quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Falecidos, não mortos!



No próximo dia 2 celebraremos a memória dos fieis defuntos, dos nossos falecidos, daqueles que estiveram conosco e hoje estão na eternidade, os “finados”, aqueles que chegaram ao fim da vida terrena e já começaram a vida eterna. Portanto, não estão mortos, estão vivos, mais até do que nós, na vida que não tem fim, “vitam venturi saeculi”. Sua vida não foi tirada, mas transformada. Por isso, o povo costuma dizer dos falecidos: “passou desta para a melhor!” Olhemos, portanto, a morte com os olhos da fé e da esperança cristã, não com desespero pensando que tudo acabou. Uma nova vida começou eternamente.

Os pagãos chamavam o local onde colocavam os seus defuntos de necrópole, cidade dos mortos. Os cristãos inventaram outro nome, mais cheio de esperança, “cemitério”, lugar dos que dormem. É assim que rezamos por eles na liturgia: “Rezemos por aqueles que nos precederam com o sinal da fé e dormem no sono da paz”.


Os santos encaravam a morte com esse espírito de fé e esperança. Assim São Francisco de Assis, no cântico do Sol: “Louvado sejais, meu Senhor, pela nossa irmã, a morte corporal, da qual nenhum homem pode fugir. Ai daqueles que morrem em pecado mortal. Felizes dos que a morte encontra conformes à vossa santíssima vontade. A estes não fará mal a segunda morte”. “É morrendo que se vive para a vida eterna!”. S. Agostinho nos advertia, perguntando: “Fazes o impossível para morrer um pouco mais tarde, e nada fazes para não morrer para sempre?”

Quantas boas lições nos dá a morte. Assim nos aconselha o Apóstolo São Paulo: “Enquanto temos tempo, façamos o bem a todos” (Gl 6, 10). “Para mim o viver é Cristo e o morrer é um lucro... Tenho o desejo de ser desatado e estar com Cristo” (Fl 1, 21.23). “Eis, pois, o que vos digo, irmãos: o tempo é breve; resta que os que têm mulheres, sejam como se as não tivessem; os que choram, como se não chorassem; os que se alegram, como se não se alegrassem; os que compram, como se não possuíssem; os que usam deste mundo, como se dele não usassem, porque a figura deste mundo passa” (1 Cor 7, 29-31).

Diz o célebre livro A Imitação de Cristo que bem depressa se esquecem dos falecidos: “Que prudente e ditoso é aquele que se esforça por ser tal na vida qual deseja que a morte o encontre!... Não confies em amigos e parentes, nem deixes para mais tarde o negócio de tua salvação; porque, mais depressa do que pensas se esquecerão de ti os homens. Melhor é fazeres oportunamente provisão de boas obras e enviá-las adiante de ti, do que esperar pelo socorro dos outros” (Imit. I, XXIII). O dia de Finados foi estabelecido pela Igreja para não deixarmos nossos falecidos no esquecimento.

Três coisas pedimos com a Igreja para os nossos falecidos: o descanso, a luz e a paz. Descanso é o prêmio para quem trabalhou. O reino da luz é o Céu, oposto ao reino das trevas que é o inferno. E a paz é a recompensa para quem lutou. Que todos os que nos precederam descansem em paz e a luz perpétua brilhe para eles. Amém.

Dom Fernando Arêas Rifan
Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney

Papa expressa solidariedade com as vítimas de tempestade nos EUA



Após a catequese desta quarta-feira, 30, o Papa Bento XVI expressou sua solidariedade às vítimas da supertempestade Sandy, que atingiu a costa leste dos Estados Unidos nesta terça-feira, 30, causando destruições e pelo menos 43 mortes.

“Consciente da devastação causada pelo furacão que recentemente atingiu a costa leste dos Estados Unidos da América, ofereço as minhas orações pelas vítimas e manifesto a minha solidariedade com os que estão empenhados no trabalho de reconstrução”, disse o Papa, em inglês. 

