terça-feira, 30 de agosto de 2011

Juventude Forania de Nazaré - Tarde de Espiritualidade



Convida toda a coordenação de grupos de jovens, pastorais e movimentos neste sábado, 03 de setembro, às 14h na Igreja Matriz de Nossa Senhora de Nazaré - Cohatrac. Vá e participe!!

Dalila e pecados do poder

 “Sansão enamorou-se de uma mulher que habitava no vale de Sorec, cujo nome era Dalila. Então os chefes filisteus foram procurá-la e disseram-lhe: ‘Seduze Sansão e descobre donde lhe vem essa força enorme, e como poderíamos vencê-lo e subjugá-lo. Se fizeres isso, te daremos, cada um de nós, mil e cem moedas de prata’. Dalila perguntou então a Sansão: ‘Dize-me, eu te rogo, donde vem a tua força enorme? Com que deveriam amarrar-te para ficares subjugado?’ Respondeu-lhe Sansão: ‘Se me amarrassem com sete cordas de arco, novas e ainda não curtidas, ficaria fraco e seria como qualquer outro homem’.

Os chefes filisteus levaram a Dalila sete cordas de arco, novas e ainda não curtidas, com as quais ela o amarrou, enquanto alguns homens se emboscaram no quarto. Dalila gritou: ‘Sansão, os filisteus!’ Mas ele despedaçou as cordas como se despedaça um fio de estopa chamuscada pelo fogo, e o segredo de sua força ficou desconhecido. Dalila disse a Sansão: ‘Zombaste comigo, contando-me mentiras. Conta-me agora, por favor, com que te deveriam amarrar. Ele respondeu: ‘Se eu for amarrado com cordas grossas, novas e ainda não usadas, ficarei fraco e serei como qualquer outro homem’. Dalila tomou cordas grossas novas, amarrou-o com elas e, na presença dos homens emboscados no quarto, gritou: ‘Sansão, os filisteus!’ Mas ele despedaçou as cordas de seus braços como se fossem fios. Dalila disse a Sansão: ‘Até agora zombaste comigo e me contaste mentiras. Conta-me como deveriam amarrar-te!’ Sansão respondeu: ‘Se teceres as sete tranças de minha cabeleira com a urdidura de um tear e as fixares com um pino, ficarei fraco e serei como qualquer outro homem”. Ela o fez dormir, teceu as sete tranças de sua cabeleira com a urdidura, fixou-as com um pino e gritou: ‘Sansão, os filisteus!’ 


Despertando do sono ele arrancou o pino do tear e a urdidura. Então ela lhe disse: ‘Como podes dizer que me amas, se não confias em mim? Três vezes já me enganaste, não me revelando de onde vem tua enorme força’. Como ela o importunasse e insistisse todos os dias com suas lamúrias, ele caiu num desespero mortal e acabou revelando-lhe todo o segredo: ‘A navalha’, disse, ‘jamais passou sobre minha cabeça, porque sou consagrado a Deus desde o ventre de minha mãe. Se raparem minha cabeça, minha força me abandonará e eu ficarei fraco, igual a qualquer outro homem’. Percebendo que ele lhe havia contado todo o seu segredo, Dalila mandou chamar os chefes dos filisteus: ‘Vinde todos aqui, porque desta vez Sansão me contou todo o seu segredo’. Eles acorreram, trazendo o dinheiro que haviam prometido. Dalila fez Sansão adormecer no colo e chamou um homem, que cortou as sete tranças de Sansão. Este foi enfraquecendo e de repente sua força o abandonou. Então Dalila gritou: ‘Sansão, os filisteus!’ Despertando do sono, ele pensou: ‘Sairei desta como das outras vezes e me livrarei’. Mas ele não sabia que o Senhor o havia abandonado. Os filisteus agarraram-no e em seguida furaram-lhe os olhos. Depois, levaram-no a Gaza, preso com duas correntes de bronze, e o puseram na prisão, a girar a mó do moinho.’ (Jz 16, 4-20)”


