quinta-feira, 30 de abril de 2015

A CNBB e a Reforma Política; o Papa e o Comunismo.


“Por alguma fissura a fumaça de Satanás entrou no templo de Deus.” 
- Papa Paulo VI

AS CONTRADIÇÕES DA CNBB

Todos sabemos que a nova presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) tomou posse na manhã da sexta-feira, dia 24 de abril de 2015, durante a sessão de encerramento da 53ª Assembleia Geral (AG) da entidade, iniciada no dia 15 do mesmo mês, em Aparecida (SP). Também tomaram posse os doze presidentes da Comissões Episcopais. Na ocasião, a CNBB publicou uma nota sobre o momento nacional, nela “os bispos falam da necessidade de se retomar o crescimento econômico sem trazer prejuízo à população, aos trabalhadores e, principalmente, aos mais pobres. Refere-se à lei que permite a terceirização do trabalho, em tramitação no Congresso Nacional, com tendência a restringir os direitos dos trabalhadores. Recordam que os povos indígenas até hoje não receberam reparação das injustiças que sofreram desde a colonização do Brasil (demarcação e homologação das terras, e o fim dos conflitos). Insiste que a redução da maioridade penal não é solução para a violência que grassa no Brasil. E defende uma Reforma Política que atinja as entranhas do sistema político brasileiro. Apartidária, a proposta da Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas, da qual a CNBB é signatária, se coloca nessa direção”. (Palavras de dom Pedro Luiz Stringhini, bispo de Mogi das Cruzes), disponíveis aqui.

Após as leituras das notas, os jornalistas puderam fazer perguntas ao eleito presidente e secretário geral da CNBB, dom Sérgio da Rocha, bispo da Arquidiocese de Brasília sobre as acusações de atitudes favoráveis ao partido do governo PT. Na ocasião, dom Sérgio respondeu:

“Nós deixamos muito claro que a CNBB, na sua história e no momento presente tem sempre se pautado por aquilo que é a Doutrina Social da Igreja. Nós temos sim o dever de nos pronunciar sobre as questões sociais e fazemos isso sempre na fidelidade a Cristo, iluminados pela palavra dele. A palavra da Igreja é profética, é de anúncio é de denúncia, sempre fundamentada na palavra de Deus. É a palavra de Deus que está sendo proclamada nas condições concretas do nosso tempo, do nosso país. De nossa parte, nós não temos adotado e não queremos adotar nenhuma posição que seja político-partidária. E no caso da Reforma Política, até mesmo existem outros projetos diversos daquele que a Coalizão, da qual a CNBB participa, está propondo. Então não é justo, às vezes as pessoas não estão muito atentas aos detalhes, às vezes vão misturando as coisas. Por exemplo, o fato da Igreja falar da reforma política, mostrar a importância da palavra política não quer dizer que esteja adotando uma posição que seja do governo que aí está ou então de um partido ou outro. Nós fazemos isso [falar da reforma política], com sentimento de corresponsabilidade e de responsabilidade na vida social. Eu deixo muito claro que se há equívocos, a gente respeita, até mesmo pessoas que possam ter uma postura mais crítica, mas, de nossa parte, aquilo que tem sido e que continuará a ser é uma postura de autonomia, de independência diante daquilo que é posição político-partidária. Lamentavelmente, às vezes, acaba-se confundindo as coisas dependendo daquilo que se fala”. Essa entrevista está disponível no site da CNBB.


No entanto, o que não faz sentido é que as palavras pronunciadas pela CNBB parecem não corresponder com a prática. Vejamos por que:

JOVEM É AGREDIDO NA PUC 
POR DEFENDER POSIÇÃO DA IGREJA

No dia 24 de abril de 2015, mesmo dia em que a nova presidência da CNBB foi empossada, a Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Goiás, recebeu o secretário da CNBB, Daniel Seidel, que foi encarregado de fazer propaganda do projeto de reforma política que faz parte do projeto de poder comunista do PT. No encontro havia representantes de vários movimentos sociais defendidos por partidos comunistas como o PT e também uma pequena representação de um grupo de católicos que não se intimidaram em condenar tal ação acontecendo em um espaço que pertence à Igreja Católica, que condena todo e qualquer movimento ligado diretamente ao comunismo. Transcrevemos abaixo parte das falas e o desenrolar da discussão:

“Olhando para a conjuntura que estamos atravessando, cada vez, vou me convencendo mais de que talvez nós tínhamos que dar um passo a mais: em vez de discutirmos reforma, talvez começarmos a discutir REVOLUÇÃO. Não há caminho para fazer as mudanças necessárias, fazer nosso ajuste de contas por caminhos de reformas. Todas as reformas têm um limite, tem um limite para a gente avançar. No fundo, no fundo, o que nós queremos é uma superação do sistema”. (Trecho do discurso do representante do MST).

