, em geral, a cada 25 anos. Mas é possível que o Pontífice proclame um Jubileu Extraordinário, como fez o Papa Francisco, que promulgou o próximo ano como santo, para que seja “o tempo favorável, o dia da salvação” (2 Cor 6,2).

No Santuário de Aparecida está sendo preparada uma Porta Santa especial, obra do artista sacro Cláudio Pastro. A peça está sendo idealizada desde o início do ano. Será feita em bronze e terá as representações da Anunciação, do Bom Pastor e da parábola do Filho Pródigo.

Pastro explica que a arte contida na Porta Santa será teofânica. “Por meio da arte desta Porta nós desejamos passar o espírito do Bom Pastor, que em mistério no seu desenho, indica sua singela e interna alegria do Pastor no momento de encontro da sua ovelha. Não é uma alegria falsa, mas uma alegria interna, que também é a alegria do cristão”, salientou o artista. 

A abertura da Porta Santa marcará o início do Ano da Misericórdia, que foi anunciado pelo Papa Francisco no dia 13 de março deste ano, durante uma celebração penitencial em Roma. Conforme disse o Pontífice, este acontecimento será um “Jubileu Extraordinário que terá como seu centro a misericórdia de Deus”.

Na bula de convocação para o Jubileu, intitulada “Misericordiae Vultus”, Francisco estabeleceu as datas de abertura e encerramento do Ano, respectivamente 8 de dezembro de 2015 – Solenidade da Imaculada Conceição – e 26 de novembro de 2016 – Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo.

Francisco também solicitou que cada Diocese abra no seu território uma Porta Santa, a qual deve ser aberta “ou na Catedral, (...) ou na Concatedral, ou então numa Igreja de significado especial” (MV 3). O Pontífice pediu ainda que os grandes Santuários realizem a abertura da Porta no dia 13 de dezembro, data em que ele mesmo realizará a abertura da Porta Santa da Basílica de São João de Latrão, em Roma.

O Papa também estendeu em dois casos as indulgências às pessoas que de alguma forma estarão impossibilitadas de peregrinar até uma Porta Santa.

Aos doentes de idosos, o Pontífice concede as indulgências jubilares desde que vivam este momento de sofrimento “com fé e esperança jubilosa, recebendo a comunhão ou participando na santa Missa e na oração comunitária, inclusive através dos vários meios de comunicação”.

Aos encarcerados, o Papa estabelece que terão as indulgências “nas capelas dos cárceres, e todas as vezes que passarem pela porta da sua cela, dirigindo o pensamento e a oração ao Pai”, desde que arrependidos de seus crimes e pecados de coração sincero. Francisco afirma que este gesto “significa para eles a passagem pela Porta Santa, porque a misericórdia de Deus, capaz de mudar os corações, consegue também transformar as grades em experiência de liberdade”.

Para ganhar as indulgências do Jubileu da Misericórdia, aliados à passagem pela Porta Santa nas igrejas jubilares, ou nos gestos destinados aos presos, doentes e idosos, os fiéis deverão realizar as condições habituais para a concessão de indulgências: a profissão de fé e a oração pelo Papa e pelas suas intenções. Como de costume, é preciso realizar também a confissão e a comunhão sacramental.
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ACI Digital

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