domingo, 29 de abril de 2012

Jesus não “mistura” ninguém, mas cuida de cada um de forma particular, afirma dom Belisário.


Após passar pelo Hospital Aldenora Bello, a Cruz e o ícone de Nossa Senhora foram conduzidos até a Praça Maria Aragão, no Centro Histórico de São Luís, onde aconteceu a Santa Missa presidida pelo Arcebispo Metropolitano, Dom José Belisário.

Numa praça repleta de fiéis, o arcebispo falou sobre Jesus Bom Pastor, como menciona o Evangelho da Liturgia deste domingo, 29, ao explicar que Cristo é o pastor que se tornou cordeiro. “Também nós somos convidados a nos deixar conduzir e dar a vida pelos outros”, acrescentou.


Dom Belisário enfatizou ainda que o Bom Pastor não “mistura” ninguém, mas cuida de cada um de forma particular. “Não é possível ser pastor se não for pela doação, ressaltou ao destacar a doação de Jesus por cada um de nós através da cruz redentora.

Após a Celebração Eucarística, ainda na praça, tiveram início os shows como celebração da passagem dos símbolos da JMJ na cidade. Primeiramente, a Comunidade Shalom, através da música e dança, fez uma homenagem ao Beato João Pulo II. Em seguida, Zé Vicente, Via 33, padre Reginaldo Manzotti e Davidson Silva se apresentaram no palco do Bote Fé.
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Fonte: http://www.jovensconectados.org.br/jmj/botefe/1485-jesus-nao-mistura-ninguem-mas-cuida-de-cada-um-de-forma-particular-afirma-dom-belisario

sábado, 28 de abril de 2012

Símbolos da JMJ chegam à Arquidiocese de São Luís


Pelo mar, a Cruz Peregrina e o Ícone de Nossa Senhora, símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), chegaram à ilha de São Luís, na manhã desta sexta-feira (27). Representantes da diocese de Pinheiro viajaram de ferry-boat para entregá-los aos jovens católicos da capital maranhense. A recepção aconteceu no Porto da Ponta da Madeira, com a presença de autoridades religiosas e civis, dando início à programação do Bote Fé São Luís.

Depois de assinado o termo de responsabilidade pelo bispo auxiliar da Arquidiocese de São Luís, Dom José Carlos Chacorowski, os símbolos foram para as mãos dos jovens, que repetiram os gestos já realizados em cerca de 40 países. “Esta cruz foi apresentada pela primeira vez na Praça de São Pedro, no Vaticano, pelo Papa João Paulo II. É a mesma cruz que agora os jovens da nossa cidade podem tocar”, disse Dom José Carlos.

A visita dos símbolos da JMJ faz parte da preparação para o evento que acontecerá em julho de 2013 no Rio de Janeiro. “Esperamos que o espírito fraterno que se criou por meio dessa cruz seja fortalecido pelos jovens da nossa diocese. Deixem-se tocar pelo que ela significa: a vitória de Jesus sobre a morte”, recomendou o bispo auxiliar, ao relembrar o objetivo principal da jornada, que é integrar a juventude pela fé em Cristo.

O jovem João Evangelista, que integrava a caravana do Santuário Nossa Senhora da Conceição, do bairro Monte Castelo, foi um dos primeiros a tocar a cruz. “A sensação é de pegar em algo verdadeiramente sagrado. Não é uma cruz de madeira; é algo santo, que fortalece a nossa fé”, contou, emocionado.

Presente à acolhida, o vice-governador do Maranhão, Washington Luiz Oliveira, saudou os jovens e disse acreditar na transformação do mundo pela fé. “A cruz está percorrendo os países, como desejou o papa, e chega à nossa cidade no ano em que se celebra 400 anos da chega do Evangelho em São Luís. Que isso seja sinal de esperança e libertação aos nossos jovens”, frisou.

Esse primeiro momento foi encerrado com uma apresentação cultural produzida pelo grupo Jovem Acolhedor, da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, e jovens da Comunidade Ebenezer. Em seguida, a cruz e o ícone foram levados em carro do corpo de bombeiros até a Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
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Fonte: http://www.arquidiocesedesaoluis.com.br/

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Comunidades atingidas por Via Expressa aguardam solução

Igreja São João Batista - Vinhaes Velho

À espera da solução para o problema, duas comunidades católicas da Arquidiocese de São Luís vivem a amargura de não saber o futuro de alguns de seus moradores. Segundo afirmam, várias famílias são ameaçadas de despejo e podem ver suas casas demolidas a qualquer instante. Em uma das comunidades, a capela está ameaçada de demolição.

Estamos falando das comunidades São João Batista do Vinhaes Velho - Próquia Nossa Senhora Aparecida da Foz do Rio Anil, bairro Cohafuma - e Sagrado Coração de Jesus - Paróquia Nossa Senhora da Glória e São Judas Tadeu, bairro Alemanha.



A problemática começou quando o governo do Estado resolveu construir uma avenida para "presentear" os ludovicenses  pelo quarto centenário da capital do Maranhão. O argumento do governo é que cresceram a cidade, a população e o número de carros. Por tudo isso, as obras da avenida - denominada Via Expreessa - não podem parar.

Assustadas, algumas famílias que se sentem incomodadas afirmam que as ordens de despejo chegam a todo instante e até de madrugada, enquanto ainda dormem.

O Estado nega que esteja agindo dessa forma e tenta manter o diálogo. Em um dos casos mudou o traçado da avenida e preservou algumas casas de família. Em outra decisão idenizou alguns moradores.

Como não poderia ser diferente, a Arquidiocese está na luta pelos direitos do povo e pela preservação de seus templos. Na tentaiva de tentar manter o diálogo, o Arcebispo de São Luís, dom José Belisário da Silva, participa de várias reuniões com representantes do governo, lideranças comunitárias, moradores e representantes das comunidades paroquiais. Mas o impasse persiste.

"Não queremos barrar o progresso, mas a comunidade tem o direito de defender seus interesses. Porém, que se busque o diálogo para chegar a uma solução pacífica", disse o Arcebispo ao participar de uma reunião organizada pelos moradores do bairro Alemanha no final de fevereiro.
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Fonte: Arquidiocese de São Luís-MA - Jornal do Maranhão - Abril de 2012, p.3

terça-feira, 24 de abril de 2012

Anencéfalos: Lições de um Julgamento!


O julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a legalidade do aborto dos fetos ou bebês com anencefalia terminou como era previsível, dadas as tendências já manifestadas anteriormente por juízes do STF: aprovaram por larga maioria que o abortamento de anencéfalos, daqui por diante, será “legal” no Brasil. Assim se amplia a lista dos casos “legais” de aborto: gravidez resultante de estupro, risco de morte para a mãe e, agora, também a anencefalia. Qual será o próximo caso?
Impressionaram-me diversas questões nesse julgamento do STF. Parecia que estava em causa o julgamento da Igreja e de sua presença e ação pública na sociedade brasileira. O emprego, a meu ver, abusivo do conceito de “Estado laico”, até mesmo por juízes do STF, assustou-me. A laicidade do Estado, então, desqualifica, a priori, qualquer argumento que proceda de pessoas religiosas, ou representantes de organizações religiosas? Isso já parece discriminação religiosa e ainda terá muitas consequências; a laicidade do Estado precisa ser clareada melhor.