“Nós temos de tomar juízo, vergonha na cara, e nos dedicarmos a esta coleta de assinaturas.  Por que eu digo isto? Porque, na verdade, nós não estamos querendo só a reforma política. A reforma política vai dar margem para a reforma tributária, vai dar margem para outras reformas necessárias para repartir. Porque, até então, nesses 12 primeiros anos de governo popular no Brasil, nós tivemos avanços importantes acontecendo, mas só que nós chegamos ao limite, e hoje nós temos que distribuir a riqueza que a classe trabalhadora produz nesse nosso país. Agora, a gente só distribui a riqueza com reforma tributária. Não dá mais para frcar apenas com os importantíssimos programas sociais que existem: o povo quer mais, e quer avançar para uma economia mais igualitária. Agora, para isso, precisa reformar o sistema político brasileiro”. (Trecho do discurso de Daniel Seidel, secretário da CNBB).

Católico 1: Secretário Daniel, eu peço a palavra por um segundo. O Reitor da PUC não está aqui não? Ele não vai dar uma palestra, nem nada? Não? ...Não estava aqui? É porque o senhor está representando a CNBB, certo?

Secretário da CNBB: Eu vim pela coalizão da reforma política.

Católico 1: Existe algum grupo de igreja aqui? Da Igreja?

Secretário da CNBB: Pela CNBB, sou eu.

Católico 1: Sem ser a CNBB, do pessoal daqui de Goiânia mesmo.

Comunista 1: Não, não se inscreveram. Dos que estão ouvindo, tem alguma instituição ligada à Igreja?

(silêncio)

Católico 1: Porque eu queria entender uma coisa...

Secretário da CNBB: Mas eu posso dar sequencia, então?

Católico 1: Não, não, porque eu queria entender uma coisa: Como é que uma instituição católica permite uma bancada formada só de excomungados? Isso que eu queria entender. Inclusive o senhor que é representante da CNBB. Isso que eu queria entender. Aqui ó, Decreto Contra o Comunismo, 1949, assinado pelo Papa Pio XII: “Todo católico que apoia o movimento comunista está automaticamente excomungado”. Bancada de excomungados! Bancada de excomungados! Eu quero entender isso, eu quero entender como é que a CNBB, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil... Que educado o que? Vocês querem fazer revolução armada! Vocês querem fazer revolução armada, mas falam de educação. Se está pregando revolução armada, é porque quer matar as pessoas. Quer matar fazendeiro! Quer matar empresário! Pede vocês para sair. Eu estou na minha casa: Isso aqui existe em função da Igreja Católica, que já condenou todos esses movimentos, um por um. [...] Que agredi o que? Quem agride as pessoas são vocês. A manifestação contra o PT teve 2 milhões de pessoas, e não teve um caso de agressão. Só quem agride é o pessoal da CUT, é o pessoal do MST. São só vocês que agridem as pessoas na rua.

Comunista 1: Vamos terminar a exposição e você terá direito à fala, porque aqui é democrático. Agora, você tem que respeitar a democracia. Democracia exige ordem, ordem.

Católico 1: Não há democracia quando se prega revolução armada. Não há democracia no socialismo. Não vem inventar moda. Não, não vem inventar moda.

Católico 2: Isso aqui é uma instituição privada da Igreja Católica, que condena esses movimentos.

Católico 1: Existe um documento da Igreja que excomunga comunistas. Existe um documento da Igreja que excomunga todo mundo que tem parte com socialismo. [...]

Comunistas [gritando em coro]: FORA, FORA!!!

Católicos: EXCOMUNGADOS! EXCOMUNGADOS!!!
[...]

Católico 1: Sai você rapaz, eu to na Igreja, eu sou católico.

Católico 2: Vocês são excomungados e estão usando de uma desonestidade intelectual monumental: usando o espaço católico para pregar algo contra o catolicismo. [...]

Católico 3: Ei vai ficar olhando? Ei CNBB, vai ficar olhando?

Professora da PUC dirigindo-se ao Católico 1: [...] Moleque, desrespeitoso, eu quero que me agrida! Me agrida!

Católico 1: Não vou que eu não sou de esquerda. Quem agride é comunista. Quem agride é comunista.

Professora da PUC dirigindo-se ao Católico 1: Desrespeitoso, desrespeitoso, moleque! Desrespeitoso, saia daqui. Moleque! Eu sou professora daqui, eu sou professora daqui. [...] Saia daqui, moleque.

[...]

Católico 2: Ele foi agredido, ele foi agredido, ele não agrediu ninguém. Vocês não tem direito de usar o espaço católico...

Comunista 2: Eu sou católico.

Católico 2: Não, você não é católico. Você apoia isso aí, você não é católico.

Católico 4 [Dirigindo-se ao secretário da CNBB]: Você deveria ter vergonha, ó, vergonha disso aí, olha aqui: Decreto contra o Comunismo...  [...]

Comunista 2: O papa apoia a CNBB no Brasil...

Comunistas [gritando em coro]: Reforma política, deixa acontecer, eu quero ver o povo e as mulheres no poder!
[...]