Os estados de Nova York e Pensilvânia foram os que mais sofreram com a supertempestade. Em Nova York, o presidente dos EUA, Barack Obama, chegou a declarar situação de emergência para todo o Estado. 


Nesta quarta-feira, 31, a Costa Leste do país já tenta voltar à normalidade, com o retorno gradual dos transportes públicos, por exemplo, e a reabertura da Bolsa de Valores de Nova York, paralisada há dois dias.

Sandy já havia passado pelo Caribe, como furacão, causando destruições e quase 70 mortes. No domingo, 28, o Papa já tinha lembrado as populações atingidas, após a recitação da oração mariana do Ângelus. 

“Um devastador furacão abateu-se com particular violência sobre Cuba, Haiti, Jamaica e Bahamas, causando vários mortos e elevados danos que obrigaram numerosas pessoas a deixar as suas próprias casas”, disse Bento XVI na ocasião.
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Fonte: Canção Nova Notícias

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Todos os Santos



Dia primeiro de novembro comemora-se o dia de todos os santos. A santidade fascina e atrai, como o mel atrai a abelha. Todos sabem que santo é quem encontrou o caminho da felicidade verdadeira no meio das contradições da vida.

A Bíblia ensina só Deus é santo. Ele, porém, comunica a santidade, é um Deus santificador, deseja um povo santo: “Sede santos, porque eu sou santo”(Lv. 19,2;20,26). A santidade de Jesus é idêntica à de seu Pai Santo (Jo 17,11). Jesus santifica os cristãos pela força do Espírito Santo. Ele recomenda: “Sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt. 5,48). Portanto, a santidade é vocação de todo cristão: “A vontade de Deus é esta: a vossa santificação”(1Tes.4,3).

Ser santo segundo a Bíblia é cumprir a vontade de Deus e assim realizar-se como ser humano. Eles não ocupam o lugar de Deus, nem são inventados pelos homens, são criaturas de Deus, a quem Ele privilegiou com mor especial, e viu este amor ser correspondido. Eles são reconhecidos como santos, porque foram amigos íntimos de Deus que os santificou. Os santos são heróis da fé vivida no amor. É o amor que santifica e salva.

No catolicismo não se adoram santos, mas se respeita e venera, como amigos de Deus. Esta atitude vem da fé na ressurreição, já que, os que morrem no Senhor estão com Ele. Reinam com Ele (Ap 4,4) e intercedem por nós (Ap 5,8).

A Bíblia mostra que Deus opera milagres pela intercessão dos santos. Um exemplo é a cura do coxo operada por são Pedro e são João: “Não tenho nem ouro nem prata, mas o que tenho isto te dou. Em nome de Jesus Cristo levanta-te e anda” (At. 3,1-9).  Nos apresenta outros exemplos, afirmando que “Deus fazia não poucos prodígios por meio de Paulo” (At. 19,11-12). No entanto, Jesus é o único mediador entre Deus e os Homens: “O Pai dará a vocês tudo o que pedirdes em meu nome” (Jo15,16).

Um santo opera em nome de Jesus porque só Nele está a fonte da graça e da força. Os santos colocam em evidência a glória e santidade de Cristo, cabeça da Igreja. Pois foi Ele mesmo que afirmou: “Eu garanto a vocês: quem crer em mim, fará as obras que eu faço, e fará maiores do que estas” (Jo 14,12). Ninguém pode ser santificado sem entregar sua vida a Jesus presente nos irmãos. Honrar um santo é reconhecer a força transformadora da Palavra de Deus que santifica quem a aceita e a coloca em prática.

O santo é para o cristão exemplo de quem testemunhou sua fé no seguimento de Jesus. O cristão tem a alegria de abrir o álbum de família – a família na fé – e contemplar uma fileira de heróis: os santos, nossos irmãos e amigos. Conseguiram servir a Deus com fidelidade e junto de Deus pedem por nós.