Continuo a me perguntar, por qual razão justificável, perante a Constituição brasileira, o STF assumiu o papel de legislador, atropelando o Congresso Nacional? No caso dos anencéfalos, de fato, não esteve em jogo a interpretação de uma lei já existente; o STF legislou, estabelecendo um novo caso de “legalidade” de aborto, antes não previsto. Foi essa a via encontrada para que grupos de interesse e pressão conseguissem mais facilmente seus intentos? Não seria também essa uma via de subversão do Estado de Direito no Brasil, justamente por conta de quem deveria ser guardião da ordem constitucional?
Impressionantes, os sofismas – afirmações falsas com aparência de verdadeiras – que tiveram livre trânsito nos “palavrosos” argumentos apresentados. Eis alguns: o anencéfalo é um “natimorto”; o anencéfalo é uma não-vida, algo indefinível; o feto ainda não é vida humana; o anencéfalo é uma “vida inviável”... Também tenho a impressão que venceu, não o direito objetivo, mas algo que poderíamos chamar de “direito emotivo”. É muito questionável o princípio, agora estabelecido, de que pode ser suprimido e eliminado o ser humano que causar desconforto, dor, profundo sofrimento ao próximo, mesmo de forma involuntária. Qual é a culpa do pobre anencéfalo pela dor causada à mãe? Dor compreensível, que merece todos os cuidados e atenções, menos a eliminação daquele que causa essa dor... Quais serão, agora, as próximas vítimas da aplicação desse princípio? Ninguém acredite que isso valeu “só para o caso dos anencéfalos”; a jurisprudência vai aplicar as consequências dos princípios estabelecidos. Onde vamos parar?
Esse julgamento do STF nos deixa várias lições. Antes de tudo, continua válido o velho princípio do bom senso: nem tudo o que é “legal”, também é moral. No caso, para a moral cristã, continua valendo a Lei Maior, que é a de Deus, e que ensina: “não matarás”. O aborto de anencéfalos não será um ato moralmente bom, só porque é “legal”. Também fica muito claro que nenhuma mulher está obrigada a fazer esse, ou qualquer outro tipo de aborto. Mas é pena para o Brasil: povo acolhedor e amoroso, ele tem agora uma lei que consagra a insensibilidade diante dos indefesos e imperfeitos e afirma o direito dos mais fortes sobre os mais fracos... Não é da nossa cultura! Pena mesmo!
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domingo, 22 de abril de 2012

Bispos condenam abusos das Missas de Cura e Libertação


As chamadas "Missas de cura"

Depois de muita reflexão e cuidadoso discernimento, os Bispos das Províncias eclesiásticas de Medellin e de Santa Fé de Antioquia [englobam um total de 13 bispos e 10 dioceses] decidimos escrever a todos os sacerdotes, religiosos e fiéis de nossas dioceses uma Carta Pastoral Sobre as chamadas "Missas de cura". Vimos necessário uma orientação sobre iniciativas e eventos que foram se espalhando em algumas paróquias, que seguramente apresentam  aspectos e procedimentos que não estão de acordo com a doutrina, a liturgia e a prática pastoral da Igreja.

Com o ambíguo nome de "Missa de Cura" (pois em todas as missas a Palavra e o Corpo de Cristo podem nos curar) se designa uma certa maneira de manipular a celebração desse Sacramento, com interesses diversos que vão desde as melhores intenções até a simonia [venda de bens espirituais]. É necessário evitar que este tipo de celebração se preste à exploração da emotividade, da necessidade de cura e da visão fantasiosa que algumas pessoas podem ter. Acima de tudo, nunca se pode aceitar que se faça negócio com o sofrimento das pessoas.

A Igreja sempre rezou e continua hoje a rezar para pedir o restabelecimento da saúde dos enfermos. O que preocupa é a introdução de certas formas e objetos na oração, e mesmo na liturgia, como que para pressionar a Deus e garantir aos que sofrem que receberão a graça suplicada. Algumas vezes se chega a uma espécie de oferta comercial de curas e de objetos "miraculosos" que as facilitam. Com isso se produzem graves confusões na comunidade, como a de atribuir a graça de Deus a pessoas, lugares, tempos e objetos especiais ou exclusivos.

Junto com as erroneamente chamadas "Missa de cura" também são promovidos exorcismos, unções, orações de libertação e outras práticas que alteram gravemente o sentido da vida sacramental da Igreja. Na realidade, através da catequese e de celebrações dignas, devemos procurar que tanto a Eucaristia como os sacramentos da Penitência e da Unção dos Enfermos, instituídos por nosso Senhor Jesus Cristo, ajudem com a graça de Deus às pessoas que precisam de auxílio espiritual.

Como o assunto é vasto e complexo, a partir dos ensinamentos dos últimos Papas e de outros documentos da Santa Sé quisemos escrever esta Carta Pastoral para dar uma instrução mais precisa e completa. Convido os sacerdotes a divulgar esta Carta e os fiéis a que a adquiram. Espero também que seja estudada em grupos e comentada. Acima de tudo, peço encarecidamente que seus ensinamentos sejam postos em prática.

A partir de agora deve ficar claro que devemos celebrar e aproveitar devidamente os sacramentos da Eucaristia, da Penitência e da Unção dos Enfermos; que para celebrar Missas nas quais se queira pedir de modo especial a cura dos enfermos se requer uma permissão por escrito do Bispo e que nelas fica proibido receber qualquer estipêndio ou oferta. Não podem ser mais admitidas formas degradantes de comércio, onde são vendidos serviços religiosos ou objetos benzidos ou onde de alguma forma se cobra para que os fiéis obtenham as graças de Deus.

+ Ricardo Restrepo Tobon
Arcebispo de Medellín
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Tradução, negritos e [comentários] do site de origem:
Fonte: http://missaaosdomingos.blogspot.com.br/2012/03/bispos-condenam-abusos-das-missas-de.html

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Missa não é Opereta


Opera é um teatro todo cantado. Opereta, um teatro declamado, falado e cantado. Pode haver danças no meio. É mais ou menos isso! Os detalhes eu deixo para os especialistas em artes cênicas. Missa é culto católico, com séculos de história, que não depende de lugar para acontecer, mas, em geral, acontece num templo. Não é nem nunca foi ópera ou opereta. Quem dela participa não é ator e nem o presidente da assembléia nem os cantores podem ser sua principal atração.
Mas são! E o são por conta de um fato: a maioria não estudou ou não respeita as orientações dos especialistas de uma ciência chamada “liturgia”. Liturgia deve ser o que impede que o altar vire palco, e o lado direito ou esquerdo dele vire coxia! Regula o culto de maneira que transpareça a catequese e a teologia daquele momento. Na hora em que o presidente daquele culto, ofuscado pelas luzes e pela fama local ou nacional, e algum cantor ou cantora deslumbrado com a sua chance de mostrar seu talento roubam a cena, temos mais uma exibição de opereta, num templo católico. Gestos, corridinhas, roupas lindas, música que estoura os ouvidos, o padre onipresente, inserções aqui e ali no script do que tratam como peça de arte, vinte músicas para uma missa, as canções duram 50 minutos e as palavras da missa 12 ou 15, o sermão do padre 25… E o povo que não pagou para assistir, é convidado a deixar sua contribuição no ofertório. Na semana que vem haverá outra exibição… Isto, nos cultos em que o altar vira palco e o celebrante que poderia, sim, ser alegre, comunicativo, acolhedor, resolve se o ator principal com alguns coadjuvantes chamados banda católica. 


Nos outros cultos chamados de eucaristia e tratados como eucaristia a coisa é bem outra! Tem decoro, tem lógica, obedece-se ao conteúdo e aos textos daquele dia, as canções são verdadeiramente litúrgicas, os leitores sabem ler e não engasgam, os microfones não estouram, ninguém toca nem fala para ensurdecer, músicos não entram em competição, nenhum solista canta demais, cantores apenas lideram o povo, ninguém fica dedilhando cançõezinhas durante a consagração, como fundo para Jesus que faz o seu debut, as canções são ensaiadas e escolhidas de acordo com o tema da missa daquele dia, não se canta na hora da saudação de paz porque ninguém diz bom dia, ou como vai cantando… Tais coisas só acontecem nas operetas…
Nas missas sérias e com unção ninguém fica passando à frente ou atrás do altar, ministro não fica mexendo no altar enquanto o padre prega, padre não exagera nas vestes, não berra, não grita, não dá show de presença, tudo é feito com muita seriedade e decoro. O padre até se destaca pela seriedade. Celebra-se, dentro das nuances permitidas, o mesmo ato teológico com implicações sociais que se celebra no mundo inteiro. Todos aparecem e ninguém se destaca.
Mas receio ser inútil escrever sobre estas coisas, porque pouquíssimas bandas e pouquíssimos sacerdotes admitem que isso acontece com eles… E ai de quem disser que acontece! Mandam consultar o ibope sobre as novas missas transformadas em operetas, nas quais se privilegia mais canção do que os textos do dia. Perguntem se, depois daquele “somzão” e daquelas inserções com exorcismo, oração em línguas e outros adendos não aumentou a freqüência aos templos! É! Pois é!
Pe. Zezinho, scj
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 Fonte: http://www.rainhadosapostolos.com/2012/01/padre-zezinho-missa-nao-e-opereta.html

terça-feira, 17 de abril de 2012

Bote Fé São Luís será na Praça Maria Aragão


O Bote Fé São Luís será realizado na Praça Maria Aragão, localizada no Centro Histórico de São Luís. O evento estava agendado para o ginásio Castelinho.

