quinta-feira, 2 de julho de 2015

Uma cátedra a Michel Foucault na PUC-SP?

Uma universidade católica não pode homenagear alguém afinado com o marxismo.

Bem andaram as altas autoridades da PUC-SP, a magnífica reitora e o grão-chanceler, ao obstarem a instalação de uma cátedra em homenagem ao filósofo Michel Foucault.  Com efeito, uma cátedra deste tipo constitui um conjunto de expedientes que visam a aprofundar determinados estudos, com cursos, palestras etc. Recentemente, a PUC-SP erigiu uma cátedra em honra a são João Paulo II. De fato, através deste areópago universitário, os estudantes conhecerão mais a fundo a imensa doutrina do papa polonês, principalmente a assim chamada teologia do corpo.

Michel Foucault, por seu turno, desenvolveu teses de color marxista, francamente contrárias ao cristianismo que, como sabemos, repugna o comunismo e quejandos. Não é razoável, pois, que uma escola confessional, como a PUC-SP, prestigie este pensador, a ponto de lhe conceder uma cátedra. Isto não impede, é claro, que, em aula, se estudem os livros de Foucault, desde que ocorra sempre a contrapartida da ilustração católica, num diálogo corajoso e honesto entre a fé e a razão, ao lume da verdade. O mencionado caráter confessional da PUC-SP implica um compromisso com a verdade da parte dos docentes, os quais devem inculcar os valores evangélicos por intermédio da mediação sociológica da universidade. Demais, reza a constituição apostólica Ex Corde Ecclesiae, a lei canônica que disciplina as universidades católicas, que uma das características essenciais desse jaez de instituição educacional consiste na “fidelidade à mensagem cristã tal como é apresentada pela Igreja” (13.3). As regras da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) corroboram este preceito: “Missão da universidade católica é servir à humanidade e à Igreja, garantindo de forma permanente e institucional, a presença da mensagem de Cristo, luz dos povos, centro e fim da criação, no mundo científico e cultural.” (Diretrizes para as Universidades Católicas no Brasil, doc. 64 da CNBB). 

Alguns esquerdistas, ditos democráticos, reclamam da postura da PUC-SP. Ora, certas pessoas, com todo respeito, não são democráticas nem pluralistas de forma alguma, pois não admitem que uma universidade católica possa exercer seu direito de expressar o ideário cristão, estreme de teorias comunistas, existencialistas, niilistas etc., em busca da verdade. Aliás, esses que dizem defender a liberdade acadêmica desejam, por fás ou por nefas, impingir a cátedra a um filósofo inimigo da religião cristã. O que eles pensariam de uma cátedra para Gustavo Corção numa faculdade afinada com a ideologia marxista?

Se a Igreja mantém universidades espalhadas pelo mundo – a propósito, a Igreja, na idade média, inventou a universidade –, ela o faz com vistas na evangelização em sentido lato, caso contrário, não lhe competiria possuir nenhuma escola. Todas as instituições eclesiásticas estão fundamentadas no mandado de nosso Senhor Jesus Cristo, o divino fundador da Igreja católica: “Ide pelo mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16,15). As universidades católicas anelam por formar humanistas, homens e mulheres que acreditem na verdade e lutem por ela. Vale lembrar que no Brasil a constituição federal garante à Igreja católica, bem como a qualquer entidade ou pessoa física, externar suas ideias e convicções.

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(01 de Julho de 2015) © Innovative Media Inc.

ZENIT

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