Os santos formam a multidão dos que souberam permanecer despertos, alertas, livrando-se das ilusões e alienações. Foram capazes de renunciarem a si mesmos, ou seja, o seu ego, seu egoísmo suas máscaras, e fazerem a viagem que importa: a viagem para o “centro da alma”, onde Deus nos espera (Jo14,23) para se revelar a nós e revelar-nos a nós mesmos. Santos e santas, rogai a Deus por nós!


Dom Pedro Carlos Cipolini
Bispo de Amparo (SP)

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Por que a Igreja não vende tudo e dá aos pobres?




Esta é uma pergunta bastante pertinente e apesar de antiga, nunca deixou de ser atual, aliás, ultimamente,  com o apetite cada vez mais voraz que a mídia  secular demonstra ter para escornear a Igreja Católica, ela torna-se ainda mais relevante. Sendo assim, vamos direto aos fatos, porque apesar de haver um grande número de “bem-intencionados” Judas Iscariotes, sejamos francos,  dentre eles são poucos os que são dados à leitura e à pesquisa.  Assim, não é prudente que me estenda muito.



Mas Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, aquele que o havia de trair disse: Por que não se vendeu este bálsamo por trezentos denários e não se deu aos pobres? (João 12,4-5).



A Igreja Católica é a instituição mais antiga da terra. Se fosse uma empresa privada, seria a maior do mundo, não apenas em tamanho, mas em termos de volume do seu patrimônio e sua riqueza e por sua presença em quase todos os países do mundo. Sua importância, porém, não se restringe ao seu tamanho e número de fiéis batizados. Foi a Igreja Católica que criou, por exemplo, o sistema universitário, os métodos de pesquisa científica ou a filantropia institucional, sem a qual a palavra caridade, que significa amor, não teria sequer o sentido que têm hoje nas sociedades  ocidentais.  Contudo, apesar de inúmeros outros feitos de valor, o mais notório deles: a caridade da Igreja Católica é infelizmente ignorada tanto pelos católicos como pelos não-católicos. Assim, a Igreja Católica é sistematicamente criticada por sua riqueza.

“Mas se a Igreja é tão rica e poderosa, por que não vende tudo o que possui para ajudar aos necessitados?”
Vamos aos números e fatos:



A Igreja Católica mantém na Ásia: 1.076 hospitais; 3.400 dispensários; 330 leprosários; 1.685 asilos; 
3.900 orfanatos; 2.960 jardins de infância.  Na África: 964 hospitais; 5.000 dispensários; 260 leprosários; 650 asilos; 800 orfanatos; 2.000 jardins de infância.  Na América: 1.900 hospitais; 5.400 dispensários; 50 leprosários; 3.700 asilos; 2.500 orfanatos; 4.200 jardins de infância. Na Oceania: 170 hospitais; 180 dispensários; 1  leprosário; 360 asilos; 60 orfanatos; 90 jardins de infância. Na Europa: 1.230 hospitais; 2.450 dispensários; 4 leprosários; 7.970 asilos;2.370 jardins de infância.



No Brasil, podemos seguramente dizer que a contribuição da Igreja Católica para a Saúde pública foi mais valiosa do que a de qualquer outro governo já existente no país. Na década de 50, quando a rede pública de saúde ainda não contava com uma capacidade operacional expressiva, eram as casas de caridade da Igreja Católica que cuidavam das pessoas que não tinham condições de se tratarem em um hospital. As Santas Casas de Misericórdia e Sanatórios eram e continuam a ser  dirigidos e subsidiados pela Igreja Católica,  e têm as  freiras e religiosos católicos como sua principal fonte de recursos humanos. Seria quase impossível listar e numerar as atividades e contribuições da Igreja Católica no campo da caridade.

“Tudo o que fizerdes ao mais pequenino dos meus irmãos, o fazeis a mim.” (Mt 25,40).
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(com algumas correções de português).