De acordo com a Comissão Organizadora do Bote Fé São Luís, o motivo da mudança alegado pela Secretaria de Estado do Esporte e Lazer (SEDEL) foi choque de agendas. Para a mesma data está marcada a realização da segunda etapa do Spartan MMA Maranhão.
Segundo a Comissão do Bote Fé São Luís, a mudança de local não altera em nada a programação do evento. “Estávamos preocupados com o número de participantes no Castelinho, visto que é um local fechado. Agora não temos essa preocupação, uma vez que o Bote Fé será em uma área aberta”, disse Kécio Rabelo, coordenador da Comissão.

Os organizadores afirmam que, embora abril seja um mês de chuvas no Maranhão, acreditam que ninguém deve correr, caso ela apareça. Eles anunciaram que a estrutura de palco e tendas para os artistas já está garantida. Além de banheiros químicos, devem ser instaladas algumas tendas para o grande público.

“Esse é um evento muito bonito e de grande importância, acredito que, mesmo que chova, ninguém vai fugir da chuva”, comenta Kécio.

A data e os horários do Bote Fé São Luís continuam os mesmos. De 27 a 30 de abril. A programação completa está do site do evento: www.botefesaouluis.com.br, você também pode baixar pelo site da nossa paróquia www.pnsps.com.br

sexta-feira, 13 de abril de 2012

NOTA DA CNBB - Sobre o aborto de Feto "Anencefálico".


Referente ao julgamento do Supremo Tribunal Federal sobre a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 54

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB lamenta profundamente a decisão do Supremo Tribunal Federal que descriminalizou o aborto de feto com anencefalia ao julgar favorável a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 54. Com esta decisão, a Suprema Corte parece não ter levado em conta a prerrogativa do Congresso Nacional cuja responsabilidade última é legislar.

Os princípios da “inviolabilidade do direito à vida”, da “dignidade da pessoa humana” e da promoção do bem de todos, sem qualquer forma de discriminação (cf. art. 5°, caput; 1°, III e 3°, IV, Constituição Federal), referem-se tanto à mulher quanto aos fetos anencefálicos. Quando a vida não é respeitada, todos os outros direitos são menosprezados, e rompem-se as relações mais profundas.


Legalizar o aborto de fetos com anencefalia, erroneamente diagnosticados como mortos cerebrais, é descartar um ser humano frágil e indefeso. A ética que proíbe a eliminação de um ser humano inocente, não aceita exceções. Os fetos anencefálicos, como todos os seres inocentes e frágeis, não podem ser descartados e nem ter seus direitos fundamentais vilipendiados!

A gestação de uma criança com anencefalia é um drama para a família, especialmente para a mãe. Considerar que o aborto é a melhor opção para a mulher, além de negar o direito inviolável do nascituro, ignora as consequências psicológicas negativas para a mãe.   Estado e a sociedade devem oferecer à gestante amparo e proteção.

Ao defender o direito à vida dos anencefálicos, a Igreja se fundamenta numa visão antropológica do ser humano, baseando-se em argumentos teológicos éticos, científicos e jurídicos. Exclui-se, portanto, qualquer argumentação que afirme tratar-se de ingerência da religião no Estado laico. A participação efetiva na defesa e na promoção da dignidade e liberdade humanas deve ser legitimamente assegurada também à Igreja.

A Páscoa de Jesus que comemora a vitória da vida sobre a morte, nos inspira a reafirmar com convicção que a vida humana é sagrada e sua dignidade inviolável.

Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, nos ajude em nossa missão de fazer ecoar a Palavra de Deus: “Escolhe, pois, a vida” (Dt 30,19).

Cardeal Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida
Presidente da CNBB

Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB

terça-feira, 10 de abril de 2012

Menina anencéfala de 2 anos surpreende a Ciência


Na próxima quarta-feira, 11,  o Supremo Tribunal Federal (STF) vai julgar a polêmica ação que permitirá ou não o aborto em caso de feto com má-formação no cérebro. De um lado, a ciência argumenta que bêbes com esse diagnóstico são incompatíveis com a vida. De outro, os pais que defendem o direito de seus filhos especiais à vida.

É o caso de Vitória de Cristo, que não só sobreviveu ao parto, mas hoje com 2 anos, continua supreendendo a ciência que nem sempre consegue explicar o milagre da vida.

Assista à reportagem 


http://www.webtvcn.net/video/anencefalo040412

Renata Vasconcelos
Canção Nova Notícias, SP



Saiba mais em: http://www.anencephalie-info.org/p/vitoria.php
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Fonte: http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=285811

segunda-feira, 9 de abril de 2012

CNBB convoca para Vigília de Oração pela Vida


Na próxima quarta-feira, dia 11/04, o Supremo Tribunal Federal (STF) realiza o julgamento sobre a descriminalização do aborto de anencéfalos – casos em que o feto tem má formação no cérebro. A presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) enviou nesta Sexta-feira Santa, 06/04, uma carta a todos os bispos do país, convocando para uma Vigília de Oração pela Vida às vésperas do julgamento.

Em agosto de 2008, por ocasião do primeiro julgamento do caso, a CNBB publicou uma nota que explicita a sua posição. “A vida deve ser acolhida como dom e compromisso, mesmo que seu percurso natural seja, presumivelmente, breve. (...)Todos têm direito à vida. Nenhuma legislação jamais poderá tornar lícito um ato que é intrinsecamente ilícito. Portanto, diante da ética que proíbe a eliminação de um ser humano inocente, não se pode aceitar exceções. Os fetos anencefálicos não são descartáveis.  O aborto de feto com anencefalia é uma pena de morte decretada contra um ser humano frágil e indefeso. A Igreja, seguindo a lei natural e fiel aos ensinamentos de Jesus Cristo, que veio “para que todos tenham vida e vida em abundância” (Jo 10,10), insistentemente, pede,  que a vida seja respeitada e que se promovam políticas públicas voltadas para a eficaz prevenção dos males relativos à anencefalia e se dê o devido apoio às famílias que convivem com esta realidade”.

A seguir, a íntegra da carta da presidência da CNBB, bem como o texto completo da nota sobre o assunto.

Brasília, 06 de abril de 2012
P - Nº 0328/12

Exmos. e Revmos. Srs.

