sábado, 6 de dezembro de 2014

A história da árvore de Natal: dos druidas à rainha Vitória


Eu tenho em casa uma árvore de Natal um tanto... eclética.

Dos seus ramos, pende uma variedade de enfeites que vão desde alguns que o meu marido fez quando era criança até outros que eu mesma fiz nos primeiros anos de casada, além de mais alguns que os nossos filhos foram acrescentando ao longo dos anos. E ainda há enfeites que ganhamos de presente e outros que compramos para comemorar ocasiões especiais. No meio de tudo isso, as luzes coloridas! Com o presépio embaixo e o anjo no topo, a cena está completa. Em muitos aspectos, esta árvore conta a história da nossa vida juntos. Ele jamais apareceria numa revista de decoração, é claro, mas eu aprendi a gostar muito da sua singularidade.

Ao refletir sobre o nosso símbolo familiar de Natal, eu me lembro, às vezes, de como surgiu a tradição das árvores de Natal dentro do cristianismo. Muito tempo atrás, alguns povos acreditavam que os ramos verdes afastavam os maus espíritos. Outros povos consideravam que o sol era um deus e achavam que o inverno acontecia porque o deus-sol ficava doente. Eles comemoravam o solstício de inverno porque, com os dias recomeçando a ficar mais longos, significava que o deus-sol estava melhorando. Os ramos verdes, assim, serviam como lembrete de que a primavera voltaria.

Segundo a tradição, São Bonifácio foi o primeiro a adaptar essas tradições ao cristianismo, no século VIII. Ele tentava converter os druidas, que adoravam árvores de carvalho como símbolos da divindade. Em vez do carvalho, ele começou a chamar a atenção para o abeto, cuja forma triangular ajudava a descrever a Santíssima Trindade e cujos ramos verdes apontam para o céu.

Credita-se a Martinho Lutero a popularidade da árvore de Natal na Alemanha. Numa noite de inverno, enquanto passeava e preparava um sermão, ele se impressionou a tal ponto com a beleza das estrelas que, ao voltar para casa, procurou recriar aquela beleza para a sua família, colocando pequenas velas nos ramos de uma árvore que tinha em casa. 

As árvores de Natal foram adotadas tardiamente na América do Norte. Os puritanos torciam o nariz para “todas essas tradições pagãs”. Em 1659, a Corte Geral de Massachusetts chegou a determinar que qualquer forma de celebração natalina que não fosse o culto na igreja seria legalmente punida. Foi só com a chegada dos imigrantes alemães e irlandeses, no século XIX, que essa influência puritana começou a perder força. Em 1846, foi publicada no London News uma foto da rainha Vitória e do príncipe Alberto, que era alemão, com seus filhos em torno de uma árvore de Natal. A popularidade das árvores de Natal cresceu imediatamente, tanto na Inglaterra quanto na América do Norte. Em 1920, o costume já tinha se espalhado praticamente pelo mundo inteiro.

Embora a tradição da árvore de Natal possa ter começado em contextos alheios ao cristianismo, hoje nós podemos afirmar com segurança que ela se tornou um símbolo cristão. O símbolo da árvore tem raízes profundas na nossa fé. Os nossos primeiros pais foram orientados por Deus a não comer os frutos de uma das árvores do Éden. Cristo pagou o preço altíssimo da nossa redenção sendo crucificado num tronco de árvore. Os ramos verdes e as luzes que os decoram nos recordam que Cristo é a luz do mundo e que a Sua luz é eterna. Ele trouxe alegria e luz a um mundo envolto em escuridão. Há muitas reflexões cristãs que podemos fazer inspirados pelos símbolos que a nossa fé adotou.

Sugiro, inclusive, uma prece que pode ser feita em família junto à árvore de Natal:

Senhor,
Que a presença desta árvore nos recorde o vosso presente da vida eterna!
Que a sua luz nos mantenha atentos à Luz que trouxestes ao mundo!
Que a alegria e a paz do Natal encham os nossos corações!

Nós vos pedimos por Cristo, nosso Senhor. Amém.
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Aleteia

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