A Paróquia Perfeita



Conta-se que um jovem procurou, um dia, um eremita, isto é, uma dessas pessoas que vivem retiradas do mundo, isoladas, em meio a sacrifícios, orações e jejuns. Os eremitas não fogem do mundo para procurar Deus, mas levam o mundo em seus corações para, na oração, interceder por seus irmãos e irmãs que lutam, sofrem e procuram a vontade do Senhor. O jovem falou-lhe de sua decepção com a paróquia de sua cidade. Afinal, sonhara tanto com uma comunidade ideal, sem defeitos e sem problemas, e lá encontrara somente pessoas com imperfeições. 

O experiente eremita levou-o, então, a um lugar não muito distante, onde havia uma capela, e perguntou-lhe: “O que você está vendo?” A resposta foi imediata: “Vejo uma velha capela de madeira, com algumas tábuas um tanto apodrecidas e a pintura toda desbotada!” “É verdade”, respondeu-lhe o eremita. “A capela é isso mesmo que você está falando. Veja, porém: nela habita Deus! O mesmo acontece com sua paróquia. Ela não é tão pura e perfeita como você deseja, porque é formada por seres humanos. Você também é um ser humano e, por isso, continuamente faz experiência das próprias limitações e pecados. Por sinal, mesmo que você encontrasse, um dia, uma paróquia perfeita, ela deixaria de ser perfeita tão logo você nela entrasse!”

Meu artigo poderia terminar por aqui, porque meus leitores já perceberam aonde quero chegar. Mas vou adiante, lembrando uma observação que a Igreja fez de si mesma, cinco décadas atrás. Os bispos do mundo inteiro estavam reunidos em Roma, participando do Concílio Ecumênico Vaticano II (“segundo” porque outro concílio ecumênico havia sido realizado antes no Vaticano, em 1870). A preocupação que dominava seus participantes pode ser sintetizada em uma pergunta: “Igreja, o que dizes de ti mesma?” A belíssima e profunda resposta que surgiu das orações e reflexões dos bispos pode ser lida no documento mais importante desse Concílio: “Lumen Gentium” (Luz das nações). Como desejo voltar à história narrada acima, destaco desse documento a parte que diz: “A Igreja cerca de amor todos os afligidos pela fraqueza humana, reconhece mesmo nos pobres e sofredores a imagem de seu Fundador pobre e sofredor. Faz o possível para mitigar-lhes a pobreza e neles procura servir a Cristo. Mas enquanto Cristo, ‘santo, inocente, imaculado’  (Hb 7,26) não conheceu o pecado (cf. 2Cor 5,21), mas veio para expiar os pecados do povo (cf. Hb 2,17), a Igreja, reunindo em seu próprio seio os pecadores, ao mesmo tempo santa e sempre na necessidade de se purificar, busca sem cessar a penitência e a renovação” (LG 8).

Não tenhamos, pois, ilusões: a comunidade perfeita existe, sim, mas na eternidade. Enquanto formos peregrinos nesta terra dos homens, viveremos em função de um desafio, de uma certeza e de uma utopia.

Conta-se que um jovem procurou, um dia, um eremita, isto é, uma dessas pessoas que vivem retiradas do mundo, isoladas, em meio a sacrifícios, orações e jejuns. Os eremitas não fogem do mundo para procurar Deus, mas levam o mundo em seus corações para, na oração, interceder por seus irmãos e irmãs que lutam, sofrem e procuram a vontade do Senhor. O jovem falou-lhe de sua decepção com a paróquia de sua cidade. Afinal, sonhara tanto com uma comunidade ideal, sem defeitos e sem problemas, e lá encontrara somente pessoas com imperfeições.

O experiente eremita levou-o, então, a um lugar não muito distante, onde havia uma capela, e perguntou-lhe: “O que você está vendo?” A resposta foi imediata: “Vejo uma velha capela de madeira, com algumas tábuas um tanto apodrecidas e a pintura toda desbotada!” “É verdade”, respondeu-lhe o eremita. “A capela é isso mesmo que você está falando. Veja, porém: nela habita Deus! O mesmo acontece com sua paróquia. Ela não é tão pura e perfeita como você deseja, porque é formada por seres humanos. Você também é um ser humano e, por isso, continuamente faz experiência das próprias limitações e pecados. Por sinal, mesmo que você encontrasse, um dia, uma paróquia perfeita, ela deixaria de ser perfeita tão logo você nela entrasse!”