Cardeais, Arcebispos e Bispos
Em própria sede
ASSUNTO: Vigília de Oração pela Vida, às vésperas do dia 11/04/12, quarta feira.
DGAE/2011-2015: Igreja a serviço da vida plena para todos (nn. 65-72)
“Para que TODOS tenham vida” (Jo 10,10).
CF 2008: “Escolhe, pois, a vida” (Dt 30,19).
CF 2012: “Que a saúde se difunda sobre a terra” (Eclo 38,8). 
Irmãos no Episcopado,

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil jamais deixou de se manifestar como voz autorizada do episcopado brasileiro sobre temas em discussão na sociedade, especialmente para iluminá-la com a luz da fé em Jesus Cristo Ressuscitado, “Caminho, Verdade e Vida”.
Reafirmando a NOTA DA CNBB (P – 0706/08, de 21 de agosto de 2008) SOBRE ABORTO DE FETO “ANENCEFÁLICO” REFERENTE À ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL Nº 54 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, a presidência solicita aos irmãos no episcopado:
  • Promoverem, em suas arqui/dioceses, uma VIGÍLIA DE ORAÇÃO PELA VIDA, às vésperas do julgamento pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a possibilidade legal do “aborto de fetos com meroanencefalia (meros = parte), comumente denominados anencefálicos” (CNBB, nota P-0706/08).
Informa-se que a data do julgamento da ADPF Nº 54/2004 será DIA 11 DE ABRIL DE 2012, quarta feira da 1ª Semana da Páscoa, em sessão extraordinária, a partir das 09 horas.

Com renovada estima em Jesus Cristo, nosso Mestre Vencedor da morte, agradecemos aos irmãos de ministério em favor dos mais frágeis e indefesos,

Cardeal Raymundo Damasceno Assis          Dom José Belisário da Silva          Dom Leonardo Steiner
Arcebispo de Aparecida                               Arcebispo de São Luiz               Bispo Auxiliar de Brasília
Presidente da CNBB                                  Vice Presidente da CNBB                 Secretário Geral da CNBB

Nota da CNBB sobre Aborto de Feto “Anencefálico

Referente à Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 54 do Supremo Tribunal Federal

O Conselho Episcopal Pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, em reunião ordinária, vem manifestar-se sobre a Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF n° 54/2004), em andamento no Supremo Tribunal Federal, que tem por objetivo legalizar o aborto de fetos com meroanencefalia (meros = parte), comumente denominados “anencefálicos”, que não têm em maior ou menor grau, as partes superiores do encéfalo e que erroneamente, têm sido interpretados como não possuindo todo o encéfalo, situação que seria totalmente incompatível com a vida, até mesmo pela incapacidade de respirar. Tais circunstâncias, todavia, não diminuem a dignidade da vida humana em gestação.

Recordamos que no dia 1° de agosto de 2008, no interior do Estado de São Paulo, faleceu, com um ano e oito meses, a menina Marcela de Jesus Galante Ferreira, diagnosticada com anencefalia. Quando Marcela ainda estava viva, sua pediatra afirmou: “a menina é muito ativa, distingue a sua mãe e chora quando não está em seus braços.” Marcela é um exemplo claro de que uma criança, mesmo com tão malformação, é um ser humano, e como tal, merecedor de atenção e respeito. Embora a Anencefalia esteja no rol das doenças congênitas letais, cursando com baixo tempo de vida, os fetos portadores destas afecções devem ter seus direitos respeitados.

Entendemos que os princípios da “inviolabilidade do direito à vida”, da “dignidade da pessoa humana” e da promoção do bem de todos, sem qualquer forma de discriminação, (cf. art. 5°, caput; 1°, III e 3°, IV, da Constituição Federal) referem-se também aos fetos anencefálicos. Quando a vida não é respeitada todos os outros direitos são menosprezados. Uma “sociedade livre, justa e solidária” (art. 3°, I, da Constituição Federal) não se constrói com violências contra doentes e indefesos. As pretensões de desqualificação da pessoa humana ferem sua dignidade intrínseca e inviolável.

A vida deve ser acolhida como dom e compromisso, mesmo que seu percurso natural seja, presumivelmente, breve. Há uma enorme diferença ética, moral e espiritual entre a morte natural e a morte provocada. Aplica-se aqui, o mandamento: “Não matarás” (Ex 20,13).

Todos têm direito à vida. Nenhuma legislação jamais poderá tornar lícito um ato que é intrinsecamente ilícito. Portanto, diante da ética que proíbe a eliminação de um ser humano inocente, não se pode aceitar exceções. Os fetos anencefálicos não são descartáveis.  O aborto de feto com anencefalia é uma pena de morte decretada contra um ser humano frágil e indefeso.

A Igreja, seguindo a lei natural e fiel aos ensinamentos de Jesus Cristo, que veio “para que todos tenham vida e vida em abundância” (Jo 10,10), insistentemente, pede,  que a vida seja respeitada e que se promovam políticas públicas voltadas para a eficaz prevenção dos males relativos à anencefalia e se dê o devido apoio às famílias que convivem com esta realidade.

Com toda convicção reafirmamos que a vida humana é sagrada e possui dignidade inviolável. Fazendo, ainda, ecoar a Palavra de Deus que serviu de lema para a Campanha da Fraternidade, deste ano, repetimos: “Escolhe, pois, a vida” (Dt 30,19).

Dom Geraldo Lyrio Rocha - Arcebispo de Mariana - Presidente da CNBB
Dom Luiz Soares Vieira Arcebispo de Manaus – Vice Presidente da CNBB
Dom Dimas Lara Barbosa - Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro - Secretário Geral da CNBB

sábado, 7 de abril de 2012

Vigília Pascal - Ano B


1. Hoje é o grande dia da Vigília Pascal: a vida venceu para sempre a morte.
Duelaram forte e mais forte, mas é a vida que vence a morte.
O amor supera e vence a morte. O amor sempre supera tudo.

2. O silêncio da Vigília Pascal está grávido de aleluias!
Os que crêem no Cristo já podem preparar a festa como as mulheres que, ao contemplar de longe o lugar em que depositaram o corpo de Jesus, teimavam em crer que a vida é mais forte, e foram premiadas por sua fé e coragem.

3. Vitória! Nosso maior e último inimigo foi vencido!
As portas – da Vida que não termina – foram abertas pelo primogênito dentre os mortos.
Surge brilhante a estrela da manhã!  


I. – Os Símbolos Pascais
4. O simbolismo do fogo

4.1. O fogo, reconhecido pelos antigos como um dos quatro elementos do mundo, é um princípio ativo.

4.2. Suas características são certa “materialidade” e certa “espiritualidade” que o tornam próximo a Deus.

4.3. Tem capacidade de purificar e regenerar. Os ritos de purificação são bem conhecidos, como as queimadas para limpar o terreno para o plantio, o crisol onde são purificados os metais, entre outros.

4.4. Em sentido translato, o fogo representa o amor, as paixões que se aninham nos corações.
4.5. O fogo purifica, aquece e ilumina. Na Bíblia, o fogo é sinal da presença e da ação de Deus no mundo. É expressão de santidade e transcendência divinas. (Ex 3,2ss: a sarça ardente).

4.6. As teofanias sob a forma de fogo marcam momentos ímpares da revelação de Deus: no Sinai (19,18ss). São também importantes do ponto de vista da vocação de alguns profetas: Isaías – Is 6,6; Ezequiel – Ez 1,4; Eliseu – 2Rs 2,11.

4.7. Na liturgia da Vigília Pascal, o fogo representa a grande teofania de Deus: a nova criação realizada na ressurreição de Jesus.

5. O simbolismo da luz

5.1. A luz é força fecundante, condição indispensável para que haja vida. As trevas são símbolo do mal, da infelicidade, da perdição e da morte. A luz exalta o que é belo e bom.

5.2. Na Bíblia, Deus é luz: – O Senhor é minha luz e salvação – Sl 27,1;
- o povo que caminhava nas trevas, viu uma grande luz – Is 9,1). Jesus é a luz do mundo: – enquanto estou no mundo, eu sou a luz do mundo – Jo 9,5).
- Eu sou a luz do mundo, quem me segue não anda nas trevas, mas terá a luz da vida – Jo 8,12;

5.3. – Quem crê se torna luz: – vós sois a luz do mundo – Mt 5,14;
- reflexo da luz de Cristo: – o mesmo Deus que mandou a luz brilhar na treva, iluminou as vossas mentes, para que brilhe no rosto de Cristo a manifestação da glória de Deus – 2Cor 4,6.
- A vida inspirada pela fé é um caminhar na luz: – …. já brilha a luz verdadeira. Quem diz que está na luz, mas odeia seu irmão continua em trevas…” – 1Jo 2,8-11.
- A transfiguração de Jesus, – manifestação de sua filiação divina, – é uma antecipação da glória pascal que ilumina os que crêem.