No Antigo Testamento, a participação de mulheres, na sua relação com homens que têm poder político, revela a consciência de pertença ou não ao povo hebreu. Ester e Dalila são dois exemplos.” Ester é escolhida para ser mulher do Rei Assuero: “Procura-se outra rainha entre as mais belas jovens de todas as províncias do Império, sendo escolhida a hebreia Hadassa, sobrinha de Mardoqueu. Hadassa recebe o nome persa de Ester.” Perante o Rei, Ester defende o povo hebreu de acusações que o levariam à morte. (cf. Est 7,1-10) Dalila: ao trair Sansão, traiu o seu povo. 

“Sua residência em Sorec permitiria não considerá-la nem hebreia nem filisteia, mas a narrativa leva a pensar que tenha sido hebreia.” Dalila não tinha poder político, mas tinha poder de sedução; os filisteus, por sua vez, tinham poder político e financeiro e, assim, praticam o crime do suborno.

É muito comum a prática do suborno, de parte de pessoas que têm poder político e econômico, enquanto buscam, de forma inescrupulosa, a concretização de seus intentos que, via de regra, envolvem dinheiro e posição social. Esse problema, cada vez mais acentuado na administração pública, tornou-se um vício na vida de funcionários de carreira e de burocratas de ocasião. O suborno sempre fere a ética e atinge a justiça. Fere a ética porque manipula pessoas, normalmente, em situações de fragilidade e necessidade e, assim, as induz ao mal. O suborno fere a justiça porque sempre causa um prejuízo social. O suborno fere a justiça porque sempre causa um prejuízo social. A população brasileira conhece muito bem esse problema, através de denúncias da midia, de relatórios de orgãos públicos de fiscalização e controle e de instituições da sociedade civil. 


Dom Genival Saraiva
Bispo de Palmares - PE

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

São Luís - Rei de França (Padroeiro da Cidade de São Luís - MA)


São Luís nasceu no castelo de Poissy, a 30 quilómetros de Paris, a 25 de Abril de 1214 ou 1215, dia de procissões solenes do dia de São Marcos. A sua infância terá sido influenciada pela figura do seu pai que, unindo o zelo pela religião à bravura marcial que lhe valeu o cognome de o Leão, subjugou os cátaros do sul da França. 

Particularmente zelosos da sua educação, os pais de Luís IX deram-lhe bons preceptores: Mateus II de Montmorency, Guilherme des Barres, conde de Rochefort, e Clemente de Metz, marechal da França, inspiraram-lhe os sentimentos de um rei cristianíssimo e filho da Igreja.
Com a morte do seu pai em 8 de Novembro de 1226, Luís IX subiu ao trono aos 12 anos de idade. Foi sagrado na catedral de Reims por Jacques de Bazoches, bispo de Soissons, em 30 de Novembro do mesmo ano.

Por testamento de Luís VIII, a mãe do jovem monarca assumiu a regência de França com o título de «baillistre», guardião da tutela do rei. De personalidade forte, Branca de Castela encarnava a glória de ser filha, sobrinha, esposa, irmã e tia de reis.
Durante a menoridade de Luís IX, a rainha mãe enfrentou as ambições da Inglaterra e as pressões da nobreza do reino, que desejavam valer-se da pouca idade do soberano para retomar os direitos perdidos para os monarcas do último século.


Delicado, louro e de olhos azuis, Luís atingiu a maioridade a 25 de Abril de 1234 mas continuou a manter a mãe numa posição de confiança e poder. Esta organizou o seu casamento, realizado no dia 27 de Maio de 1234, na catedral de Sens, pouco depois de o rei completar 20 anos. A esposa escolhida foi Margarida da Provença, a filha mais velha de Beatriz de Sabóia e do conde Raimundo Berengário IV da Provença e de Forcalquier, e irmã de Leonor, esposa de Henrique III da Inglaterra.