Meu artigo poderia terminar por aqui, porque meus leitores já perceberam aonde quero chegar. Mas vou adiante, lembrando uma observação que a Igreja fez de si mesma, cinco décadas atrás. Os bispos do mundo inteiro estavam reunidos em Roma, participando do Concílio Ecumênico Vaticano II (“segundo” porque outro concílio ecumênico havia sido realizado antes no Vaticano, em 1870). A preocupação que dominava seus participantes pode ser sintetizada em uma pergunta: “Igreja, o que dizes de ti mesma?” A belíssima e profunda resposta que surgiu das orações e reflexões dos bispos pode ser lida no documento mais importante desse Concílio: “Lumen Gentium” (Luz das nações). Como desejo voltar à história narrada acima, destaco desse documento a parte que diz: “A Igreja cerca de amor todos os afligidos pela fraqueza humana, reconhece mesmo nos pobres e sofredores a imagem de seu Fundador pobre e sofredor. Faz o possível para mitigar-lhes a pobreza e neles procura servir a Cristo. Mas enquanto Cristo, ‘santo, inocente, imaculado’  (Hb 7,26) não conheceu o pecado (cf. 2Cor 5,21), mas veio para expiar os pecados do povo (cf. Hb 2,17), a Igreja, reunindo em seu próprio seio os pecadores, ao mesmo tempo santa e sempre na necessidade de se purificar, busca sem cessar a penitência e a renovação” (LG 8).

Não tenhamos, pois, ilusões: a comunidade perfeita existe, sim, mas na eternidade. Enquanto formos peregrinos nesta terra dos homens, viveremos em função de um desafio, de uma certeza e de uma utopia.

O desafio: deve orientar-nos a ordem dada por Cristo – isto é: “Sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito!” (Mt 5,48). Há muito que fazer, pois, para atingirmos a perfeição! A certeza: “Não vos deixarei órfãos!” (Jo 14,18). Se nossa luta em busca da santidade exige muito de nós, alegra-nos a certeza de que não estamos sozinhos nesse esforço. Jesus está muito mais interessado em nossa vitória (e em nossa santidade) do que nós mesmos. E ele vai nos ajudar!  A utopia: “Vi, então, um novo céu e uma nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra desapareceram e o mar já não existia. Eu vi descer do céu, de junto de Deus, a Cidade Santa, a nova Jerusalém, como uma esposa ornada para o esposo. Ao mesmo tempo, ouvi do trono uma grande voz que dizia: ‘Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens. Habitará com eles e serão o seu povo, e Deus mesmo estará com eles. Ele enxugará toda lágrima de seus olhos e já não haverá morte, nem luto, nem grito, nem dor, porque passou a primeira condição’ ”(Ap 21,1-4). Trabalhemos, portanto, para que nosso mundo (nossa paróquia, nossa família, nosso coração etc.) melhore; mas não nos iludamos: a perfeição só encontraremos quando Cristo for tudo em todos (cf. Cl 3,12).

Dom Murilo Krieger
Arcebispo de Bahia e Primaz do Brasil

Dia de Finados: o que é; como vivê-lo e como ganhar as indulgências deste dia.



O Dia dos Fiéis Defuntos ou Dia de Finados, é celebrado pela Igreja Católica no dia 2 de novembro.

Desde o Antigo testamento (cf. Tobias 12,12; Jó 1,18-20; Mt 12,32 e II Macabeus 12,43-46) vemos que os judeus rezavam pelos falecidos. No século II, alguns historiadores escreveram sobre o fato dos cristãos rezarem pelos mortos, visitando os túmulos dos mártires para pedir a Deus por eles. No século V, a Igreja passou a dedicar um dia do ano para rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém rezava, e dos quais ninguém lembrava. Também o abade de Cluny, Santo Odilon, em 998 pedia aos monges que orassem pelos mortos. Foi no século XI que os Papas Silvestre II (1009), João XVII (1009) e Leão IX (1015) introduziram no calendário católico um dia para a oração pelos finados porém apenas no século XIII esse dia passou a ter uma data definida: 2 de novembro. A escolha desta data se deu pelo fato de 1º de novembro ser a Festa de todos os Santos.

A morte é o cessar definitivo da vida, que pode acontecer por diferentes motivos, como doenças, acidentes ou violência. Por ser a morte um assunto tão delicado, é preciso que o dia de finados seja respeitado por todos, pois é um dia onde as famílias lembram das pessoas amadas que já não estão mais nesse mundo e rezem por elas, para que elas se já não estão com Deus, possam ser recebidos por Ele um Dia. Para o católico o dia de finados é um dia de guarda.

Porém mesmo sendo um dia de moderação e respeito, precisa ser vivido com esperança, pois a fé católica crê que um dia, na vinda definitiva de Jesus, os mortos ressuscitarão. E é com está fé e esperança que rezamos!

Neste dia o católico é chamado a moderar os seus hábitos, ou seja, não escute som muito alto, evite bebidas alcoólicas, viagens, muita euforia e barulhos excessivos. Dia de finados não é dia de baladas. É dia de oração e silêncio interior!

Importante: Este não é um dia para falar com mortos (que aliás é uma prática abominável aos olhos de Deus), mas para falar com o Senhor sobre as pessoas que já faleceram e interceder por elas. De nada adianta dizer coisas do tipo: – Ah Fulano! Que saudades de você!… Mas o invés de se dirigir a seu parente falecido (que não vai te responder), eleve sua mente aos céus e diga: – Senhor Jesus, acolhe estas pessoas em teu coração. Que todas elas possam ser levadas a Tua presença, sobretudo estes que padecem no purgatório…

sábado, 27 de outubro de 2012

Arquidiocese de São Luís Ordenará 27 Diáconos Casados



A cerimônia de ordenação acontecerá no dia 24 de novembro, no ginásio Castelinho.

Pela primeira vez em São Luís, 27 homens casados serão ordenados como diáconos permanentes da Arquidiocese de São Luís. A ordenação será realizada pelo Arcebispo de São Luís, dom José Belisário, no dia 24 de novembro, no Ginásio Georgiana Pflueger (Castelinho) a partir das 17h. O diaconato é o primeiro grau de sacramento da Igreja Católica. Os novos diáconos não poderão exercer o sacerdócio por serem casados, mas têm importante papel na igreja, pois uma de suas principais funções é instruir a comunidade, na qual estão inseridos, na correta participação em suas paróquias e principalmente levar a palavra de Deus à população.

Os 27 homens que serão ordenados no próximo mês pertencem 15 paróquias da capital, e foram indicados pelos párocos de suas igrejas. O principal requisito é ser casado e atuante em sua comunidade. Durante quatro anos esses homens estudaram Teologia no Instituto de Estudos Superiores do Maranhão (Iesma), antigo Seminário Santo Antônio, localizado na Rua do Rancho, no Centro e passaram por diversos processos de avaliação, que incluía entrevistas, visitas as famílias e consultas com as comunidades.
Ordenação
Essa é a primeira vez em São Luís que acontecerá ordenação de diáconos permanentes. Em 400 anos de evangelho na capital só havia sido feito ordenações de diáconos provisórios, título recebido por seminaristas, antes de serem ordenados padres.
Os candidatos ao diaconato afirmam estar muito felizes com a possibilidades de participar e ajudar ainda mais em suas paróquias. Esse é o caso do veterinário George dos Santos Castro, de 43 anos, membro da paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, na Cohab.
“Frequento a igreja desde a adolescência. Hoje me sinto realizado em poder me tornar diácono permanente, pois assim poderei atuar ainda mais na minha comunidade, levando a palavra de Deus”, disse George Castro.
O médico veterinário enfatizou que as famílias dos candidatos a diáconos são fundamentais em todo o processo de avaliação, pois o principal requisito é ser casado a pelo menos cinco anos para freqüentar a escola de teologia e 10 anos para ser ordenado. As esposas dos candidatos precisaram assinar uma carta ao bispo da capital em que afirmaram aceitar a ordenação dos maridos.
Segundo o padre Abraão Colins, diretor da Iesma, a função de diácono permanente foi dada a outros homens em várias cidades do estado, como Caxias, Viana, Grajaú, Balsas e outras cidades e que a função surgiu antes mesmo do sacramento do presbiterato (padre) e caiu em desuso no século VII, voltando a ser praticado na década de 1960 em todo o mundo. “A expectativa é grande para essa ordenação, pois é inédita na capital que este ano completa 400 anos”, disse o padre.
O padre informou ainda que a ordenação também faz parte da programação da Igreja Católica para os 400 anos de chegada do evangelho na capital.
Os 27 homens que serão ordenados no dia 24 de novembro no Castelinho pertencem as paróquias do São Francisco e Santa Clara, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Nossa Senhora dos Remédios, São Francisco, Santa Terezinha, Sant’Ana, Nossa Senhora Aparecida (Foz do Rio Anil), São José e São Pantaleão, São Cristovão, Santo Antônio (Parque Vitória), Nossa Senhora da Conceição (Coroadinho) e São José Operário do Bonfim.
A ordenação é aguardada com ansiedade pelos candidatos e suas famílias, como a do microempresário, Flávio Airton Rodrigues Pereira, que tem sua história de vida ligada a Igreja Católica. “Quando eu era jovem fui seminarista, mas tive que sair porque meu pai estava muito doente e eu tive que trabalhar para sustentar minha família. Essa ordenação é uma grande alegria para toda a minha família”, informou Flávio Rodrigues, de 41 anos.
Mais:
Os poderes de um diácono são: ministrar os sacramentos do batismo e do matrimônio, dar bençãos diversas, dar a benção do santíssimo sacramento, fazer a celebração da palavra, distribuir a sagrada comunhão e fazer pregações.
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Fonte: http://imirante.globo.com/noticias/2012/10/24/pagina321783.shtml


Aprovada mensagem final do Sínodo dos Bispos



Para os padres sinodais, conduzir os homens e as mulheres do nosso tempo a Jesus é uma urgência que diz respeito a todas as regiões do mundo, de antiga e recente evangelização.

Os bispos reunidos em Roma aprovaram nesta sexta-feira, 26, a Mensagem do Sínodo dos Bispos para o Povo de Deus. O texto foi apresentado ao público na Sala de Imprensa da Santa Sé nesta manhã. Ao todo, são onze páginas de reflexões apresentadas em língua italiana.


Participaram da coletiva o Presidente da Comissão para a Mensagem, Cardeal Giuseppe Betori, o Secretário Especial, Dom Pierre Marie Carré, o Diretor da Sala de Imprensa, padre Federico Lombardi, e mais dois membros da Comissão. 


No texto, divido em 14 pontos, os padres sinodais afirmam que conduzir os homens e as mulheres do nosso tempo a Jesus é uma urgência que diz respeito a todas as regiões do mundo, de antiga e recente evangelização. 


Este caminho começa a partir do encontro pessoal com Jesus Cristo e com a escuta das Escrituras. “Para evangelizar o mundo, a Igreja deve, antes de tudo, colocar-se à escuta da Palavra”, escrevem os Padres sinodais. 

Nova evangelização


Olhando de maneira mais concreta ao contexto da nova evangelização, o Sínodo recorda a necessidade de reavivar a fé, que corre o risco de apagar-se nos atuais contextos culturais, também contra o enfraquecimento da fé em muitos batizados. O encontro com o Senhor, que revela Deus como amor, só acontece na Igreja como forma de comunidade acolhedora e experiência de comunhão; a partir daqui, então, os cristãos passam a ser testemunhas em outros lugares.