5.4. Dentre os simbolismos que derivam da luz e do fogo, o Círio Pascal é a expressão mais forte por sua riqueza de significados. É a fusão da lua cheia de Nisan (símbolo da salvação pascal) com o rito da luz (quando à tardinha, os hebreus acendiam as lâmpadas), que é uma ação de graças pelo dom da luz.

5.5. Representa Cristo Ressuscitado,
- vencedor das trevas e da morte (os cravos do círio),
- Senhor da história (os algarismos),
- princípio e fim (A e Z),
- sol que não conhece ocaso.
É aceso com o fogo novo, produzido em plena escuridão, pois na Páscoa tudo renasce.

5.6. A tipologia da luz é descrita no “canto do Exultet” que forma um todo orgânico com o anúncio da libertação pascal. A aclamação “Eis a luz de Cristo!” é um memorial da Páscoa. A procissão com o Círio marca a presença de Cristo no meio do seu povo.

6. O simbolismo da água

6.1. A água é símbolo da vida. Sem água não há vida de forma alguma. Representa a eficácia do sangue redentor de Cristo comparado à água que lava.

6.2. A imersão do Círio Pascal na água é a união do elemento divino com o humano, a força fecundante de Cristo, – gerador de vida nova, – para que todos os que se banharem nessa água fecundada se tornem filhos de Deus.

6.3. A água simboliza a vida, fertiliza a terra, mata a nossa sede, lava-nos e purifica-nos… Lembra a imersão batismal pela qual nos tornamos filhos de Deus. Representa o novo  nascimento: “quem não renascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus” (Jo 3,5). Na celebração eucarística mistura-se a água (=nossa humanidade) com o vinho (=divindade). Do lado aberto de Cristo na cruz, traspassado pela lança, “saiu sangue e água” (Jo 19,34). Do interior de quem crê em Jesus – morto e ressuscitado – “fluirão rios de água viva” (Jo 7,38).

7. O simbolismo da cor branca

7.1. Embora os símbolos fortes e marcantes da Vigília Pascal sejam o fogo, a luz e a água, queremos também lembrar o simbolismo da cor branca que predominará durante todo o tempo pascal.

7.2. O branco é a cor da alegria e da festividade. Coélet , o pregador, dá o conselho: “vai, come teu pão com alegria e bebe gostosamente o teu vinho … que tuas vestes sejam brancas em todo tempo e nunca falte perfume sobre a tua cabeça” (Eclesiastes 9,7s). Segundo a lei mosaica, era prescrito um fino linho branco para os tecidos do santuário (Ex 26,1; 27,9). Também para as vestes dos sacerdotes “empregarão ouro, púrpura escarlate, carmesin e linho fino branco (Ex 28, 5-8): a túnica e o turbante devem ser confeccionados inteiros com linho branco (Ex 28,39). Na visão de Daniel, Deus aparece como “Ancião”: “suas vestes eram brancas como a neve; e os cabelos de sua cabeça, alvos como a lã ” (Dn 7,9).

7.3. No monte da transfiguração, a face de Cristo ficou brilhante como o sol, “e as suas vestes tornaram-se alvas como a luz” (Mt 17,2). “Suas vestes tornaram-se resplandecentes, extremamente brancas, de alvura tal como nenhuma lavadeira na terra as poderia alvejar” (Mc 9,3). Os anjos presentes na ressurreição do Senhor sentavam-se, “vestidos de branco” junto ao sepulcro (Jo 20,12). No Apocalipse a cor branca simboliza a pureza perfeita e a glória inacessível. Aqueles que entram na Jerusalém celeste, vindos da grande tribulação, “lava ram suas vestes e alvejaram-nas no sangue do Cordeiro” (Ap 7,13s). (ex Lurker M., Dicionário de figuras e símbolos bíblicos, Paulus, 2ª.ed., 2006).

7.4. Os paramentos brancos anunciam a vitória sobre o mal… e a paz que Jesus Ressuscitado nos dá. Apontam para o viver revestido dos mesmos sentimentos de Jesus: “como escolhidos de Deus, santos e amados, vistam-se de sentimentos de compaixão, bondade, humildade, mansidão, paciência …” (Cl 3,12). As vestes brancas identificam os que são fiéis a Jesus e estão inscritos no Livro da Vida (Ap 3,4-5).
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Fonte: parte extraída de http://www.celebrando.org.br/reflexao-dominical/ano-b/vigilia-pascal-ano-b/

Mensagem de Páscoa aos leigos do Brasil


O presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato da CNBB, dom Severino Clasen, enviou uma mensagem de Páscoa para todos os leigos da Igreja no Brasil. No texto, ele destaca a missão de cada cristão de anunciar o Cristo Ressuscitado a todas as pessoas. Confira a íntegra da mensagem a seguir:

Cristo ressuscitou, eis a nossa grande alegria!

Estimadas leigas e leigos, bispos, padres, diáconos, religiosas e religiosos, leigas consagradas, CEBs, Conselho dos Leigos, CEFEP, associações laicais e novas comunidades, enfim, todas as formas de chamados à vida cristã.

Tomados pela grande esperança e iluminados pela penitência quaresmal, chegou a hora de celebrar solenemente o anúncio da ressurreição de Cristo, “Ele está no meio de nós”. Eis agora a nossa missão, anunciar o Cristo ressuscitado a todas as pessoas.  Pelo dom do batismo, temos essa missão. A nossa satisfação na vida consiste em viver e deixar-se conduzir pelos mesmos sentimentos de nosso Senhor Jesus Cristo, morto na cruz e ressuscitado no primeiro dia da semana.

Comemorando os 50 anos do Concílio Vaticano II, eis um dentre tantos outros frutos produzidos, num dos seus documentos sobre o apostolado dos leigos e leigas, Apostolicam Actuositatem: “Sendo Cristo, enviado pelo Pai, fonte e origem de todo o apostolado da Igreja, é evidente que a fecundidade do apostolado da Igreja depende da sua união vital com Cristo, como diz o  Senhor: “aquele que permanece em mim e eu nele produz muito fruto; porque, sem mim, nada podeis fazer” (Jo 15,5) [...] Desta forma é necessário que os leigos, com prontidão e alegria de espírito, progridam na santidade, esforçando-se por superar as dificuldades, com prudência e paciência. Nem os cuidados familiares nem os outros negócios seculares devem ser estranhos à orientação espiritual da vida, segundo a palavra do Apóstolo: “tudo o que fizerdes de palavra ou ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, por ele dando graças a Deus Pai” (Cl 3,17). Tal vida exige contínuo exercício da fé, da esperança e da caridade. Só pela luz da fé e meditação da palavra de Deus é possível, sempre e em toda a parte, reconhecer Deus no qual “vivemos, nos movemos e somos” (At 17,28), procurar a sua vontade em todo o acontecimento, ver Cristo em todos os homens, quer próximos, quer afastados, ter um conceito do verdadeiro significado e do valor das coisas temporais, em si mesmas e em ordem ao fim do homem.

Os que possuem esta fé vivem na esperança da revelação dos filhos de Deus, lembrados da cruz e da ressurreição do Senhor” (A.A. 4).

Com essa belíssima mensagem, a Comissão Pastoral Episcopal para o Laicato, quer desejar a todos e a todas as redobradas bênçãos e verdadeiros sentimentos de alegria pela festa da Páscoa do Senhor. Sejamos os verdadeiros e alegres testemunhas da ressurreição do Senhor com nossas vidas e contagiemos toda a sociedade com a sincera vida digna, justa e fiel ao Senhor. Que o nosso apostolado dentro da Igreja e dentro da sociedade traga frutos de profundas mudanças, reconquistando a justiça, a fidelidade, a honestidade e a sensibilidade fraterna entre todos nós, seres humanos, em harmonia com toda a criação. Façamos a bela experiência de Maria em receber em nossas vidas a verdade e certeza de que Cristo ressuscitou e agora está no meio de nós.
 