Toda a confusão acima está disponibilizada em vídeo e vocês podem conferir logo abaixo:


Como todos vocês leram, viram e ouviram. A CNBB que se diz apartidária, tem enviado seus representantes para fazerem parte da Coalizão da Reforma Política, coalizão esta que está vindo emaranhada de projetos comunistas que são condenadas pela Igreja Católica. Recentemente o arcebispo de Salvador da Bahia, Primaz do Brasil e (agora) eleito vice-presidente da CNBB, dom Murilo Krieger, afirmou em uma entrevista publicada em primeira mão pelo site ZENIT e depois pelo Informação Católica, que “as propostas da Reforma Política, encabeçada pela CNBB, não tiveram a participação de todos os bispos”. Tal entrevista saiu como “bomba” e acabou gerando repercussão em muitos sites e blogs católicos. No entanto, não sei se acuado pelas repercussões da entrevista, dom Murilo posteriormente publicou no site da Arquidiocese de Salvador um artigo intitulado “Reforma política democrática” em que defende a coalizão da Reforma Política dizendo que “Os pontos defendidos pelas entidades e grupos que assumiram essa proposta poderiam, naturalmente, ser diferentes, em maior número ou mais amplos. Se tais pontos não resolvem todos os problemas que nos preocupam no momento atual, servirão, no entanto, para darmos um importante passo para um novo tempo. As notícias que entram diariamente em nossas casas, a respeito dos desvios de enormes quantidades de dinheiro para o financiamento de eleições, nos mostram que é melhor procurarmos o possível, já que o ideal é mais difícil. Afinal, como diziam os romanos, há dois mil anos: “O ótimo é inimigo do bom”. No futuro, outros passos poderão ser dados para o aperfeiçoamento de nossa Democracia...”.


Como se vê, parece que a falta de consenso entre os bispos e de coerência da CNBB em apoiar tal projeto em coalizão pela Reforma Política tem causado grandes contradições que se refletem entre os membros da Igreja.


ENTIDADES QUE COMPÕEM A 
REDE DE COALIZÃO DA REFORMA POLÍTICA

CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil)
OAB (Ordem dos Advogados do Brasil)
Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura)
CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
CUT Brasil (Central Única dos Trabalhadores)
MCCE (Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral)
Plataforma dos movimentos sociais pela reforma do sistema político
UNE (União Nacional dos Estudantes)
A Voz do Cidadão (Instituto de Cultura de Cidadania)
Abong (Associação Brasileira de ONGs)
Abracam (Associação Brasileira de Câmaras Municipais)
Abracci (Articulação Brasileira Contra a Corrupção e Impunidade)
Abramppe (Associação Brasileira dos Magistrados Procuradores e Promotores Eleitorais)
Abrapps (Associação Brasileira de Pesquisadores (as) pela Justiça Social)
ACB (Associação dos Cartunistas do Brasil)
Agenda Pública
Aliança Cristã Evangélica Brasileira
AMARRIBO Brasil (Amigos Associados de Ribeirão Bonito)
AMB (Articulação de Mulheres Brasileiras)
AMNB (Articulação de Mulheres Negras Brasileiras)
ANEC (Associação Nacional de Educação Católica do Brasil)
ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República)
APCF (Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais)
Asbrale/DF (Associação Brasiliense das Empregadas Domésticas)
Auditoria Cidadã da Dívida
Campanha Nacional pelo Direito à Educação
Cáritas Brasileira
CAU/BR (Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil)
CBJP (Comissão Brasileira de Justiça e Paz)
CEAAL (Conselho Latino Americano de Educação)
Centro de Estudos da Mídia Alternativa “Barão de Itararé”
CFC (Conselho Federal de Contabilidade)
CFESS (Conselho Federal de Serviço Social)
CFF (Conselho Federal de Farmácia)
CJP/DF (Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de Brasília)
CLAI Brasil (Conselho Latino Americano de Igrejas)
CNLB (Conselho Nacional do Laicato do Brasil)
CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação)
Cofen (Conselho Federal de Enfermagem)
Comitê da Escola de Governo de São Paulo da Campanha em Defesa da República e da Democracia.
Comitê Rio Ficha Limpa
CONAM (Confederação Nacional das Associações de Moradores
Conamp (Associação Nacional dos Membros do Ministério Público)
Confea (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia)
Conic (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil)
Contee (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino)
CRB Nacional (Conferência dos Religiosos do Brasil)
Criscor (Cristãos Contra Corrupção)
CSEM (Centro Scalabriniano de Estudos Migratórios)
CTB/DF (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
EDUCAFRO – Educação para Afrodescendentes e Carentes
EPJ (Evangélicos pela Justiça)
EPPP (Fórum Paulista de Participação Popular)
Escola de Fé e Política de Campina Grande/PB
FAOC (Fórum da Amazônia Ocidental)
FAOR (Fórum da Amazônia Oriental)
FBO (Fórum Brasil do Orçamento)
FBSSAN (Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional)
Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas)
FENDH (Fórum de Entidades Nacionais de Direitos Humanos)
Fisenge (Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros)
FNPP (Fórum Nacional de Participação Popular)
FNRU (Fórum Nacional da Reforma Urbana)
Fórum da Cidadania de Santos
Fórum de Reflexão Política
Fórum Mineiro pela Reforma Política Ampla, Democrática e Participativa
Frente Parlamentar pela Reforma Política com Participação Popular
IBDCAP (Instituto Brasileiro de direito e controle da administração pública)
IDES (Instituto de Desenvolvimento Sustentável)
IDS (Instituto Democracia e Sustentabilidade)
IFC (Instituto de Fiscalização e Controle)
Igreja Batista em Coqueiral de Recife
Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos)
Instituto Brasil Verdade
Instituto Nossa Ilhéus
Instituto Solidare de Pernambuco
Instituto Soma Brasil
Intervozes (Coletivo Brasil de Comunicação Social)
IUMA (Instituto Universal de Marketing em Agribusiness)
LBL (Liga Brasileira de Lésbicas)
MDD (Movimento Democracia Direta)
MEP (Movimento Evangélico Progressista)
MLT (Movimento de Luta pela Terra)
MMC (Movimento de Mulheres Camponesas)
MNDH (Movimento Nacional de Direitos Humanos)
Mojus (Movimento de Olho na Justiça)
Movimento Pró-Reforma Política com Participação Popular
Movimento Voto Consciente
MPA Brasil (Movimento dos Pequenos Agricultores)
MPD (Movimento do Ministério Público Democrático)
MST (Movimentos dos Trabalhadores sem Terra)
Observatório da Cidadania
PAD (Processo de Diálogo e Articulação de Agências Ecumênicas e Organizações Brasileiras)
PJMP (Pastoral da Juventude do Meio Popular)
POM (Pontifícias Obras Missionárias)
REBRIP (Rede Brasileira pela Integração dos Povos)
Rede Brasil Sobre Instituições Financeiras Multilaterais
Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos.
Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis
SAEP-DF (Sindicato dos Auxiliares de Administração Escolar em Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal)
SENGE-MG (Sindicato de Engenheiros no Estado de Minas Gerais).
SINPRO/DF (Sindicato dos Professores no Distrito Federal)
SMDH (Sociedade Maranhense de Direitos Humanos)
UBES (União Brasileira dos estudantes secundaristas)
UBM (União Brasileira de Mulheres)
UJS (União da Juventude Socialista)
Unacon Sindical (Sindicato Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle).
Unasus (União Nacional dos Auditores do Sistema Único de Saúde)
UNEGRO (União de Negros pela Igualdade)
UVB (União dos Vereadores do Brasil)
Via Campesina
Visão Mundial