Contudo, a Igreja afirma que, para evangelizar, é necessário, antes de tudo, ser evangelizado e lançar um chamado – começando por si mesma – à conversão, porque a debilidade dos discípulos de Jesus pesam sobre a credibilidade da missão. 


A mensagem também cita que a nova evangelização acolhe favoravelmente a cooperação com outras Igrejas e comunidades eclesiais, também elas movidas pelo mesmo espírito de anúncio do Evangelho. Presta-se particular atenção aos jovens, em uma perspectiva de escuta e de diálogo para recuperar, e não mortificar, seu entusiasmo. 


Juventude


Os jovens também são destinatários da Mensagem do Sínodo, definidos “presente e futuro da humanidade e da Igreja”. A nova evangelização encontra nos jovens um campo difícil, mas promissor, como demonstram as Jornadas Mundiais da Juventude.


Família


Os Bispos apontam como lugar natural da primeira evangelização a família, que desempenha um papel fundamental para a transmissão da fé. 


Diante das crises pelas quais passa essa célula fundamental da sociedade, com inúmeros laços matrimoniais que se desfazem, os Padres Sinodais se dirigem diretamente às famílias de todo o mundo, para dizer que o amor do Senhor não abandona ninguém, que também a Igreja as ama e é casa acolhedora para todos. 


A mensagem cita também a vida consagrada, testemunho do sentido ultra-terreno da existencia humana, e as paróquias como centros de evangelização.


Também recorda a importância da formação permanente para os sacerdotes e os religiosos e convida os leigos (movimentos e novas realidades eclesiais) a evangelizar permanecendo em comunhão com a Igreja


Diálogo inter-religioso


Os horizontes da nova evangelização são vastos tanto quanto o mundo, afirma o Sínodo, portanto é fundamental o diálogo em vários setores: com a cultura, a educação, as comunicações sociais, a ciência e a economia. Fundamental é o diálogo inter-religioso que contribua para a paz, rejeita o fundamentalismo e denuncia a violência contra os fiéis, grave violação dos Direitos Humanos.


Igreja em cada região do mundo


Na última parte, a Mensagem se dirige à Igreja em cada região do mundo. Com relação à América Latina, os padres sinodais se dirigem com sentimento de gratidão. 


“Impressiona de modo especial como no decorrer dos séculos tenha se desenvolvido formas de religiosidade popular, de serviço da caridade e de diálogo com as culturas. Agora, diante de muitos desafios do presente, em primeiro lugar a pobreza e a violência, a Igreja na América Latina e no Caribe é exortada a viver num estado permanente de missão, anunciando o Evangelho com esperança e alegria, formando comunidades de verdadeiros discípulos missionários de Jesus Cristo, mostrando no empenho de seus filhos como o Evangelho pode ser fonte de uma nova sociedade justa e fraterna. Também o pluralismo religioso interroga as Igrejas da região e exige um renovado anúncio do Evangelho.”


Às Igrejas no Oriente, o Sínodo faz votos de que possa praticar a fé em condições de paz e de liberdade religiosa.


À Igreja na África, pede que desenvolva a evangelização no encontro com as antigas e novas culturas, pedindo aos governos que acabem com conflitos e violências.


Os cristãos na América do Norte, que vivem numa cultura com muitas expressões distantes do Evangelho, devem priorizar a conversão e estarem abertos ao acolhimento de imigrantes e refugiados.


Já a Igreja na Ásia, mesmo constituindo uma minoria, muitas vezes às margens da sociedade e perseguida, é encorajada e exortada à firmeza da fé. 


A Europa, marcada por uma secularização agressiva, é chamada a enfrentar dificuldades no presente e, diante delas, os fieis não devem se abater, mas enfrentá-las como um desafio. 


À Oceania, por fim, se pede que continue pregando o Evangelho.


A Mensagem se conclui fazendo votos de que Maria, Estrela da nova evangelização, ilumine o caminho e faça florescer o deserto.
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