Feliz Páscoa!
 
Dom Frei Severino Clasen, OFM
Bispo de Caçador - SC
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Indulgências da Via-Sacra


Além dos méritos adquiridos pelo exercício da Via Sacra, podemos também facilmente ser beneficiados pelas indulgências concedidas pela Igreja a quem cumprir determinadas condições.
 


Pela obtenção de indulgências nos é perdoada total ou parcialmente a pena devida pelos nossos pecados, ou seja, o Purgatório após a morte. As indulgências podem também ser aplicadas às almas de pessoas já falecidas.


Pode-se obter indulgência plenária rezando a Via Sacra de acordo com o costume, que consiste em fazer as leituras, orações e meditações de cada Estação diante do respectivo quadro, ou cruz, colocados habitualmente ao longo das paredes das igrejas. Quando a Via Sacra é rezada em conjunto e há dificuldade de todos se movimentarem ordenadamente, de uma Estação para outra, basta que o dirigente se desloque.

É necessário ainda, além da repulsa de todo o afeto a qualquer pecado, até venial, o cumprimento das três condições seguintes: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração nas intenções do Sumo Pontífice (costuma-se rezar um Pai-Nosso, uma Ave-Maria e um Glória). Uma confissão pode valer para se obterem todas as indulgências plenárias durante o período de um mês.

Mons. João S. Clá Dias, EP
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Fonte: http://www.arautos.org.br/noticias/25580/-Artigo--Indulgencias-da-Via-Sacra.html

quinta-feira, 5 de abril de 2012

O lava-pés


A quaresma é tempo de fazer "caminho" com Jesus, para chegar à Ressurreição. Fazer caminho significa conversão e seguimento. A quaresma sempre nos propõe a olhar os gestos de Jesus e para uma verdadeira conversão.

O que significa converter-se num mundo que nos propõe todas as facilidades para viver globalmente o individualismo?

Jesus ao percorrer o caminho da cruz não pensa nele, nas suas dores, mas nas dores de tantos crucificados como Ele, que buscam a Ressurreição. A cruz é sinal de conversão, mudança, transformação para a conquista de mais vida.

Páscoa é passar de uma vida centrada sobre nos mesmos, sobre o nosso egoísmo, para uma vida solidária com os muitos irmãos marginalizados em nossa sociedade. Portanto, o anúncio cristão não pára na cruz. No meio de nós está presente Jesus, o Ressuscitado, o Deus vivo. Antes de tomar o caminho da cruz, Jesus nos apresenta uma proposta de vida, que é um programa de conversão: o lava-pés. O lava-pés traduz toda a vida de Jesus: o amor. "Ele, que tinha amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim" (Jo 13, 1) ou seja até as últimas conseqüências do gesto de amar, isto é, até a cruz: "Tudo está realizado" (Jo 19,30).

Vamos acompanhar os gestos praticados por Jesus no lava-pés (Jo 13, 4-11). Este aconteceu numa refeição. Estar ao redor de uma mesa é sentar-se e partilhar as alegrias, as angústias, as emoções..., também algo para comer.

- Jesus levantou-se da mesa. Ele nos diz que é preciso sair do nosso egoísmo, mobilizar-se, ir ao encontro dos outros.

- Tirou o manto. Jesus se esvazia de si mesmo e coloca-se na condição de servo. Ele nos ensina sobre a necessidade de despojar-se de tudo o que divide, dos fechamentos, das barreiras, dos medos, das inseguranças, que nos bloqueiam na prática do bem.

- Pegou uma toalha e amarrou-a na cintura. Jesus põe o avental para servir. "Aquele que era de condição divina, humilhou-se a si mesmo" (Fl 2, 6-8). Ele nos propõe o uso do avental do servir na disponibilidade, e na generosidade, e ainda do comprometer-se com os mais necessitados e colocar-se em último lugar.

- Colocou água na bacia. Jesus usa instrumentos da cultura do povo: água e bacia. Repete um gesto que era feito pelos escravos ou pelas mulheres. Ele quer nos dizer que para anunciar sua proposta é preciso entender, conhecer, assumir o que o povo vive, sofre, sonha...

- E começou a lavar os pés dos discípulos. Para lavar os pés Jesus se inclina, olha, percebe e acolhe a reação de cada discípulo. Com o lavar os pés, Jesus nos compromete a acolher os outros com alegria, sem discriminações, a escutar com paciência, a partilhar os nossos dons...

- Enxugando com a toalha que tinha na cintura. Jesus enxuga os pés calejados, rudes e descalços de seus discípulos. São muitos os gestos que Jesus nos convida a praticar para amenizar os calos das dores de tantos irmãos: visita a doentes e idosos, organizar-se para atender crianças de rua, uma palavra de ânimo a aidéticos, valorização de nossos irmãos indígenas...

Diante da prática de Jesus podemos nos perguntar: Quais os gestos concretos que nós como cristãos/ãs e catequistas, vamos assumir? Será que esta Páscoa pode ser igual a outras tantas?

Queremos ser a Igreja do avental, que se coloca a serviço na defesa dos que mais sofrem, dos que não têm defesa. Vamos com coragem vestir o avental do servir na alegria e testemunhar todos os gestos praticados por Jesus. Só assim poderemos realizar sempre a festa da Ressurreição. Feliz Páscoa!

Ir. Marlene Bertoldi
www.portalcatolico.org.br
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Fonte: http://www.catequisar.com.br/texto/materia/celebracoes/semanasanta/12.htm

Dioceses do Maranhão recebem os símbolos da JMJ


Os Símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) chegaram à diocese de Caxias do Norte (MA) por volta das 23h do dia 31 de março. Iniciou-se na cidade de Timon uma grande peregrinação da Cruz e do Ícone de Nossa Senhora. As celebrações e as vigílias da noite foram marcadas por orações e testemunhos.

No dia 1° de abril, a juventude e o povo de Deus, somando oito mil pessoas das quatro paróquias da cidade, tomaram conta das ruas e caminharam em procissão para a celebração de Domingo de Ramos. Os jovens da Fazenda da Paz (instituição de recuperação de dependentes químicos) carregaram a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora no percurso pelo qual milhares de pessoas passaram para rezar.

Na tarde do mesmo dia, o momento que tomou conta do coração das pessoas foi a entrada dos Símbolos na cadeia de Timon, onde os 250 presos puderam tocá-los e rezar diante deles, dando um testemunho de fé e agradecendo à Igreja por ter preocupado com eles.


Em seguida a Cruz e o Ícone, acompanhados de 200 carros, partiram em carreata para a cidade de Caxias. Os Símbolos foram acolhidos por milhares de pessoas com seus altares nas portas e janelas das casas. O parque da cidade foi tomado por uma multidão de 15 mil pessoas que caminharam três quilômetros até chegar à Praça da Catedral, onde mais 20 mil pessoas esperavam. Lá, dom Vilson Basso, bispo de Caxias e referencial da juventude no Regional Nordeste 5 (Maranhão), celebrou a missa.

A 5h da manhã do dia 2 de abril, os Símbolos continuaram peregrinando pela cidade. Carregados pelos jovens voluntários, eles foram até o Batalhão do Exército de Caxias e até a Polícia Militar. Vinte jovens do Exército e mais dez da policia militar carregaram a Cruz e o Ícone até a Praça da Catedral, onde 20 mil estudantes os esperavam para rezar e fazer sua procissão. Para poder acolher a Cruz, foi decretado feriado municipal.