Todas as entidades acima estão disponíveis no site da Reforma Política.


VISÃO DA CNBB x VISÃO DOS CATÓLICOS

No dia 23 de fevereiro de 2015 uma equipe do ZENIT esteve na residência do Cardeal Dom Raymundo Damasceno Assis, até então, Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e presidente também do Sínodo dos Bispos, a realizar-se em outubro deste ano, no Vaticano. Na entrevista, que você pode conferir na íntegra aqui, um dos temas abordados foi a Reforma Política em que se fez a seguinte pergunta: "qual reforma política"? Pois há muitos projetos em tramitação no Congresso Nacional. Por que justamente o que favorece o PT é apoiado pela CNBB? E assim foi apresentado a dom Damasceno os questionamentos e apreensões em relação ao projeto de Reforma Política, de caráter bolivariana, encabeçada pela CNBB e OAB, com mais de 100 entidades de alinhamento ideológico à esquerda, reforma esta que apoia, por exemplo, o financiamento público exclusivo de campanha, proposta esta que favorece especialmente o projeto político do PT, cujo projeto ainda mais por iniciativa popular, pode repetir aqui o que já está acontecendo na Venezuela, conforme as diretrizes do Foro de São Paulo, visando com o fortalecimento do PT, viabilizar a Pátria Grande socialista.

Em suma, dos questionamentos feitos, é preocupante o fato de que a CNBB não apenas apoie, mas encabece esse perigosíssimo projeto de "reforma política"; estão comprando gato por lebre, seduzidos pelo discurso demagógico de "eleições limpas", enredados pela astúcia do PT, que quer o financiamento público, com o dinheiro do contribuinte e, assim, engessar o sistema eleitoral brasileiro, para se perpetuar no poder e tudo isso com as bênçãos da CNBB.

Concordamos que o Brasil precise urgentemente de uma Reforma Política, a questão é: “qual reforma?” O Professor de filosofia da UERN, Ivanaldo Santos, concedeu ao ZENIT uma entrevista com a finalidade de colocar um pouco mais de luz à tão polêmica e, ao mesmo tempo, necessária e urgente Reforma Política. O professor reconhece que a CNBB teve um papel fundamental no desenvolvimento e no amadurecimento da democracia no Brasil no período entre as décadas de 1970 a 1990, que ajudou a redemocratização do Brasil no período pós-regime militar (1964-1985), incentivou a participação popular e denunciou a corrupção e que ao incentivar e até mesmo propor a Reforma Política, a CNBB se coloca dentro dessa ampla tradição de luta pela democracia, pela liberdade e por maior participação popular, o que é muito positivo.

