segunda-feira, 20 de julho de 2015

Católicos e pentecostais: passos em frente no diálogo franco e frutífero


“Os carismas na Igreja: significado espiritual, discernimento e implicações pastorais” é o título da V Sessão da sexta fase do Diálogo Internacional Católico-Pentecostal, encerrado na última sexta-feira, em Roma. Os trabalhos desta sessão tinham começado em 10 de julho.

Segundo o Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, participaram católicos nomeados pelo dicastério vaticano e algumas Igrejas e líderes pentecostais. O vice-presidente católico do diálogo é o bispo dom Michael F. Burbidge, de Raleigh, EUA, e o pentecostal é o reverendo Cecil M. Robeck, da Assembleia de Deus e também dos EUA.

A sessão deste ano tratou da redação do relatório conclusivo, fruto de cinco anos de diálogo. A publicação está prevista para 2016. Os temas debatidos foram “Carismas - nosso terreno comum”, “Discernimento”, “Cura” e “Profecia”.

O objetivo deste diálogo, iniciado em 1972, é promover o respeito e a compreensão recíproca nas questões de fé e de prática. As conversações aconteceram com um debate franco sobre as posições e práticas das duas tradições, intercaladas pela oração cotidiana, conduzida alternadamente por católicos e pentecostais.

Durante os trabalhos em Roma, o cardeal Kurt Koch, presidente do Pontifício Conselho, se reuniu com o grupo para participar do diálogo, observar os pontos de vista e responder a perguntas. Os participantes também tiveram um encontro informal com o bispo secretário do dicastério, dom Brian Farrell, que confirmou em entrevista à Rádio Vaticano que “foi um diálogo muito interessante, franco e frutífero”.

Os progressos no diálogo católico-pentecostal são mérito também do papa Francisco, que “traz a novidade do seu modo de viver o cristianismo como experiência e não só como doutrina”. Os pentecostais “entendem isto muito bem e sentem uma particular proximidade”. 

O bispo dom Burbidge declarou que “foi um privilégio ser vice-presidente nesta fase do diálogo internacional católico-pentecostal e uma verdadeira honra trabalhar com colegas tão comprometidos em ambos os grupos para focar nos carismas e no seu significado espiritual”. 

“Com os comentários eruditos que foram feitos, além do debate sincero e respeitoso durante todo o diálogo e dos tempos de oração em comum, alcançamos uma compreensão mais profunda dos âmbitos de entendimento sobre os carismas, a cura, as profecias e o discernimento, como também dos pontos de divergência. Identificamos juntos os desafios e oportunidades pastorais e continuamos convidando os outros a se confiarem aos dons do Espírito, que sempre trabalha em nós”.

O reverendo Robeck observou que “a atual fase de diálogo revelou que o ensinamento dos pentecostais e dos católicos sobre os carismas, os dons do Espírito Santo, coincidem em muitos pontos. Ambas as tradições reconhecem que cada crente recebeu um ou mais dons do Espírito Santo, que devem ser utilizados para construir a Igreja e servir à sociedade. Tais dons estiveram presentes na Igreja desde os tempos do Novo Testamento”.

Considerando os problemas da sociedade na cultura atual, Robeck comentou: “Reconhecemos que temos de encarar desafios comuns, em que a nossa gente tem de se confiar à ajuda do Espírito Santo para exercer os carismas de forma ponderada e criativa ao difundir a mensagem de amor e de perdão que Jesus Cristo trouxe ao mundo”.
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ZENIT

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