domingo, 30 de junho de 2013

No Ângelus, Papa lembra que Deus quer cristãos livres


ANGELUS
Praça São Pedro
Domingo, 30 de junho de 2013


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

O Evangelho deste domingo (Lc 9, 51-62) mostra uma passagem muito importante na vida de Cristo: o momento no qual – como escreve São Lucas – “Jesus toma a firme decisão de colocar-se em caminho rumo a Jerusalém” (9, 51). Jerusalém é a meta final, onde Jesus, em sua última Páscoa, deve morrer e ressuscitar, e assim cumprir a sua missão de salvação.

Daquele momento, depois da “firme decisão”, Jesus fixa a meta, e também às pessoas que encontra e que pedem para segui-Lo, diz claramente quais são as condições: não ter uma moradia permanente; desapegar-se dos afetos humanos; não ceder à nostalgia do passado.


Mas Jesus diz também aos seus discípulos, encarregados de precedê-lo no caminho rumo a Jerusalém para anunciarem a sua passagem, para não imporem nada: se não encontrarem disponibilidade de acolhê-Lo, que prossigam, sigam adiante. Jesus não impõe nunca, Jesus é humilde, Jesus convida. Se você quer, vem. A humildade de Jesus é assim: Ele convida sempre, não impõe.

Tudo isto nos faz pensar. Isso nos diz, por exemplo, a importância que, também para Jesus, teve a consciência: o escutar no seu coração a voz do Pai e segui-la. Jesus, na sua existência terrena, não era, por assim dizer, “telecomandado”: era o Verbo encarnado, o Filho de Deus feito homem, e em certo ponto tomou a firme decisão de sair para Jerusalém pela última vez; uma decisão tomada na sua consciência, mas não sozinho: junto do Pai, em plena união com Ele! Decidiu em obediência ao Pai, em escuta profunda, íntima da sua vontade. E por isto a decisão era firme, porque tomada junto com o Pai. E no Pai Jesus encontrava a força e a luz para o seu caminho. E Jesus era livre, naquela decisão era livre. Jesus quer nós cristãos livres como Ele, com aquela liberdade que vem deste diálogo com o Pai, deste diálogo com Deus. Jesus não quer cristãos egoístas, que seguem o próprio “eu”, não falam com Deus; nem cristãos fracos, cristãos que não têm vontade, cristãos “telecomandados”, incapazes de criatividade, que buscam sempre conectar-se com a vontade do outro e não são livres. Jesus nos quer livres e esta liberdade acontece onde? Acontece no diálogo com Deus na própria consciência. Se um cristão não sabe falar com Deus, não sabe sentir Deus na própria consciência, não é livre, não é livre.

Por isto devemos aprender a escutar mais a nossa consciência. Mas atenção! Isto não significa seguir o próprio “eu”, fazer aquilo que me interessa, que me convém, que me agrada… Não é isto! A consciência é o espaço interior da escuta da verdade, do bem, da escuta de Deus; é o lugar interior da minha relação com Ele, que fala ao meu coração e me ajuda a discernir, a compreender o caminho que devo percorrer e, uma vez tomada a decisão, a seguir adiante, a permanecer fiel.

Nós tivemos um exemplo maravilhoso de como é esta relação com Deus na própria consciência, um recente exemplo maravilhoso. O Papa Bento XVI nos deu este grande exemplo quando  o Senhor o fez entender, na oração, qual era o passo que devia seguir. Seguiu, com grande senso de discernimento e coragem, a sua consciência, isso é, a vontade de Deus que falava ao seu coração. E este exemplo do nosso Padre faz tanto bem a todos nós, como um exemplo a seguir.

Nossa Senhora, com grande simplicidade, escutava e meditava no íntimo de si mesma a Palavra de Deus e aquilo que aconteceu com Jesus. Seguiu o seu Filho com íntima convicção, com firme esperança. Ajude-nos, Maria, a transformar-nos sempre mais homens e mulheres de consciência, livres na consciência, porque é na consciência que se dá o diálogo com Deus; homens e mulheres capazes de escutar a voz de Deus e de segui-la com decisão, capazes de escutar a voz de Deus e de segui-la com decisão.
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Fonte: Boletim da Santa Sé

Tradução: Jéssica Marçal

Papa fala aos jovens sobre caminho para crescer na amizade com Cristo


MENSAGEM
Mensagem do Papa Francisco aos jovens reunidos para a “Sexta Jornada dos Jovens” da Lituânia (28-30 de junho) em Kaunas
Domingo, 30 de junho de 2013


Queridos jovens lituanos!

Tenho o prazer de fazer-me espiritualmente presente em meio a vós e de dirigir-vos a minha afetuosa saudação por ocasião da “Sexta Jornada dos Jovens”, que lhes traz reunidos tão numerosos em Kaunas. Um particular pensamento dirijo a quantos entre vós estão percorrendo o caminho da plena dedicação a Deus no sacerdócio e na vida consagrada, como também a todos aqueles que estão comprometidos no serviço dos últimos através das múltiplas formas de voluntariado. Saúdo e agradeço os vossos Pastores, que programaram estes dias especiais de oração e de reflexão, centrados no tema “Chamei-vos amigos” (Jo 15, 15).


Propriamente partindo desta palavra do Senhor, gostaria de oferecer-vos breves pensamentos para o vosso crescimento espiritual e a vossa missão dentro da Igreja e no mundo. Jesus quer ser amigo de vocês, vosso irmão, mestre de verdade e de vida que revela a vocês o caminho a percorrer para alcançar a felicidade, a realização de vocês mesmos segundo o plano de Deus sobre cada um de vocês. E esta amizade de Jesus, que nos leva à misericórdia, ao amor de Deus, é “gratuidade”, dom puro. Ele não vos pede nada em troca, pede-vos somente para acolhê-la. Jesus quer amar-vos pelos que vocês são, mesmo nas vossas fragilidades e fraquezas, para que, tocados pelo seu amor, vocês possam ser renovados.

O encontro com o amor de Deus na amizade de Cristo é possível, antes de tudo, nos Sacramentos, em particular a Eucaristia e a Reconciliação. Na Santa Missa nós celebramos a memória do sacrifício do Senhor, o seu doar-se totalmente para a nossa salvação: ainda hoje Ele realmente doa o seu corpo por nós e derrama seu sangue para redimir os pecados da humanidade e fazer-nos entrar em comunhão com Ele. Na Penitência, Jesus nos acolhe com todos os nossos limites, leva-nos à misericórdia do Pai que nos perdoa, e transforma o nosso coração, tornando-o um coração novo, capaz de amar com Ele, que amou os seus até o fim (cfr Jo 13, 1). E este amor manifesta-se na sua misericórdia. Jesus sempre nos perdoa.

Outro caminho privilegiado para crescer na amizade com Cristo é a escuta da sua Palavra. O Senhor nos fala no íntimo da nossa consciência, fala-nos através da Sagrada Escritura, fala-nos na oração. Aprendam a permanecer em silêncio diante Dele, a ler e meditar a Bíblia, especialmente os Evangelhos, a dialogar com Ele todos os dias para sentir a sua presença de amizade e de amor. E aqui gostaria de destacar a beleza de uma oração contemplativa simples, acessível a todos, grandes e pequenos, cultos e pouco instruídos; é a oração do Santo Rosário. No Rosário nós nos dirigimos à Virgem Maria para que nos guie a uma união sempre mais estreita com o seu Filho Jesus para estarmos de acordo com Ele, ter os seus sentimentos, agir como Ele. No Rosário, na verdade, repetindo “Ave Maria”, nós meditamos os Mistérios, os acontecimentos da vida de Cristo para conhecê-Lo e amá-Lo sempre mais. O Rosário é um instrumento eficaz para abrir-nos a Deus, porque nos ajuda a vencer o egoísmo e a levar a paz nos corações, nas famílias, na sociedade e no mundo.


Queridos jovens, o amor de Cristo e a sua amizade não são uma ilusão – Jesus na Cruz mostra o quanto são concretos – nem são reservados a poucos. Vocês encontrarão esta amizade e experimentarão toda a fecundidade e a beleza se as buscarem com sinceridade, vocês se abrirão com confiança a Ele e cultivarão com compromisso a vossa vida espiritual aproximando-se dos Sacramentos, meditando a Sagrada Escritura, rezando constantemente e vivendo intensamente na comunidade cristã. Sintam-se parte da Igreja, comprometidos com a evangelização, em união com os irmãos na fé e em comunhão com os vossos Pastores. Não tenham medo de viver a fé! Sejam testemunhas de Cristo nos vossos ambientes cotidianos, com simplicidade e coragem. A quem encontrarem, aos vossos pares, saibam mostrar, sobretudo, a Face de misericórdia e de amor de Deus, que sempre perdoa, encoraja, dá esperança. Estejam sempre atentos aos outros, especialmente às pessoas mais pobres e mais frágeis, vivendo e testemunhando o amor fraterno, contra todo egoísmo e fechamento. O vosso Patrono São Casimiro vos ajude a buscar e a levar Cristo sem nunca se cansarem. Seja para vocês um apoio nesse caminho a presença materna de Maria, e acompanhe-vos a minha benção, que de coração concedo a todos vocês, estendendo-a a toda a Lituânia.
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Fonte: Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal

sábado, 29 de junho de 2013

Pedro e Paulo


Toda instituição e toda construção deve ter, como fundamento, uma base sólida, dando garantia e estabilidade para sua existência. São Pedro e São Paulo são pilares da Igreja, ambos martirizados em Roma e ali sepultados, um na Basílica de São Pedro, e outro, na de São Paulo fora dos muros.

Pedro representa a instituição Igreja, conforme as palavras de Jesus: “... eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja...” (Mt 16, 18). Paulo representa a missão da Igreja. É só olhar o livro dos Atos dos Apóstolos e encontrar suas viagens missionárias, indo ao encontro das comunidades cristãs. Celebrar a festa desses dois mártires significa revitalizar a Igreja na sua identidade e missão de ser um grande instrumento de construção do Reino de Deus. Sua força não está na aparência, no comodismo e no carreirismo, mas no martírio, no sacrificar-se pelo outro, no assumir a cruz, construindo vidas com dignidade.

Organizadores tentam defender os corruptores da juventude que convidaram para os atos centrais da JMJ!


A respeito de uma nota (que se encontra no Facebook - também aqui) (a nota foi removida) redigida pelo revmo. pe. Renato Martins, «Diretor Executivo do Setor Atos Centrais JMJ RIO 2013», sobre a escandalosa escolha de alguns «artistas» mundanos para participarem da JMJ, é preciso dizer quanto segue:

Me entristeceu profundamente, as mensagens postadas nas redes sociais, mensagens enviadas por WhatsApp e outros meios de comunicação. Católicos atacando cristãos!

A nós, o que nos entristeceu profundamente foi ver a completa falta de senso dos organizadores da JMJ, que não têm vergonha em emporcalhar um evento católico com personalidades imorais e parecem não ver problema em consagrar um espaço de evangelização à divulgação do estilo de vida anti-católico encarnado pelos «artistas famosos» aos quais a organização da JMJ parece julgar importante dar vez e voz.
 
Também estarão na Jornada, alguns artistas famosos que ofereceram seus dons voluntariamente, para participarem deste projeto, por acreditarem que a JMJ, é uma grande oportunidade de transformação da juventude e da sociedade. Qual o pecado que há nisto?

O pecado está no fato de que estes «artistas famosos» são conhecidos expoentes de tudo o que existe de mais podre na sociedade contemporânea, justamente aquelas coisas que são mais combatidas pela Igreja Católica. O pecado está no fato de que a mensagem passada por estes «artistas» em suas aparições públicas, para além de quaisquer características de suas vidas particulares (que não conhecemos e não vêm ao caso), é justamenteuma mensagem de corrupção da juventude e degeneração da sociedade. O pecado reside no fato de que a «transformação da juventude e da sociedade» propagada pela Igreja é exatamente o contrário da “transformação” que estes artistas realizam quotidianamente com sua vida pública e, portanto, é um escândalo que eles recebam palco na JMJ para propagar a sua obra de apodrecimento da moral e dos bons costumes. O pecado, enfim, está no fato de que parece que não existe ninguém com um mínimo de bom senso na Organização da Jornada, uma vez que, não satisfeitos em realizar um escândalo de proporções diabólicas, ainda vêm a público defendê-lo e atacar os católicos que se sentem ofendidos com este vitupério às coisas sagradas e esculhambação de um evento voltado à evangelização da juventude!

Em meio a tantas criticas, me chamou atenção as dirigidas ao jovem Luan Santana! Porque criticar a participação de um jovem, que conquistou a fama de forma honesta, começou a trabalhar tão novo desejando conquistar os seus sonhos?

O «jovem Luan Santana» é o garoto que, como mostramos, faz apologia à sexualidade livre (e até ao estupro!) em suas músicas e canções [p.s.: e que se gaba publicamente de ter uma coleção de roupas íntimas das suas fãs (!) e de manter esporadicamente relações sexuais com elas após os seus shows (!!)]. Dizer que isso é uma «forma honesta» de «trabalhar» e «conquistar os seus sonhos» (sic!) é um escárnio a tantos jovens que, estes sim, trabalham anonimamente de forma honesta e digna e, longe dos holofotes da mídia, esforçam-se na medida de suas capacidades para serem sal da terra e luz do mundo. Na contramão dos esforços dessa juventude sadia e honesta estão «artistas» como o Luan Santana, ofendendo a Deus com suas canções desonestas e conduzindo uma juventude perdida ao redemoinho do hedonismo e do sexo desenfreado tão eloqüentemente louvados nas músicas e shows do jovem cantor. Desgraçadamente, esta juventude honesta não tem quem a represente ou defenda, e ainda precisa aturar sacerdotes responsáveis pela organização de um evento católico da magnitude da JMJ defenderem as imoralidades encarnadas por certos «artistas famosos» que dedicam as suas vidas à descristianização da sociedade brasileira!

Mesmo assim, isso seria motivo para criticar tão duramente a participação de um “pecador” se assim desejarem chama-lo? Se alguns pensam que sim, eu discordo! Relembrem o que disse Jesus: Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento.

Os pecados do Luan Santana não estão em questão, e sim precisamente amensagem que o jovem dedica a vida a transmitir com suas músicas lascivas e libertinas. Nosso Senhor andava com os publicanos e as prostitutas, sim, mas os convidava a abandonarem a sua vida de pecados. Sinceramente, defender a participação na JMJ de indivíduos publicamente conhecidos pela defesa e promoção de um estilo de vida em tudo contrário ao que ensina a Santa Igreja é um sofisma diabólico dos mais grosseiros, que estamos acostumados a encontrar nos lábios dos escarnecedores e inimigos de Cristo mas que, na pena de um sacerdote católico, é um doloroso golpe aos católicos e uma terrível ofensa a Nosso Senhor.

Se o nosso comprometimento com Cristo fosse tão forte, como as criticas que saem de nós, não precisaríamos de uma Jornada Mundial da Juventude! Não seria preciso que o Papa nos relembrasse a ordem do Senhor: Ide e fazei discípulos entre todas as nações! Estaríamos tão imersos nesse compromisso de fazer discípulos, que não procuraríamos excluir os discípulos!

Mais uma vez, estas palavras são uma piada de mau gosto. Não existem “discípulos” a serem “excluídos” aqui, e sim porta-vozes de uma sociedade degenerada aos quais nós achamos necessário, sim, negar os palcos e os holofotes que deveriam estar voltados para as mensagens cristãs das quais a nossa juventude está tão sedenta justamente porque os seus olhos e ouvidos são diuturnamente bombardeados pelo lixo moral que toca nas nossas rádios e aparece em nossas televisões – o mesmíssimo lixo moral que os organizadores da JMJ parecem empenhados em reverberar ao mundo inteiro através dos atos oficiais da Jornada Mundial da Juventude. Se o Luan Santana (ou quem quer que seja) quiser participar como peregrino da JMJ, será muitíssimo bem-vindo! No entanto, dar-lhe palco e conferir (mesmo tacitamente) uma aprovação moral ao estilo de vida depravado que o seu trabalho (dito “honesto”!) apregoa Brasil afora é criminoso, é um ultraje à Igreja de Cristo e uma zombaria a Nosso Senhor.


Não precisamos do tom afetado destas notas públicas eivadas de orgulho ferido que intentam lançar sobre católicos honestos a responsabilidade pelo escândalo que a Organização da JMJ – e somente ela – provocou com estas ultrajantes escolhas de «artistas» imorais para “representar” a juventude católica brasileira diante do mundo inteiro. Repito o que já disse antes: se restasse um mínimo de decência aos responsáveis por esta infâmia, estes representantes do que existe de pior na nossa Pátria seriam imediatamente “desconvidados” e seria emitido um mea culpa público por esta deplorável atitude com a qual os organizadores da Jornada envergonharam perante o mundo os católicos do Brasil.
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Nota da Pastoral da Juventude sobre a "Tenda das Juventudes"


O coletivo de organizações que tem sonhado e construído a TENDA DAS JUVENTUDES durante a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro/RJ, em julho de 2013, vem por meio desta carta aberta, comunicar algumas questões e mudanças a respeito deste projeto, aprovado como atividade oficial pelo Comitê Organizador Local da JMJ para o Festival da Juventude.

Tendo clareza que a atividade é promovida por organizações eclesiais da sociedade civil, informamos que estamos modificando o local do evento, que anteriormente estava previsto para acontecer no Galpão do Comitê da Ação da Cidadania, no bairro da Saúde, e que agora acontecerá naParóquia Santa Bernadete, na Av. dos Democráticos, 896, no bairro Higienópolis, Rio de Janeiro/RJ.


A decisão de mudança do local aconteceu após posicionamentos equivocados da Superintendência de Juventude do Estado do Rio de Janeiro, até então parceira do evento e responsável pela locação do espaço. Listamos a seguir alguns dos pontos que motivaram a mudança de local e retirada da Superintendência de Juventude da lista de parceiros do evento:
Dificuldade de clareza de que a atividade é de promoção de organizações eclesiais da sociedade civil e não do Governo do Estado.

Alteração da programação sem contato prévio e organização do espaço a partir de pautas e demandas impostas pelo Governo do Estado do RJ, não respeitando a elaboração construída pelas organizações eclesiais e ainda propondo atividades em horários que conflitariam com as catequeses e os atos centrais da JMJ.

Imposição da presença de representantes do Governo Estadual em todas as mesas de diálogo.

Exigências quanto ao uso das marcas do Governo do Estado do RJ em relação às demais organizações presentes na construção do projeto.

Cerceamento de momentos celebrativos na programação proposta pelas organizações, dificultando os momentos de oração previstos no formulário de inscrição das atividades do COL da JMJ.

Ressaltamos o nosso comprometimento com a proposta evangelizadora da Jornada Mundial da Juventude e declaramos que NÃO ESTAMOS DISPOSTOS A COLOCAR NOSSOS PRINCÍPIOS CRISTÃOS E ÉTICOS EM TROCA DE QUALQUER QUE SEJA O APOIO FINANCEIRO E MATERIAL.

É importante destacar que a nossa atividade é aprovada para acontecer na JMJ, com a oficialidade do COL e confirmação para o Guia do Peregrino, sendo assim solicitamos que qualquer comunicado a respeito de nosso evento na JMJ seja feito diretamente com a Pastoral da Juventude, por meio de sua secretaria nacional[1].

Portanto, caso aconteça alguma atividade durante a JMJ no Galpão do Comitê da Ação da Cidadania promovida pelo Governo do Estado, deixamos claro que não há nenhuma participação das organizações responsáveis pela Tenda das Juventudes e que assinam esta carta. Compreendemos também que a realização de tal atividade fere o processo de inscrição de atividades previstas para o Festival da Juventude, assim como a legislação vigente do município do Rio de Janeiro que não permite a realização de atividades além das aprovadas para a JMJ.

Desde já, contamos com a compreensão de todos/as e nos colocamos à disposição para qualquer esclarecimento.


Brasília/DF, 29 de junho de 2013.


Pastoral da Juventude (PJ)

Juventude Franciscana (JUFRA)

Cáritas Brasileira

Cajueiro - Centro de Formação, Assessoria e Pesquisa em Juventude

Rede Ecumênica da Juventude (REJU)

Irmandade dos Mártires da Caminhada

Setor Pastoral da PUC/RJ
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[1] Dentro do coletivo das organizações eclesiais promotoras da atividade, a Pastoral da Juventude foi a responsável pelos encaminhamentos junto ao COL, sendo assim o contato de referência neste processo é Thiesco Crisóstomo, secretário nacional da PJ, por meio do e-mail: secretarianacional@pj.org.br.
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A crise do Sistema Representativo: para se entender a voz das ruas


O Brasil assiste, após quase duas décadas, a um grande movimento social que precisa ser entendido à luz do processo político que nosso país tem experimentado nos últimos anos.

Milhões de brasileiros estão nas ruas para reivindicar uma pauta enormemente difusa, que vai desde a redução da tarifa de transporte coletivo até mesmo uma ampla reforma política. Muitos de nós temos sido surpreendidos com a diversidade de pautas desse turbilhão de manifestações e nos perguntamos qual a motivação maior desse fenômeno.

Na verdade, a grande maioria dos manifestantes tem expressado de forma pacífica seu descontentamento com a inércia dos poderes públicos em realizar autênticas transformações na estrutura do Estado. Parece que o sistema representativo não está garantindo que a energia transformadora siga seu curso normal e se transforme em efetiva mudança para o bem viver da sociedade brasileira. O que está acontecendo no Brasil de hoje é um sucateamento do transporte público, da assistência médica às populações e desleixo para com a educação. Isso sem falar sobre os históricos problemas de concentração de renda e de meios de produção. Crise urbana e crise rural se sobrepõem claramente. Só que a implementação de mudanças efetivas depende de como se estrutura o Estado e como nele se movimenta o processo decisório na esfera política.


A mediação política tem se tornado ineficiente e arcaica no Brasil. Entendendo o processo político como um canal que transforma reivindicações e anseios da sociedade em políticas efetivas, temos hoje o descolamento entre o processo reivindicatório e a implementação de mudanças. E isso exatamente porque não interessa à classe política - ou pelo menos à sua maior parte - desempenhar o papel que lhe foi conferido pelos eleitores. Por trás dessa inépcia existem causas que não têm sido mexidas. Hoje ninguém desconhece que não se faz política sem dinheiro. Um candidato a vereador não passa no funil eleitoral se não gastar algumas dezenas de milhares de reais e, na medida em que a instância representativa vai se elevando, milhões de reais. Dai a pergunta: quem financia? Geralmente empresários. E empresários tem interesses e cobram estes interesses dos mandatários. O preço dessa troca sempre vem em detrimento do cidadão e alguns políticos entram nesse circulo vicioso e não querem contrariar interesses de seus mecenas. Por isso não pode haver reformas estruturais. Quanto menos reformas menos contrariedades e riscos. E a culpa recai sempre na velha governabilidade! 

Outro nefasto processo é a gestão da coisa pública. Contratos milionários - como, por exemplo, os da Copa do Mundo ou das Olimpíadas - sugam recursos públicos que, se sabe, poderiam se destinar a obras de infraestrutura e melhoria dos serviços básicos da população. Isso sem falar nos acordos sub-reptícios entre empreiteiros e gestores públicos onde os primeiros cobram mais para poder cobrir as despesas com intermediação política e burocrática. Diante de um quadro desses, aceito com tanta naturalidade, a paciência vai se esgotando. Nossa juventude está nas ruas porque tem projetos mais ousados para o Brasil. Não cabe a falácia de que a juventude não quer saber de política. Nossa juventude quer saber sim de política e esta com P maiúsculo. Não basta pertencer ou confessar programas partidários. É necessário se comprometer com mudanças. O Brasil não mudará se ficarmos nas medidas apenas cosméticas, sem uma clara mudança estrutural.

As considerações acima não querem, é bom que se ressalte, negar a legitimidade dos partidos políticos, mas apenas qualificar a ação política deles. Não se vive um sistema democrático sem partidos. Querer eliminar os partidos é proposta que só interessa a quem tem ambições totalitárias. O que se quer, na verdade, é que a democracia deixe de ser apenas representativa, num modelo em que o voto seja a única mediação entre eleitores e mandatários. O poder deve ser exercido pelo povo e o voto jamais deve ser uma procuração em branco para seus representantes. Desvios de parlamentares e governantes devem ser efetivamente cobrados e não se pode esperar apenas a próxima eleição para se revogar mandatos.

Por isso a reforma política do estado brasileiro deve passar por uma radical mudança no alicerce da representação. Acabar de vez com o financiamento privado de campanhas políticas pode ser um bom começo. Acabar com a autogestão administrativa dos poderes é outra pedra angular dessa reforma, evitando assim a farra de aumentos salariais das casas legislativas e do Judiciário. Acabar com as famigeradas mordidas orçamentárias das emendas parlamentares, foco de muitas negociações espúrias em troca de apoio político. Estabelecimento de parâmetros entre a classe trabalhadora e os parlamentares, eliminando vantagens adicionais exorbitantes no exercício do mandato, através de auxílio disso e daquilo. Acabar com voto secreto no exercício de mandatos, que ocultam muitas vezes acordos políticos dos mais variados, e garantindo à sociedade o efetivo controle de seus representantes.

A qualidade da política no Brasil não avançará sem estas e outras mudanças necessárias. Não adianta sermos uma Ferrari na euforia do boom econômico se a nossa máquina política tem motor 1.0. A oportunidade histórica está aí e não podemos perdê-la. Uma democracia madura não se constrói sem a clara implementação de seu princípio básico: todo o poder emana do povo e em seu nome (e junto com ele) será exercido (com transparência).

Este é um grito que está nas ruas.

É preciso ouvi-lo!


Artigo escrito pelo 1° vice-presidente do CONIC,
o bispo anglicano dom Francisco de Assis da Silva (IEAB).
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Fonte:CONIC



São Pedro e o Papa Francisco


Neste* final de semana, junto com a festa dos apóstolos Pedro e Paulo, a Igreja comemora o Dia do Papa. É o dia para recordar os feitos dos dois maiores pilares da Igreja primitiva que foram São Pedro e São Paulo. “Pedro, o primeiro a proclamar a fé fundou a Igreja primitiva sobre a herança de Israel. Paulo, mestre e doutor das nações, anunciou-lhes o Evangelho da Salvação. Por diferentes meios, os dois congregaram a única família de Cristo e, unidos pela coroa do martírio, recebem hoje, por toda a terra, igual veneração” (Prefácio da Missa).


Antes mesmo da morte e ressurreição de Jesus Cristo, conforme nos atestam as Sagradas Escrituras, Pedro se tornou referência para os outros apóstolos e seguidores do filho de José e Maria. Ao professar que Jesus é “o Messias, o Filho do Deus vivo”, ele foi consagrado como a pedra sobre a qual iria se edificar a Igreja (Mt 16,18). Depois da ascensão de Jesus ao céu, aprofundou a sua influência sobre o grupo dos cristãos, chegando a ser o primeiro bispo de Roma. E ao ser martirizado, a referência de unidade do cristianismo ocidental continuou a ser o bispo de Roma, na pessoa de Lino e dos que o sucederam até a chegada de Dom Mário Bergoglio, o atual Papa Francisco.

O Papa não pode ser adorado e nem precisa ser venerado. Ele precisa, sim, ser respeitado e escutado em suas alocuções e em seus ensinamentos. Como os demais seres humanos, ele também tem suas fraquezas e seus pecados. Acreditamos, porém, que ele é iluminado pelo Espírito Santo para conduzir a Igreja pelos caminhos da luz e da verdade, para que “o poder do inferno nunca consiga vencê-la”.

O Papa Francisco possivelmente não é o maior teólogo da atualidade. Também não foi o mais indicado candidato a Papa pelos analistas no conclave que o elegeu no dia 13 de março. É, porém, assim o entendo eu, o perfil perfeito de Papa que o mundo está precisando. Um Papa sensível aos problemas das pessoas e comprometido com a construção de uma sociedade justa e solidária. Um Papa que assume abertamente a defesa da vida desde a concepção até a morte natural, mesmo que isto lhe custe perseguições.

Com palavras simples, diante da sua iminente chegada ao Brasil na Jornada Mundial da Juventude, aproveitou a homilia do Domingo de Ramos para alertar os jovens a dizerem ao mundo que “é bom seguir Jesus; é bom andar com Jesus; é boa a mensagem de Jesus; é bom sair de nós mesmos para levar Jesus às periferias do mundo e da existência”.


Oremos pelo nosso Papa Francisco e permaneçamos unidos a Ele. Assim teremos a garantia de sermos uma Igreja unida e em sintonia com o ensinamento dos Apóstolos Pedro e Paulo.


Dom Canísio Klaus
Bispo de Santa Cruz do Sul
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*Em vez de "No próximo", substituído por nós.

À Presidência da CNBB: Nota sobre uniões estáveis de pessoas do mesmo sexo.



À Presidência da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil

Assunto: Nota sobre uniões estáveis de pessoas do mesmo sexo.

Excelentíssimos e Eminentíssimos Senhores

Dom José Belisário da Silva
Presidente da CNBB em exercício

Dom Sergio Arthur Braschi
Vice-Presidente da CNBB em exercício

Dom Leonardo Ulrich Steiner
Secretário Geral da CNBB


1. Diante da “Nota sobre uniões estáveis depessoas do mesmo sexo”[1], publicada em 16 de maio de 2013, uno-me a Vossas Excelências Reverendíssimas no repúdio à Resolução n.º 175/2013 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que dispõe sobre a “habilitação, celebração de casamento civil, ou de conversão de união estável em casamento, entre pessoas de mesmo sexo”. Sem dúvida, como bem recordou a Nota, “a diferença sexual é originária e não mero produto de uma opção cultural”. A resolução do CNJ é mais um dos frutos da perniciosa ideologia de gênero, que tende a destruir a família natural.

2. No entanto, segundo meu parecer, a Nota poderia ter sido mais precisa do ponto de vista terminológico, a fim de evitar ambiguidades e perplexidades nos leitores. Permitam-me Vossas Excelências Reverendíssimas que lhes exponha humildemente minhas observações ao texto.

3. Logo no primeiro parágrafo, diz a Nota: “Desejamos também recordar nossa rejeição à grave discriminação contra pessoas devido à sua orientação sexual...”. A Santa Sé tem evitado sistematicamente usar o termo “orientação sexual”, tão caro à ideologia de gênero. Com efeito, o homossexualismo – dado o seu caráter antinatural – não é uma “orientação”, mas uma desorientação sexual. Quanto à discriminação contra as pessoas homossexuais, o Catecismo da Igreja Católica condena-a, mas acrescenta um importante adjetivo, que não foi reproduzido na Nota: “Evitar-se-á para com eles [os homossexuais] todo sinal de discriminação injusta” (Catecismo, n. 2358). Ao usar ao adjetivo “injusta”, o Catecismo dá a entender que existem discriminações justas para com os homossexuais. E de fato há. Uma delas é a proibição de se aproximarem da Sagrada Comunhão (o que vale para qualquer pessoa em pecado grave). Outra delas é o impedimento de ingressarem em Seminários ou Institutos Religiosos. Um terceiro exemplo seria o de uma mãe de família que demite a babá que cuida de seus filhos, ao constatar que ela é lésbica... Considerar que toda discriminação aos homossexuais é injusta seria dar direitos ao vício contra a natureza.


4. A Nota, com razão, condena a equiparação das uniões de pessoas do mesmo sexo ao casamento ou à família. No entanto, parece admitir que tais uniões pudessem gozar de algum direito civil, excluída tal equiparação: “Certos direitos são garantidos às pessoas comprometidas por tais uniões, como já é previsto no caso da união civil”. Ora, o Magistério da Igreja tem condenado não só a equiparação de tais uniões ao matrimônio, mas qualquer reconhecimento jurídico de tais uniões:

Em relação aos recentes intentos legislativos de equiparar família e uniões de fato, inclusive homossexuais (convém levar em conta que seu reconhecimento jurídico é o primeiro passo rumo à equiparação), é preciso recordar aos parlamentares a sua grave responsabilidades de opor-se a isto...[2]

Em presença do reconhecimento legal das uniões homossexuais ou da equiparação legal das mesmas ao matrimônio, com acesso aos direitos próprios deste último, é um dever opor-se-lhe de modo claro e incisivo. [3]

Se todos os fiéis são obrigados a opor-se ao reconhecimento legal das uniões homossexuais, os políticos católicos são-no de modo especial, na linha da responsabilidade que lhes é própria[4].

5. No caso em tela, teria sido oportuno ressaltar – como aliás já fez a CNBB em outra ocasião – que a Igreja se opõe não só ao matrimônio, mas também ao simples reconhecimento da “união estável” de pessoas do mesmo sexo, especialmente quando isso se fez não por lei, mas por uma decisão arbitrária do Supremo Tribunal Federal (ADI 4277; ADPF 132) que atribuiu a si o papel de legislador, invadindo competência do Congresso Nacional.

6. Por fim – isto é apenas uma sugestão – seria conveniente sugerir ao Congresso Nacional que, por meio de um decreto legislativo, sustasse as arbitrárias decisões do STJ e do CNJ que extrapolaram sua competência e impuseram ao povo um novo “modelo” de família e matrimônio.

7. Com a reverência devida aos Sucessores dos Apóstolos, peço que Vossas Excelências Reverendíssimas redijam e publiquem uma nova Nota que esclareça os pontos acima apontados.

Desde já agradeço e despeço-me pedindo suas bênçãos.

Of. 002/2013-PVA
Anápolis, 20 de maio de 2013.


Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz

Presidente do Pró-Vida de Anápolis.

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[1] http://www.cnbb.org.br/site/imprensa/noticias/11998-nota-sobre-unioes-estaveis-de-pessoas-do-mesmo-sexo
[2] CONSELHO PONTIFÍCIO PARA A FAMÍLIA. Família, matrimônio e “uniões de fato”, 21 nov. 200, n. 16. O destaque é meu.
[3] CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ, Considerações sobre os projetos de reconhecimento legal das uniões entre pessoas homossexuais, 3 jun. 2003, n. 5.
[4] CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ, Considerações sobre os projetos de reconhecimento legal das uniões entre pessoas homossexuais, 3 jun. 2003, n. 10.

«Setor Atos Centrais da JMJ» zomba de católicos e convida para atos centrais da Jornada expoentes da degeneração moral dos nossos tempos.


Que Satanás odeia qualquer coisa que se proponha a servir para a maior glória de Deus é uma conclusão teológica da mais alta obviedade. Que ele reserve um especial ódio para a Jornada Mundial da Juventude é coisa da qual já estamos carecas de saber. Que ele conte com servos tão dedicados nos bastidores da organização da JMJ do próximo mês, contudo, é um fato que só agora nós vislumbramos em toda a sua aterradora dimensão.

O site oficial da JMJ revelou o nome dos «artistas» convidados – registre-se, convidados! – para se apresentarem de alguma maneira durante o evento. Os nomes provocam horror e perplexidade; mais ainda, soam como um escárnio dos infernos aos católicos fiéis que se empenham em fazer da JMJ um evento católico e a lutar por Deus e por Sua Santa Igreja em um mundo que Lhes é cada vez mais hostil.

A «Cássia Kiss» (sic) «interpretará Maria Santíssima» na Via Sacra. Não sei quem é esta senhora. Uma rápida busca no Google, no entanto, revela-me uma bonita história protagonizada por ela. É a seguinte:
 
A atriz Cássia Kiss, 39 anos, um aborto, dois filhos, lembra: “As pessoas têm de ter consciência de que o aborto, em qualquer circunstância, é um crime”, afirma. Ela baseia sua opinião em dois fatos de sua vida. Em 1990, alguns anos depois de ter feito o aborto, Cássia Kiss fazia parte do elenco da novela Pantanal, da Rede Manchete. Ela interpretava uma mulher forte, parideira, de nome Maria Marruá. Em uma cena antológica, a personagem dá à luz a menina Juma Marruá. “Fiquei emocionadíssima durante as gravações dessa cena. Logo depois, chorei copiosamente durante quase uma hora. Foi um momento divino. Ali comecei a descobrir o valor da maternidade e da importância de ter um filho”, diz. Numa segunda fase de sua vida, já casada e disposta a ter um filho, engravidou. Mas, com três meses de gravidez, Cássia foi surpreendida por um aborto espontâneo. “Recebi aquilo como um castigo de Deus. Mesmo traumatizada resolvi que iria tentar novamente, quantas vezes fossem necessárias. Hoje eu acho que me recusaria a fazer qualquer exame, pois, mesmo que ficasse comprovado algum problema com o bebê, ainda assim eu levaria a gravidez adiante.”

Colocar num dos papéis mais importantes da Via-Sacra uma mulher que se arrepende de ter feito um aborto é uma escolha que tem o seu quê de louvável. Mais adequado, sem dúvidas, seria se o papel por ela desempenhado fosse o de Santa Maria Madalena arrependida, mas deixemos isso para lá. Afinal, uma atriz famosa que diz em público que «o aborto, em qualquer circunstância, é um crime» e que «levaria a [sua] gravidez adiante» «mesmo que ficasse comprovado algum problema com o bebê» é uma boa escolha para um evento da Igreja que – na contramão do mundo moderno – coloca-Se intransigentemente contra o aborto em qualquer situação.

O mesmo, infelizmente, não pode ser dito de outros dos nomes com os quais a Organização da JMJ nos “presenteou”. Destaco dois: o Luan Santana e a Ana Maria Braga.




O primeiro, além de possuir uma qualidade artística (para dizer o mínimo) questionável, é entre outras coisas o autor da seguinte obra-prima: «Mãos para o alto novinha / Por que porque hoje tu ta presa / Tu tem direito de sentar / Tem direito de gritar / Tem direito de sentar de ficar de rebolar [...] Fica caladinha / Fica caladinha / E desce, desce novinha». Faltam-me palavras para deplorar estaapologia ao estupro de menores que faz – sem corar de vergonha! – o garoto convidado para cantar num evento com a presença do Papa! Isto é um escândalo de proporções incomensuráveis. Será possível que não existe nenhum cantor decente – mesmo de música secular – que pudesse ser convidado pelos organizadores da JMJ? Será realmente que a melhor opção deles era convidar um fulano que enaltece a mais criminosa violência sexual nas letras de suas canções?!


O segundo, o de Ana Maria Braga, pode parecer à primeira vista menos chocante, mas é também escandaloso. Afinal, a apresentadora da Globo é conhecida por receber alegremente em seus programas as maiores aberrações morais, como – por exemplo - a dupla de marmanjos que teve “dupla paternidade” (sic) reconhecida e os “heróis” do Big Brother Brazil chamados a opinar (favoravelmente, é óbvio) sobre o conhecido caso do assassinato de dois gêmeos aqui em Pernambuco; o quê, por tudo o que é mais sagrado, esta senhora está fazendo na Jornada Mundial da Juventude?!

E o site da JMJ ainda tem a cara de pau de dizer que estas escolhas luciferinas foram feitas «na tentativa de representar todos os jovens do mundo». Como assim, “todos os jovens do mundo”? Quem é o jovem católico que pode se sentir minimamente representado por estes arautos do anti-catolicismo, por essas pessoas que encarnam, por seus atos públicos, tudo que é contrário à Igreja e ofensivo ao Deus Todo-Poderoso?Nós não nos sentimos “representados” por esta gente, senhores da organização da JMJ! Muito pelo contrário, nós nos sentimos traídos e humilhados. Nós enfrentamos uma barra enorme para tornar a mensagem da Igreja atrativa para a sociedade contemporânea que A odeia, e os senhores, ao invés de nos ajudarem, fazem questão de chamar para um evento de evangelização de proporções internacionais estes expoentes do anti-catolicismo reinante no mundo moderno.

Se os senhores tivessem um pingo de vergonha na cara e de temor a Deus, poriam de lado todo o respeito humano e cancelariam imediatamente estes convites ignominiosos que emporcalham a Igreja e envergonham os católicos que se esforçam por serem fiéis, fazendo publicamente um mea culpa pela completa falta de bom senso e pelo serviço que, conscientemente ou não, prestaram a Satanás. É um absurdo que as lideranças católicas, aparentemente não satisfeitas com o espaço que o anti-catolicismo detém no mundo moderno,preencham importantes espaços da Jornada Mundial da Juventude com estes luminares das desgraças do mundo moderno que tanto ofendem a Nosso Senhor.


«Os jovens e suas formas de expressão vão ser representados durante as apresentações artísticas nos Atos Centrais da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Rio2013», é o que diz a notícia do site da JMJ. Uma ova. Esta turma não me representa e nem representa nenhum católico sério do mundo. Ao que parece, é Satanás que estará muito bem representado no Rio de Janeiro, durante a visita do Papa. Para vergonha dos católicos brasileiros e desta Terra de Santa Cruz. Ao que parece, Nosso Senhor não pode contar com ninguém para organizar dignamente a recepção do Vigário de Cristo e dos católicos de todo o mundo que virão ao Rio de Janeiro no próximo mês. Com estes organizadores, para quê Cristo precisa de inimigos?
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Tu és Pedro!


Hoje celebramos a Solenidade de São Pedro e de São Paulo, colunas da Igreja. É o Dia do Papa, quando todo o mundo católico, reverentemente, pede ao Senhor da Messe e Pastor do Rebanho as luzes necessárias para que o sucessor do Apóstolo Pedro, o Papa Francisco, continue firme apascentando as suas ovelhas e confirmando-as na fé em comunhão com o Colégio Universal dos Bispos.

Neste tempo de tantas contestações com relação à fé, que muitas vezes até querem impedir de exercermos a nossa liberdade cidadã de poder viver como cristãos, celebrar esta festa, que nos recorda esses dois homens de Deus que foram fiéis até o fim, é para nós um consolo e estímulo. Não ter medo de continuamente dar testemunho de Cristo! Eis o exemplo desses nossos mártires que regaram com o seu sangue os inícios da Igreja na cidade de Roma. As duas Basílicas maiores de Pedro e Paulo são para nós um sinal plantado naquele chão que nos chama ainda hoje a não desanimarmos de testemunhar a fé em Cristo.

Ao refletir sobre a visão desses dois apóstolos e lermos seus escritos e conhecermos suas histórias nos faz ver como as intolerâncias quanto aos que creem existem desde longa data. Mas também existem a fortaleza e a luz em nossas vidas, que nos levam a testemunhar Jesus Cristo Ressuscitado.

Ao celebrarmos os Santos Pedro e Paulo queremos também nos unir ao Papa Francisco e à Diocese de Roma, onde essas duas insignes testemunhas de Cristo sofreram o martírio e onde se veneram as suas relíquias. Esta solenidade de Pedro e Paulo nos ajuda a nos unirmos ao Papa, que desempenha um serviço único e indispensável à Igreja universal. É sinal visível da unidade! Um sinal concreto dessa comunhão é a “visita ad limina”: de cinco em cinco anos, quando os bispos do mundo inteiro peregrinam aos túmulos dos Apóstolos Pedro e Paulo para manifestar a sua unidade com a Sé de Pedro.

Nosso Senhor Jesus Cristo confiou a Pedro a missão de confirmar os irmãos na fé. O primado confiado a Pedro continua perpetuando nos seus sucessores. São Pedro é o apóstolo a quem Jesus designa um novo nome, Cefas, que quer dizer "Pedra", nome que acabará substituindo o original, Simão. São Pedro foi o primeiro a quem Jesus lavou os pés na Última Ceia. O próprio apóstolo Pedro é consciente desta posição particular que tem: é ele quem fala com frequência, em nome dos demais, pedindo explicações ante uma parábola difícil, ou para perguntar o sentido exato de um preceito ou a promessa formal de uma recompensa.

Vemos também sua intervenção solene no assim chamado Concílio de Jerusalém.