No entanto, continua o professor, nos últimos 10 anos a CNBB diminuiu drasticamente o número de pronunciamentos contra a corrupção e a favor da ética na política. Sem contar que setores do governo e o atual partido governista (o Partido dos Trabalhadores - PT) têm insistido numa Reforma Política como saída para resolver os grandes impasses da vida nacional. Essa coincidência pode passar a imagem para a sociedade civil que a CNBB é aliada e até mesmo conivente com o atual governo. Se a CNBB deseja uma Reforma Política, algo necessário ao Brasil, deve deixar bem claro a sua autonomia, a separação do governo e do Estado. A CNBB deve ser livre para criticar e cobrar uma postura ética do governo e do Estado. A submissão a um partido político e ao Estado é a pior situação que a Igreja e uma conferência episcopal podem viver.  

Ao encabeçar uma campanha de Reforma Política a CNBB precisa ter cuidado para não se transformar em um canal para a implantação no Brasil de um regime neoautoritário, como, por exemplo, o regime da Venezuela. 

“É um projeto que, se for aprovado do jeito que está,
abre as portas para que os cristãos, que são a maioria da população,
sejam excluídos da vida política do Brasil.” – Profº Ivanaldo Santos.

Outro que chama atenção para os perigos de apoio da Reforma Política encabeçada pela CNBB, é Paulo Vasconcelos Jacobina, cristão católico e membro do Ministério Público Eleitoral, ele escreveu um artigo que também foi publicado pelo ZENIT cujo título é: “Projeto para reformar o sistema eleitoral brasileiro é uma armadilha”. No artigo, Paulo cita a “Nota Doutrinal sobre Algumas Questões Relativas à Participação e Comportamento dos Católicos na Vida Política”, publicada pela Congregação para a Doutrina da Fé do Vaticano:

“Não cabe à Igreja formular soluções concretas – e muito menos soluções únicas – para questões temporais, que Deus deixou ao juízo livre e responsável de cada um, embora seja seu direito e dever pronunciar juízos morais sobre realidades temporais, quando a fé ou a lei moral o exijam.”

No texto ele demonstra sua decepção sobre o posicionamento da CNBB ao apoiar esse projeto de coalizão da Reforma Política e diz que “três tópicos que, coincidentemente ou não, refletem diretrizes partidárias do PT lhe chamaram a atenção, e são destacados inclusive por chamadas capitulares no sítio eletrônico: a defesa da “paridade de gênero” na lista eleitoral, com um artigo no próprio projeto que dirige “recursos financeiros extraordinários” para “segmentos sociais sub-representados” (art. 18, § 2º da proposta), a proibição da participação das empresas privadas (pessoas jurídicas) no financiamento de campanhas e o estabelecimento de “listas fechadas” para as eleições proporcionais do legislativo. Há outras propostas de reforma política, e não há justificativa junto à fé católica para que justamente esta receba o beneplácito da CNBB”.


Em um outro artigo também publicado no ZENIT sob o título: “O Papa Francisco, a Ideologia de Gênero e a Reforma Política” e que em nosso site foi publicado sob o título: “Porque os católicos não devem apoiar o Projeto de Reforma Política?”, afirma que “o projeto de reforma política apresentado por uma certa “Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas”, a pretexto de promover uma reforma política no país, quer aumentar a representação de candidatos de “gênero” através do aumento progressivo de financiamento público das campanhas de “grupos de minoria”. E que após declarar que há mais homens que mulheres em cargos públicos, essa coalizão propõe: “...alternância de gênero na composição da lista partidária.”. E para não deixar nenhuma dúvida de que a palavra “gênero”, aí, toma exatamente o sentido ideológico condenado pelo Papa Francisco, a mesma Coalizão afirma: “O Projeto estabelece, também, que o partido ou coligação que apresentar candidato ou candidata incluído em movimentos sociais sub-representados terá majorado, em três por cento, a dotação do Fundo Democrático de Campanha”. E cita ainda três fontes do movimento (abaixo) e alerta aos bispos de que o nome de sua entidade está sendo usado desta forma e que em obediência ao Papa Francisco, devem pedir a retirada da assinatura da parte dos católicos que inadvertidamente subscreveram este projeto em paróquias ou pastorais.


O COMUNISMO




Ao longo da história, Igreja Católica e comunismo andaram em lados opostos, já que a ideologia materialista fere princípios defendidos pela doutrina católica, como a liberdade humana. Esse contraste se manifestou de forma especial no pontificado de João Paulo II, um Papa polonês eleito enquanto o regime ainda estava em vigor.

João Paulo II conheceu de perto o regime comunista, tendo vivido nele por mais de três décadas. O esforço de João Paulo II em disseminar os princípios da liberdade e do direito do homem revelaram-se em seus documentos. Como exemplo, pode-se citar sua primeira encíclica, Redemptores Hominis, de 1979, com reflexões sobre a liberdade do homem, sua situação no mundo contemporâneo e seus direitos. Em outro documento, datado de 1981, Laborem Exercens, o Santo Padre reflete sobre o trabalho humano. Essas e outras reflexões de João Paulo II foram tão marcantes e incidentes que se atribui a ele uma grande contribuição para o fim do regime comunista, o que ficou marcado definitivamente pela queda do Muro de Berlim em 1989. (Canção Nova).

Em 1949, o Papa Pio XII, publicou um Decreto do Santo Ofício, intitulado “DECRETUM CONTRA COMMUNISMUM” que transcrevemos a seguir:


DECRETUM CONTRA COMMUNISMUM
Decreto do Santo Ofício em 1949
28 de junho (1 de julho) de 1949

Q.1 licitum Utrum sentar, nomen communistarum partibus ousam vel praestare favorem eisdem.

[Tradução]: Por acaso é lícito dar o nome ou para fazer favores aos partidos comunistas?

R. Negativo: Communismum materialisticus enim est et antichristianus; duces autem communistarum, ETSI verbis quandoque profitentur se oppugnare religionem não, se tamen, actione doctrina sive sive, Deo veraeque Religioni et Ecclesia Christi sere infensos ostendunt ESSE.

[Tradução]: R. Não: Porque o comunismo é materialista e anticristão; no entanto, acontece de políticos Comunistas fazerem declarações de não atacarem a religião, porém, tanto na sua doutrina ou nas suas ações, plantam as sementes de inimizade para com Deus e a inimizade para com a verdadeira religião de Cristo e da Igreja. 

Q.2 licitum Utrum sentar edere, propagare libros legere vel, periodica, folia vel diaria, qua doutrina vel patrocinantur communistarum actioni, vel em scribere EIS.

[Tradução]: Por acaso é lícito publicar, promulgar ou ler livros, revistas ou folhetos que defendem a ação ou a doutrina comunista, ou escrever para eles?

R. Negativo: ipso iure Prohibentur enim

[Tradução]: R. Não. É proibido por lei canônica. 

Q.3 Utrum Christifideles, actus qui, de Quibus no n.1 et 2, posuerint intencionalidade et Libéré, ad possint admitti Sacramenta.

[Tradução]: Se os cristãos que praticarem os atos mencionados no n.1 e 2 podem ser admitidos aos sacramentos?

R. Negativo, secundum ordinaria principia de Sacramentis denegandis iis, qui non sunt dispositi

[Tradução]: Não. Os Sacramentos deverão ser RECUSADOS.

Q.4 Utrum Christifideles, Qui materialisticam doctrinam communistarum et anti profitentur Christianam, et in primis, eam Qui propagant vel defendunt, ipso facto, apostatae tamquan uma fé catholica, incurrant em excommunicationem speciali MoDo reservatam Apostolicae Sedi.

[Tradução]: Se os fiéis de Cristo, que declaram abertamente a doutrina materialista e anticristã dos comunistas, e, principalmente, a defendam ou a propagam, "ipso facto" caem em excomunhão ("speciali modo") reservada à Sé Apostólica?

R. Affirmative

[Tradução]: Sim.

Esse decreto do Santo Ofício de Pio XII, foi confirmado por João XXIII em 1959 (abaixo), e continua válido. Aliás, Pio XII trabalhou pessoalmente contra o comunismo na Itália. Tal condenação do comunismo se soma às condenações feitas por Pio IX, Leão XIII, São Pio X, Pio XI, Pio XII (ele também condenou em outras oportunidades), João XXIII, Paulo VI, Concílio Vaticano II (reiterou as condenações precedentes) e João Paulo II.

ELEIÇÕES DE DELEGADOS QUE APOIEM O COMUNISMO
Santo Ofício, 25 de março (4 de abril) de 1959

Pergunta: Se é lícito aos cidadãos católicos, na eleição dos representantes do povo, dar o voto àqueles partidos ou candidatos que, ainda que não professem princípios contrários à doutrina católica, e se atribuem inclusive o nome cristão, de fato sem embargo se associam aos comunistas e os favorecem com seu modo de atuar.

Resposta (confirmada pelo Sumo Pontífice a 2 de abril): Não, segundo a norma do Decreto do S. Ofício de 1 de julho de 1949, n.1.

Qu.: Utrum catholicis civibus in eligendis populi oratoribus liceat suffragium dare iis partibus vel candidatis, qui, etsi principia catholicae doctrinae opposita non profiteantur, immo etiam christianum nomen sibi assumant, re tamem communistis sociantur et sua agendi ratione iisdem favent.

Resp. (confirmata a Summo Pontifice, 2. Apr.): Negative, ad normam Decreti S. Officii 1. Iul. 1949, n. 1.

P.S.: A tradução pode parecer um pouco estranha, posto que utilizei-me da tradução espanhola do Denzinger-Hünermann, publicada pela Herder espanhola, 1ª edição castelhana da 38ª edição alemã. (Quo Vadis).

Há mais de cem anos que a Igreja Católica condena o comunismo, socialismo e qualquer tipo de materialismo e igualdade material. A pena para os que desobedecem a proibição de ajudar o comunismo (ou suas variantes) sob qualquer aspecto (incluindo a votação nos partidos filo-comunistas) é a excomunhão automática. (Montfort).

"Socialismo religioso, socialismo cristão, são termos contraditórios: ninguém pode ao mesmo tempo ser bom católico e socialista verdadeiro" (Pio XI).

As encíclicas que condenam o socialismo (comunismo) são: QUOD APOSTOLICI MUNERIS que afirma que “... os males, que então deploramos, aumentam tão rapidamente, que somos, de novo, obrigados a dirigir-Vos a palavra,... Vós compreendereis, caríssimos irmãos, que Nos referimos a essa seita de homens que, debaixo de nomes diversos e quase bárbaros, se chamam socialistas, comunistas ou niilistas, e que, espalhados sobre toda a superfície da terra, e estreitamente ligados entre si por um pacto de iniquidade, já não procuram um abrigo nas trevas das reuniões secretas, mas caminham ousadamente à luz do dia, e se esforçam por levar a cabo o desígnio, que têm planejado há muito tempo, de destruir toda e qualquer sociedade civil. É a eles, certamente, que se referem as sagradas escrituras quando dizem: "Eles mancham a carne, desprezam o poder e blasfemam da majestade" (Judas 8).

Temos ainda a Carta Encíclica RERUM NOVARUM do Papa Leão XIII: Os Socialistas, para curar este mal, instigam nos pobres o ódio invejoso contra os que possuem, e pretendem que toda a propriedade de bens particulares deve ser suprimida, que os bens dum indivíduo qualquer devem ser comuns a todos, e que a sua administração deve voltar para - os Municípios ou para o Estado. Mediante esta transladação das propriedades e esta igual repartição das riquezas e das comodidades que elas proporcionam entre os cidadãos, lisonjeiam-se de aplicar um remédio eficaz aos males presentes. Mas semelhante teoria, longe de ser capaz de pôr termo ao conflito, prejudicaria o operário se fosse posta em prática. Pelo contrário, é sumamente injusta, por violar os direitos legítimos dos proprietários, viciar as funções do Estado e tender para a subversão completa do edifício social.

É de suma importância aos Católicos e demais cristãos e pessoas de boa vontade terem a verdadeira noção da gravidade do que é estar associado, de qualquer forma, a partidos e políticas de esquerda, sejam socialistas ou comunistas.

PAPA FRANCISCO E O COMUNISMO


Na internet está disponível uma entrevista feita com o atual Papa Francisco quando ele era o então Cardeal Bergoglio, na Argentina. O destaque da entrevista é a discussão sobre a pobreza, onde o Cardeal Bergoglio teria criticado duramente o Comunismo. Resolvemos por bem não publicá-la aqui uma vez que carece de autenticidade, mas a entrevista na íntegra está disponível em inglês no site Angelqueen.


No Encontro Mundial dos Movimentos Populares, o Papa Francisco dirigiu um discurso aos participantes: terra, casa e trabalho foram os três pontos fundamentais do longo e articulado discurso.

O Papa observou que não se vence "o escândalo da pobreza promovendo estratégias de contenção que servem unicamente para transformar os pobres em seres domésticos e inofensivos". Quem reduz os pobres à "passividade", disse, Jesus "os chamaria de hipócritas".

"Terra, teto, trabalho. É estranho – disse –, mas quando falo sobre estas coisas, para alguns parece que o Papa é comunista. Não se entende que o amor pelos pobres está no centro do Evangelho." Portanto, acrescentou, terra, casa e trabalho são "direitos sagrados", "é a Doutrina social da Igreja".

De fato, em outra ocasião (29/06/2014), o Papa Francisco afirmou que os comunistas roubaram da Igreja Católica a causa ou "a bandeira dos pobres", que em sua opinião "é cristã" já que se situa no centro do Evangelho há 20 séculos. "Os comunistas nos roubaram a bandeira. A bandeira dos pobres é cristã (...). Os comunistas dizem que tudo isso (luta contra a pobreza) é algo comunista. Sim, claro, como não? Mas 20 séculos depois (da escritura do Evangelho). Quando eles falam, nós poderíamos responder: 'Mas se vocês forem cristãos!’”, disse. A declaração foi dada pelo pontífice em entrevista publicada neste domingo pelo jornal italiano "Il Messaggero".


Fazendo uma reflexão sobre a nova exortação apostólica Evangelii Gaudium, ou "A alegria do Evangelho", na qual o Papa Francisco expõe a sua visão sobre a proclamação do evangelho por parte da Igreja, Robert Ellsberg, editor da Orbis Books, do movimento missionário católico Maryknoll criou um artigo que foi publicado no sítio da CNN, 03-12-2013, cuja tradução de Moisés Sbardelotto está disponível no site da UNISINOS, e em um trecho diz que:

“Como primeiro papa do hemisfério Sul, como alguém que experimentou o colapso financeiro da economia argentina, como um bispo que encorajou seus padres a trabalharem nas favelas, o Papa Francisco conhece a economia mundial a partir da perspectiva dos que estão embaixo. Condenando a idolatria do dinheiro, ele se posiciona firmemente contra um "mercado divinizado", em que as massas de seres humanos tornam-se espectadores impotentes, se não "sobras" descartáveis.

O Papa Francisco assumiu para si a tarefa de falar por aqueles que não têm voz, de despertar a consciência dos cristãos e de contribuir por uma cultura da solidariedade. Ele anseia por uma "Igreja pobre para os pobres". Talvez o que o distingue dos seus antecessores é simplesmente que ele identificou isso como um foco central e evidentemente tem a intenção de manter a Igreja responsável por essa missão.