Durante a caminhada com os estudantes, dom Vilson pedia para parar o trio elétrico diante de hospitais, creches, repartições publicas, do comércio, do centro cultural, e ia abençoando cada um desses lugares, deixando uma mensagem de amor e paz. Na tarde do mesmo, dia os Símbolos passaram pela cadeia de Caxias e, em seguida, se encontraram com os universitários, num momento em que a oração e o testemunho tomaram conta dos jovens e professores. A noite começou a vigília na Catedral, onde muitos jovens testemunharam a sua fé.

Na terça, 3 de abril, por volta de 4h da madrugada, começou a missa de envio e milhares de pessoas se despediram da Cruz e do Ícone de Nossa Senhora.

Segundo o padre Toninho Ramos, assessor nacional da Juventude, o calor humano foi contagiante. “Passei 24h rezando com os jovens e seguindo os Ícones da JMJ. Na Procissão de Ramos, num calor de 35 graus, Nosso Senhor Jesus tocava profundamente o coração daquelas oito mil pessoas que caminhavam incansavelmente seguindo os Símbolos da JMJ em Timon. Como se não bastasse, a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora foram levados pelos jovens para dentro da cadeia, e ao ver tantos jovens na prisão meu coração sangrou. Os jovens presos pediam a Deus que os tirasse daquela cadeia e mesmo com uma dor muito grande, perguntei ao jovem Rafael pelo buraco da grade da prisão, qual era a esperança dele. Resposta dele foi: ‘Deus é mais e ele vai me tirar daqui e vou começar uma vida nova’. Nesse momento chorei, porque sei que nas cadeias do Brasil a maioria dos presos são jovens e, assim como esses presos de Caxias do Norte, também milhares de jovens sonham e gritam por liberdade”, enfatizou o padre Toninho.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Roteiro prático para uma boa e santa confissão


Instruções para fazer bem o exame de consciência. 

Jesus, conhecendo a nossa fraqueza e sabendo que poderíamos cair, instituiu o Sacramento da Confissão para nos perdoar os pecados. Foi Jesus quem deu aos padres o poder de perdoar os nossos pecados; Jesus falou: "Os pecados a quem perdoardes serão perdoados". ( Jo 20, 19- 23).

Só a confissão bem feita é que perdoa os pecados. Para a confissão ser bem feita, é preciso:

* EXAMINAR a consciência para descobrir os meus pecados.
* ARREPENDIMENTO para eu ter dor por ter ofendido a Deus (Lc 18, 13; Mt 26, 75; Lc 15, 21).
* PROPÓSITO ou vontade séria de não querer pecar mais.
* CONFISSÃO para eu contar meus pecados ao padre.
* SATISFAÇÃO para eu rezar aquilo que o padre mandar.

 
PECADO ESQUECIDO na confissão fica perdoado, se eu fiz bem o exame de consciência

PECADO ESCONDIDO na confissão não fica perdoado e eu não posso comungar e tenho de fazer outra confissão.

"Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos e a verdade não está em nós. Se confessarmos nossos pecados, Deus é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a culpa". (1ª carta de S. João cap. 1, 8-9)

Agenda da Paróquia - Abril de 2012


01/04: DOMINGO DE RAMOS DA PAIXÃO DO SENHOR (Semana Santa);

OBS: Baixe no site www.pnsps.com.br a Programação completa da Semana Santa na Paróquia e saiba os horários das celebrações como toda e qualquer outra informação em todas as comunidades da paróquia;

- Missa nos horários de costume; Na Igreja Matriz, missa principal com procissão tendo início às 8h na Igreja da Natividade e chegando na Matriz às 9:30;

04/04: Sacramento da Confissão em preparação à Páscoa do Senhor às 19h com vários padres na Igreja Matriz;


05/04: Quinta-feira Santa: pela manhã não haverá missa na Igreja Matriz;

- Às 9h, Missa do Crisma (santos óleos) na Igreja da Sé (Centro);

- À tarde: TRÍDUO PASCAL (1º dia): MISSA DA CEIA DO SENHOR (lava-pés) às 17h na Matriz, após a celebração, Vigília Eucarística na Capela do Santíssimo Sacramento;

06/04: Sexta-feira Santa: dia de jejum e abstinência; neste dia a Igreja não celebra a Eucaristia;

- Às 8h Via-Sacra nas ruas;

- TRÍDUO PASCAL (2º dia): CELEBRAÇÃO DA PAIXÃO DO SENHOR às 15h na Igreja Matriz, após a celebração, procissão do Senhor morto nas ruas do bairro;

07/04: Sábado Santo: dia de jejum e abstinência; neste dia a Igreja não celebra a Eucaristia (não haverá missa às 6:30 e às 17h);

- TRÍDUO PASCAL (3º dia): VIGÍLIA PASCAL (Celebração da Luz) às 20h na Igreja Matriz; todos devem trazer uma vela; Na celebração: 9 pessoas serão batizadas e 25 receberão a 1ª Eucaristia;

08/04: DOMINGO DA RESSURREIÇÃO – SOLENIDADE DA PÁSCOA DO SENHOR;

- Missa em todas as comunidades nos horários de costume;

08-15/04: OITAVA DE PÁSCOA;

12/04: As Profecias da Paixão (Com. Ebenézer) às 19:30 no Teatro Arthur Azevedo;

13/04: Reunião do Conselho Comunitário da Matriz às 19:30 na sala 6.

16/04: Aniversário natalício do Sumo Pontífice Papa Bento XVI, 85 anos.

19/04: Aniversário do 7º ano de Pontificado do Sumo Pontífice Papa Bento XVI como Pastor Universal da Igreja Católica Apostólica Romana.

20/04: Reunião do Conselho Pastoral Paroquial às 19:30 na sala 6 do Centro Catequético da Matriz;

21/04: 1º JUVM - Juventude Vocacional Mista das 14:30 às 17h na Igreja Matriz;

- Reunião com os voluntários do Bote Fé - São Luís, às 16h na Cúria Arquidiocesana;

23/04: Aniversário natalício de Frei Luís Spelgatti, pároco. 

24/04: Aniversário do Início de Pontificado do Papa Bento XVI na Igreja Universal, 7 anos.

24-26: Tríduo do Bote Fé às 19:30 na sala 6 do Centro Catequético da Matriz;

27-30/04: Acolhimento da Cruz da Jornada Mundial da Juventude (baixe a programação completa do Bote Fé no site www.pnsps.com.br); verifique na sua comunidade se haverá missa neste período;


29/04: às 14h sairá um ônibus da Matriz e da Ig. N. S. Graças (forquilha) para levar os jovens que desejarem participar do bote fé. Não será cobrado transporte!



As Chagas de Cristo

 
Estamos já às vésperas da celebração do Mistério da Morte e Ressurreição do Senhor, a celebração da Páscoa do Ressuscitado! Durante os 40 dias da Quaresma, fomos vivenciando as lições de desprendimento, de liberdade interior e de fidelidade ao Pai, que Jesus nos deixou nos Evangelhos, através da oração, da esmola e do jejum. À medida que chegamos próximos à Páscoa, vamos nos tornando mais sensíveis aos que hoje prolongam a Paixão de Cristo em suas vidas, submetidos ao peso da Cruz.

A Campanha da Fraternidade nos faz olhar para a realidade da Saúde Pública em nosso país, que exige recursos do Estado (SUS 100% publico e estatal) e, ao mesmo tempo, uma maior conscientização por parte da população para que haja novos equipamentos, controle social e participação nos conselhos, atendimento de qualidade e a garantia do direito à saúde digna para todo cidadão, preconizado pela Constituição Federal de 1988.

Além dessa realidade, outra situação é da mobilidade humana. A cada ano, o Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM) vê aumentar o número dos imigrantes e refugiados que procuram abrigo e refúgio no Brasil. Só em 2011, a Casa do Migrante em São Paulo acolheu pessoas vindas de 56 nacionalidades: a maioria delas da América Latina, da África e do Leste Europeu.

É uma realidade que se agravou, nestes últimos dois anos com a chegada dos haitianos. Vítimas do terremoto de janeiro de 2010, muitos deles são obrigados a deixar sua Pátria, suas famílias, e virem ao Brasil, em busca da sobrevivência para si e para suas famílias, em condições precárias de vida, sem apoio humanitário e perspectiva de melhores condições de vida.

Em 2011, o Centro de Acolhimento aos Refugiados, projeto executado pela Cáritas Arquidiocesana de São Paulo, recebeu 145 solicitações de refúgio de cidadãos haitianos em situação bastante precária. Desses, 44 obtiveram visto de permanência concedido pelo CNIg (Conselho Nacional de Imigração), sendo que 101 ainda aguardam decisão do governo brasileiro.

Nos dois primeiros meses de 2012, já são 148 solicitações de refúgio, ou seja, 102% a mais que todo o ano passado. Eles chegam a esta Capital à espera de regulamentarem sua permanência no país e encontrarem trabalho que lhes permitam ajudar seus familiares, que ficaram no país de origem, a espera de ajuda e proteção.

As condições que enfrentam para chegar a terras brasileiras são muito difíceis. Muitos deles são vítimas do "tráfico humano", ou seja, entregam tudo o que tem aos "coiotes" que cobram grandes quantias, prometendo-lhes transporte, estadia e condições de trabalho em solo brasileiro. Enganados, muitos desses se veem expostos às humilhações, ao roubo, a chantagem emocional, e por isso procuram no Estado e na Igreja a defesa dos seus direitos e a segurança para suas vidas.

A Cáritas da Arquidiocese de São Paulo tem, a partir do convênio com o ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados), oferecido a muitos imigrantes, entre eles os haitianos, a assistência necessária para obter o visto de permanência no Brasil (refúgio), executando os Programas de: Proteção - acompanhamento jurídico; Assistência social - que prevê encaminhamento para abrigamento temporário, documentação, cuidados de saúde; Integração local; Saúde mental; e Assistência religiosa; procurando assim diminuir os impactos que a imigração provoca na vida de refugiados e migrantes na Pátria estrangeira.

A triste realidade dos haitianos, peruanos, bolivianos, africanos, que buscam acolhida no Brasil merece de nossa parte, às vésperas da celebração da Páscoa, uma atenção especial; pois, neles as chagas de Cristo continuam expostas, e infelizmente não deixam de sangrar. Quando olhamos o trabalho humanitário realizado pela Casa do Migrante em São Paulo, pelo Serviço da Pastoral do Migrante (SPM), e a Cáritas, bem como outros organismos, nos damos conta de que não faltam generosidade e disponibilidade em acolher estas irmãs e estes irmãos. Mas, não é suficiente!

Hoje os órgãos que tratam de perto a realidade da mobilidade humana estimam que o número de refugiados e estrangeiros no Brasil tende a aumentar sobremaneira atraídos pela propaganda da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016. Não podemos ignorar que no cenário mundial países como o Brasil, em acelerado crescimento econômico, surgem para muitas nações como o "paraíso prometido", onde seria possível garantir a sobrevivência e realizar o sonho de bem estar e perspectivas melhores de vida.

Assistimos uma mudança no cenário mundial: nações que outrora gozavam de estabilidade financeira e melhores condições sociais podendo abrigar e acolher estrangeiros - hoje, veem seus cidadãos partirem em busca de trabalho e qualificação profissional naquelas nações que outrora socorreram e que hoje estão em condições de oferecer acolhimento aos que no passado acolhiam seus cidadãos. As chagas de Cristo estão expostas e sangram em tantas vidas hoje vítimas da mobilidade humana, vítimas da degradação social e necessitadas do socorro humano.

Somos tentados a ignorar a sorte desses milhares de mulheres e homens que entram em nosso país em situação de tamanha fragilidade. O Menino nascido em Belém viveu isso de perto, também Ele obrigado pelo "recenseamento" se viu obrigado a nascer num estábulo, por não encontrar lugar nas hospedarias da cidade; e para fugir à ira do rei iníquo, foi obrigado com sua família a viver como migrante no Egito, à semelhança dos seus antepassados, que tiveram que suportar o peso da migração e da exploração em terra estrangeira.

Na tarde daquela Sexta-feira, 14 de Nisan, carregando o madeiro sob os seus ombros, cruzou as ruas de Jerusalém, considerado como criminoso, não só por se dizer Filho de Deus, mas porque era galileu, um "estranho" aos olhares dos habitantes da metrópole. Hoje, em tantas vidas ameaçadas e obrigadas a deixar sua terra e sua família, está o Filho de Deus a bater à nossa porta, pedindo nossa acolhida. Lembrando as suas palavras é importante que chegará o dia em que será Ele a dizer: "Era migrante e me acolheste!".

Mais uma vez, o Senhor nos desafia na sua condição de peregrino, exilado ou migrante. Ele espera que curvados sobre as suas chagas, o tratemos com o óleo e o vinho da acolhida e da ternura, fazendo de nossas comunidades e de nossas casas a hospedaria que acolhe o ferido da parábola (cf. Lc 10, 29-37), sem medo de acolher e servir, pois o próprio Jesus nos garante que ao retornar haverá de restituir o dobro que dispensamos aqueles que acolhemos.

Nossa Páscoa será verdadeira se abrirmos nossos corações não só ao Cristo que vem no Mistério celebrado, mas também ao Cristo vivo no irmão migrante e refugiado que precisa de nossa acolhida e espera pelo nosso amor!

A todos vocês, uma Abençoada Páscoa do Senhor!
 
Dom Milton Kenan Junior
Bispo Auxiliar de São Paulo

terça-feira, 3 de abril de 2012

A Graça de Deus retorna?

 
Não há nenhum dogma cristão tão estranho à mentalidade moderna do que o da graça. Esta significa a presença do Criador no mundo e na história. Já os antigos pensadores romanos, que chegaram a vislumbrar a necessidade de haver um Deus único, não acreditavam que Ele se interessasse pelas ninharias humanas. Diziam: “Deus sublunaria non curat”. Isto é, Deus não se interessa pelas insignificâncias que ficam abaixo da lua. O ensinamento cristão, ao contrário, mostra que o Criador tem constante canal de comunicação com sua criatura preferida. Criou nela uma perene capacidade de comunicação. A graça é o encontro real entre duas liberdades. É a encruzilhada de dois amores.
 
É uma gratuidade inesperada, superabundante, e disponível para a ajuda. É o prolongamento de sua presença nas realidades humanas. Muitos homens “modernos” se julgam além da graça. Não precisam de ajuda, nem a querem. Pois acham-se capazes de resolver, por conta própria, qualquer desafio. Santo Agostinho, que tinha uma fina sensibilidade espiritual, estava com seu coração sempre aberto para qualquer vontade de Cristo, que é a graça em pessoa. Ele achava que a graça divina se apresenta a nós, esperando resposta de vida. É o que ele via ter acontecido entre Jesus e os seus contemporâneos judeus. “Jerusalém, matas os profetas e apedrejas os que te são enviados”  (Mt 23, 37).
 
Está suposto que a Cidade não teria sido destruída se seus habitantes tivessem ouvido sua voz. O grande doutor da graça quis ensinar que a graça divina, após vários fracassos, se cala e se ausenta. Pode não mais retornar.”Timeo Jesum praetereuntem et non redeuntem”. (Tenho medo de que Jesus passe alguma vez e depois não retorne). Será que não foi o caso do Brasil? Durante décadas Cristo convidou os pais cristãos a enviarem seus filhos à Catequese (1ª Eucaristia, Crisma). Mas a imensa maioria não tomou conhecimento.  O que está acontecendo? Quem nada aprendeu sobre sua fé, nada conhece das riquezas da Igreja de Jesus Cristo, agora sucumbe às ciladas dos membros das seitas. Do dia para a noite abandonam sua fé. “Não existe outro evangelho, diferente daquele que vos anunciamos”  (Gal 1, 7 e 8) mostra S.Paulo.
 
Dom Aloísio Roque Oppermann
Arcebispo Administrador Apostólico de Uberaba/MG