Este reinado foi um período de paz e prosperidade para a França, mas também de excepcionais zelo religioso e intolerância, com a intenção de conduzir o povo francês à salvação da alma. São Luís não negligenciava o cuidado dos pobres, proibiu o jogo e a prostituição e punia a blasfémia. As punições estipuladas eram tão rigorosas que o papa Clemente IV julgou ser necessário atenuá-las.

Outro dos traços em que a religiosidade deste monarca se manifestou foi na aquisição da coroa de espinhos e de um fragmento da cruz da crucificação de Jesus Cristo, em 1239-1241, a Balduíno II, imperador de Constantinopla, por 135.000 libras. Para estas relíquias mandou edificar a capela gótica de Sainte-Chapelle no coração de Paris, que curiosamente só custou 60.000 libras para construir. Sob este reinado foram também construídas as catedrais de Amiens, Rouen, Beauvais, Auxerre e Saint-Germain-en-Laye.

O monarca francês era zeloso da sua missão de «lugar-tenente de Deus na Terra», da qual fora investido na sua coroação em Reims. De forma a cumprir este dever organizaria duas cruzadas e, apesar de ambas terem fracassado, contribuiram para o seu prestígio. Os seus contemporâneos não teriam compreendido se um rei tão poderoso e piedoso não fosse libertar a Terra Santa.

Em 1244 Luís IX caiu gravemente enfermo de disenteria, a ponto de alguns terem como certa sua morte. Foram organizadas vigílias, procissões e outros actos religiosos pela sua convalescença, e o próprio monarca fez então um voto: caso sobrevivesse, partiria em cruzada para libertar o Santo Sepulcro.

Quando recuperou a saúde, em 1248, apesar das oposições da Corte, cumpriu o que havia prometido. Preparou um grande exército e, por várias vezes, comandou as cruzadas para a Terra Santa. Mas em nenhuma delas teve êxito. Primeiro, foi preso pelos muçulmanos, que o mantiveram no cativeiro durante seis anos. Depois, numa outra investida, quando se aproximava de Tunis, foi acometido pela peste e ali morreu, no dia 25 de agosto de 1270.
Os cruzados voltaram para a França trazendo o corpo do rei Luís IX, que já tinha fama e odor de santidade. O seu corpo repousa na Abadia de Saint-Denis.

O culto deste santo foi juridicamente examinado e aprovado pelo papa Bonifácio VIII, que o canonizou em 1297 com o nome de São Luís da França. São Luís é considerado o modelo do monarca cristão. 

Franciscano Secular, de vida e coração, soube ensinar às gerações vindouras a arte de bem governar ao serviço do Povo. São do seu testamento espiritual - indelével legado ao seu filho - as seguintes ilustradas palavras:

«Guarda, meu filho, um coração compassivo para com os pobres, infelizes e aflitos e, quanto puderes, auxilia-os e consola-os. Por todos os benefícios que te foram dados por Deus, rende-lhe graças para te tornares digno de receber maiores. Em relação a teus súbditos, sê justo até o extremo da justiça, sem te desviares; e põe-te sempre de preferência  da parte do pobre mais do que do rico, até estares bem certo da verdade. Procura com empenho que todos os teus súbditos sejam protegidos pela justiça e pela paz».

Muito do que actualmente se sabe sobre a vida de São Luís foi o que ficou registrado por Jean de Joinville, o seu principal biógrafo com a obra «A Vida de São Luís». Jean de Joinville era amigo, confidente e conselheiro do rei, e também foi uma das principais testemunhas no processo de canonização em 1297 pelo papa Bonifácio VIII. Duas outras biografias importantes foram escritas pelo confessor do rei, Godofredo de Beaulieu, e pelo seu capelão, Guilherme de Chartres, Grão-Mestre da Ordem dos Templários. A quarta notável fonte de informação é a biografia de Guilherme de Saint-Pathus, escrita usando o inquérito papal sobre a vida do rei para a sua canonização.
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Fonte: http://www.ofs.pt/s_luis.html
OBS: O texto está escrito conforme a gramática da língua portuguesa de Portugal.