Claro que ninguém se preocupa com um papa que abraça os doentes e ama os pobres. Mas quando ele se atreve a refletir sobre as causas morais e estruturais da pobreza, essa é outra questão.

Como Dom Hélder Câmara, outro arcebispo profético da América Latina, observou notoriamente, "Quando dou comida aos pobres, me chamam de santo. Quando pergunto por que eles são pobres, chamam-me de comunista". Certas coisas nunca mudam”.

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O COMUNISMO E A TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO

A teologia da libertação está assentada toda no marxismo – ou seja, ela é toda comunista, suas concepções sobre o mundo e a fé, são vistas pelos óculos de Marx, sendo assim, seus discursos estão cheios de piedades sociais, e desigualdades gritantes, sua bandeira, ou melhor estandarte é o pobre; bom, mas vocês devem estar se questionando: “qual mal há nisso?”, na verdade nenhum enquanto os discursos estão voltado a desigualdade em si, mas existe um grande problema, que esta no centro irrigador de toda ideologia comunista; todo comunismo em seu fim, é materialista, ateu e desigual (apesar de seu discurso pregar a igualdade), e traz consigo interesses políticos e econômicos que em nada ajudará os pobres, e no fim acarretará em mais fome e miséria do que nos ditos países capitalistas, vejam como exemplo: Cuba, Coreia do Norte, Venezuela, China, a extinta URSS, e outros países mais, e como o Papa Francisco bem lembrou: “Os comunistas nos roubaram a bandeira. A bandeira dos pobres é cristã…”. (Bíblia Católica News).


Dez Papas ensinaram que o comunismo é anticristão e o condenaram severamente. Esta condenação certamente inclui também o “socialismo moderado” ou “socialismo democrático” mesmo os candidatos socialistas que dizem respeitar a propriedade privada e a democracia não devem receber jamais o apoio dos católicos. É o que ensinou o Papa Pio XI:

“E se o socialismo estiver tão moderado no tocante à luta de classes e à propriedade particular, que já não mereça nisto a mínima censura? Terá renunciado por isso à sua natureza essencialmente anticristã? Eis uma dúvida, que a muitos traz suspensos. (…) Para lhes respondermos, como pede a Nossa paterna solicitude, declaramos: O socialismo, quer se considere como doutrina, quer como fato histórico, ou como “ação”, se é verdadeiro socialismo, mesmo depois de se aproximar da verdade e da justiça nos pontos sobreditos, não pode conciliar-se com a doutrina católica, pois concebe a sociedade de modo completamente avesso à verdade cristã.” - Pio XI, Encíclica Quadragesimo Anno.

Depois, São João XXIII, o Papa que deu início ao Concílio Vaticano II, confirmou o que disse Pio XI:

“Entre comunismo e cristianismo, o pontífice declara novamente que a oposição é radical, e acrescenta não se poder admitir de maneira alguma que os católicos adiram ao socialismo moderado“. - São João XXIII, Encíclica Mater et Magistra

Por isso, entendemos em primeiro lugar, que fique claro: uma pessoa que segue e professa doutrina comunista é APÓSTATA (apostasia é o abandono da fé católica) e está, SIM, automaticamente excomungada.

Essa pena de excomunhão por apostasia ainda vigora na Igreja, como o Padre Paulo Ricardo explica neste vídeo aqui:

                                   

Porém, a maioria dos católicos não faz a menor ideia do que seja socialismo/comunismo, nem tampouco sabe que a Igreja condena essa filosofia (não é um sistema econômico, é uma filosofia). Então, a ignorância salva muitas pessoas da excomunhão.

Nos tempos de Pio XII e de São João XXIII havia opções de direita, o que praticamente não há no Brasil. Pensem nos nossos presidenciáveis: alguns são socialistas mais identificados com o modelo de Cuba e Venezuela, outros pertencem ao Foro de São Paulo (entidade de esquerda criada por Lula e Fidel, que abriga organizações terroristas), outros são socialistas fabianos, mais identificados com o modelo europeu (a chamada “Terceira Via”). Então, só resta ao povo católico tentar votar no “mal menor”, ou como bem disse o Padre Paulo Ricardo:

“Se você tem uma situação em que você não sabe absolutamente se escolhe entre SATANÁS, BELZEBU ou LÚCIFER, o que eu devo dizer é que o voto nulo e o voto em branco não resolvem, só facilitam a vida deles. ‘Ah, mas como eu vou votar numa pessoa com a qual eu não concordo em tudo?’. Não é um casamento, não se preocupe. Se realmente não tem opção, você toma um Engov e vota no menos pior”. - Padre Paulo Ricardo. Fonte: vídeo (a partir de 2:06).

Desconhecemos os motivos mas o site do Vaticano não disponibiliza mais o Decreto do Santo Ofício [28 de junho (1 de julho) de 1949] contra o comunismo AAS41 (1949) pág. 334 e nem a Resposta do Santo Ofício, [25 de março (4 de abril) de 1959] AAS51 (1959) pág. 271-272. Por esse motivo, nos próximos dias estaremos disponibilizando em nosso site as encíclicas e exortações que falam contra o Comunismo e que ainda estão disponíveis no site do Vaticano.

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Gilberto B. Passos
Adm

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