segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Papa: "O sangue de nossos irmãos cristãos é um testemunho que grita".


Mortos somente por serem cristãos: disse o Papa Francisco durante um encontro no Vaticano com os representantes da Igreja Reformada da Escócia, referindo-se aos mais de 20 coptas egípcios mortos pelos jihadistas do autoproclamado Estado Islâmico.

O Papa Francisco recebeu em audiência na manhã desta segunda-feira o Moderador da Igreja Reformada da Escócia. No seu discurso o Papa exprimiu antes de tudo satisfação por encontrá-los enquanto representantes da Igreja da Escócia e de partilhar com eles o empenho ao serviço do Evangelho e da unidade dos cristãos.

O Papa notou em seguida que ao desenvolvimento da rica tradição histórica e cultural da Escócia contribuíram ilustres e santas figuras cristãs pertencentes a diferentes denominações e que o estado actual das relações ecuménicas na Escócia testemunha que aquilo que nós, como cristãos, temos em comum,  é maior que o que nos pode dividir. Nesta base, o Senhor nos chama a procurar formas mais eficazes para superar velhos preconceitos e encontrar novas formas de entendimento e colaboração, sublinhou o Papa.

E constatou com alegria que as relações entre a Igreja da Escócia e a Igreja Católica se desenvolveram a tal ponto que os desafios da sociedade contemporânea são abordados através de uma reflexão comum e, em muitos casos, somos capazes de falar a uma só voz sobre questões que tocam de perto as vidas de todos os fiéis, reiterando que neste nosso mundo globalizado e muitas vezes desorientado o testemunho cristão comum é um requisito necessário para que os nossos esforços de evangelização sejam eficazes. 

Somos peregrinos e peregrinamos juntos, continuou o Papa, e devemos aprender a "abrir o coração ao companheiro de estrada sem medos nem desconfianças, e olhar primariamente para o que procuramos: a paz no rosto único Deus”.

E o Papa Francisco reconheceu que a fé e o testemunho cristão são hoje confrontados com desafios tais, que somente através da combinação dos nossos esforços, poderemos fazer um serviço eficaz  à família humana e permitir que a luz de Cristo possa chegar a todos os cantos escuros do nosso coração e do nosso mundo. A este ponto o Papa recorreu à sua língua-mãe para exprimi um profundo e triste sentimento:

“Hoje pude ler a notícia da execução dos  21, 22 cristãos coptas. Eles diziam apenas: "Jesus ajuda-me". Foram assassinados pelo simples facto de serem cristãos. No seu discurso, caro irmão, referiu-se àquilo que sucede na terra de Jesus. O sangue dos nossos irmãos cristãos é um testemunho de grita. Sejam católicos, ortodoxos, coptos, luteranos, não importa: são cristãos! E o sangue é o mesmo. O sangue confessa Cristo. Recordando estes irmãos que morreram simplesmente por confessarem Cristo, peço para que nos encorajemos mutuamente a ir para frente este ecumenismo, que nos é encorajado pelo ecumenismo do sangue. Os mártires são todos os cristãos”.

E o Papa terminou convidando a rezar uns pelos outros e a continuar a caminhar juntos no caminho da sabedoria, da benevolência, da fortaleza e da paz.
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Rádio Vaticano

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