Teólogo Protestante deseja que o Papa lidere os Cristãos

O teólogo protestante Reinhard Frieling defende que o papa Bento XVI seja nomeado líder honorário de todos os cristãos. A proposta surge poucas semanas antes da visita do líder católico a Alemanha.

A informação é da Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC), 23-08-2011.

"O sonho da comunhão de todos os cristãos pode se tornar realidade se os protestantes oferecerem ao papa o papel de chefe honorário da cristandade", disse o ex-líder do Institute Kundlichen, de Bensheim. Para o professor emérito da Universidade de Marburg, o papa poderia “falar em nome da cristandade em situações extraordinárias”. Ele argumentou que uma liderança comum daria crédito ao cristianismo como mensagem.
Se a proposta se viabilizar, o aniversário da Reforma em 2017, com seus 500 anos, poderá ser a ocasião certa para concretizar a visão, baseada em sua opinião do papa já ser "porta-voz para todos os cristãos." O teólogo protestante sugere que as igrejas da Reforma abandonem sua "auto-suficiência" e assumam as "corajosas consequências ecumênicas".
Essa proposta lembra a que foi feita pelo bispo Johannes Friedrich, da Igreja Luterana da Baviera, há dez anos. Friedrich argumentava que o papa poderia ser aceito como porta-voz do cristianismo mundial como serviço ecumênico de unidade..

A visita do papa a Alemanha está prevista para os dias 22 a 25 de setembro, e inclui as cidades de Freiburg Berlim, com um discurso diante do Bundestag (Parlamento) alemão, e uma reunião com representantes da Igreja Evangélica na Alemanha (EKD) no mosteiro agostiniano em Erfurt.
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terça-feira, 23 de agosto de 2011

Os Amigos de Jó


Seu melhor amigo perdeu um filho tragicamente: o que dizer a ele? O vizinho do prédio está numa depressão terrível: como animá-lo? A colega de trabalho está sofrendo com a prolongada doença do pai: com que palavras consolá-la?

A vida coloca você diante de situações para as quais escola alguma o preparou. E o grave é que uma palavra precisa ser dita, um gesto deve ser feito e uma decisão, tomada. Mas quais? Você sabe muito bem que, em horas assim, a boa vontade não é suficiente. Não lhe faltam recordações de palavras que, longe de terem se revelado rico consolo para o outro, deixaram você em situação constrangedora.

Nesse campo, temos muito que aprender de Jó, cuja vida e agruras foram retratadas no livro bíblico que leva o seu nome. Sua figura comove: “Homem íntegro e reto, temia a Deus e se afastava do mal” (Jó 1,1); rico e famoso, despertou suspeitas em alguns contemporâneos e, também, em Satanás: para eles, não havia mistério algum em suas virtudes. Afinal, como tudo corria bem na vida de Jó, era fácil compreender que fosse correto. Mas, e se sua situação mudasse? E se os bens que tinha fossem atingidos? Será que, mesmo assim, ele ainda permaneceria fiel a Deus?


Deus permitiu, então, que Jó fosse provado. Foi o suficiente para enfrentar, em pouco tempo, as mais diversas provações. Empobrecido, ferido e humilhado, Jó chegou a ser ridicularizado até pela própria esposa. Foi então que três amigos seus, de lugares diferentes, ouvindo falar de suas doenças, vieram visitá-lo, a fim de “compartilhar de sua dor e consolá-lo” (2,11). Encontraram-no, contudo, tão desfigurado que, a princípio, nem o reconheceram. Aproximando-se dele, sentaram-se ao seu lado durante sete dias e sete noites, sem lhes dizer uma palavra sequer, “vendo como era atroz seu sofrimento” (2,13).

O drama de Jó é digno de ser meditado por nós. Fixo-me, contudo, no sábio gesto de seus amigos, que anteciparam o que o apóstolo Paulo escreveria cinco séculos mais tarde, como expressão máxima de comunhão: “Alegrai-vos com os que se alegram. Chorai com os que choram” (Rm 12,15). Recordando a atitude dos amigos de Jó, poderíamos completar: sofrei em silêncio com os que sofrem.

Em determinadas situações, mais do que consolar com palavras o irmão que sofre, importa ser uma presença amiga a seu lado, mesmo que tal irmão pareça fechado em sua dor. Quando alguém está envolvido por um grande sofrimento, temos a impressão de que não conseguimos atingi-lo. Engano nosso. Uma presença discreta e silenciosa, marcada pelo desejo de comunhão, é, ao mesmo tempo, consolo e força, bálsamo e luz. Pode ser que num primeiro momento nossa presença nem seja percebida; aos poucos, contudo, faz nascer na pessoa que sofre a certeza de que não está só. É possível que, mesmo assim, ela não entenda o sofrimento que está enfrentando, mas certamente conseguirá superá-lo com mais rapidez e aproveitará melhor as lições daqueles momentos.

Portanto, quando você perceber que não tem palavras para consolar o amigo que sofre; quando a vida reservar provas duríssimas para aqueles que lhe são caros; quando se encontrar diante de alguém que parece perdido em meio à densa escuridão, não se preocupe em lhe falar. Evite, mesmo, repetir aquelas frases que estão tão marcadas pela formalidade que podem até ser um insulto à dor do irmão. Em momentos assim, a grande mensagem será a sua presença.

Se seu amigo não tiver fé, esse gesto de comunhão será para ele uma rica experiência de solidariedade e amor. Se tiver fé, mais facilmente poderá se lembrar daquele que, um dia, tendo assumido sobre si o pecado do mundo, bebeu o cálice da dor até o fim: abandonado pelos amigos, sentiu-se abandonado até pelo próprio Pai. Não percebeu sua presença, mas nela acreditou, a ponto de, confiante, ter-se jogado em seus braços: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23,46). Sua ressurreição, três dias após sua morte, foi a prova concreta de que o Pai não o havia abandonado, como não abandona aqueles que, hoje, continuam acreditando em sua presença e confiando em seu amor.

Dom Murilo S.R. Krieger, scj

Arcebispo de São Salvador da Bahia e Primaz do Brasil - BA


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Nossa Senhora Rainha



 
Naturalmente, não podemos colocar em pé de igualdade o título de Maria e o de Cristo. O título dado a Maria não é de origem bíblica e não é aplicado a ela sob o mesmo aspecto com que é aplicado ao Filho, cuja figura e obra muito cedo se apresentaram aos discípulos como legitimamente catalogáveis sob o título honorífico de Rei [1].

Não é possível afirmar nenhuma concorrência entre a posição de Cristo e a de sua mãe. Isso leva a formular expressões e a estabelecer relações que hoje podem parecer exageradas, como quando afirmam a respeito de Maria: “Ao lado do Rei e do Filho, reinas como Rainha para sempre”.

Maria pode ser chamada Rainha porque, enquanto mãe e serva do Senhor mostrou-se digna de sua sublimidade. Por isso, o título de Rainha é somente a transposição da maternidade de Maria para o plano elevado, do sublime, do grandioso, que suscita no homem temor e assombro diante desta maternidade.

Ave, Rainha dos Céus,
Ave, Rainha dos Anjos;
Salve Porta; Salve Raiz da Salvação;
Traze ao mundo a Luz.
Alegra-te, Virgem Gloriosa,
Bela entre todas as mulheres.
Salve, ó toda santa,
Pede a Cristo, