terça-feira, 7 de julho de 2015

Discurso do Papa Francisco por ocasião da visita à Catedral de Quito


VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA FRANCISCO
AO EQUADOR, BOLÍVIA E PARAGUAI
(5-13 DE JULHO DE 2015)

VISITA À CATEDRAL DE QUITO

SAUDAÇÃO DO SANTO PADRE
ÀS PESSOAS REUNIDAS NA PRAÇA DA CATEDRAL

Equador
Segunda-feira, 6 de Julho de 2015


Queridos irmãos!

Venho a Quito como peregrino, para partilhar convosco a alegria de evangelizar. Saí do Vaticano saudando a imagem de Santa Mariana de Jesus, que, no exterior da abside da Basílica de São Pedro, vela pelo caminho que o Papa percorre tantas vezes. A Ela, recomendei também o fruto desta viagem, pedindo-lhe que todos nós pudéssemos aprender com o seu exemplo. O seu sacrifício e a sua heróica virtude são representados por uma açucena. Mas, na sua imagem em São Pedro, carrega um ramo de açucenas, porque juntamente com a dela apresenta ao Senhor, no coração da Igreja, as flores que sois todos vós, as flores do Equador.

Os Santos convidam-nos a imitá-los, a seguir a sua escola, como fizeram Santa Narcisa de Jesus e a Beata Mercedes de Jesus Molina, que se sentiram interpeladas pelo exemplo de Santa Mariana. Quantos daqueles que estão aqui hoje sofrem ou sofreram a orfandade, quantos tiveram que tomar a seu cargo irmãos ainda pequenos, quantos se empenham diariamente no cuidado dos enfermos ou idosos; assim o fez Mariana, assim a imitaram Narcisa e Mercedes. Não é difícil, se Deus está connosco. Elas não fizeram grandes proezas, aos olhos do mundo. Simplesmente amaram muito, demonstrando-o no dia-a-dia até chegarem a tocar a carne sofredora de Cristo no povo (cf. Evangelii gaudium24). Não o fizeram sozinhas; fizeram-no «junto com» outros; as pedras, escultura e alvenaria desta catedral foram feitas por meio da forma própria dos povos nativos: a «minga», um trabalho de todos a favor da comunidade, anónimo, sem cartazes nem aplausos. Queira Deus que, tal como as pedras desta catedral, assim ponhamos aos ombros as necessidades dos outros, assim ajudemos a construir ou reparar a vida de tantos irmãos que não têm forças para a construir ou a deixam por terra. 

Hoje estou aqui convosco, que me dais de presente o júbilo dos vossos corações: «Que formosos são sobre os montes os pés do mensageiro (…), que apregoa a boa-nova» (Is 52, 7). É a beleza que somos chamados a difundir, como bom perfume de Cristo: a nossa oração, as nossas boas obras, o nosso sacrifício pelos mais necessitados. É a alegria de evangelizar e, «uma vez que sabeis isto, sereis felizes se o puserdes em prática» (Jo 13, 17).

Que Deus vos abençoe!
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Santa Sé

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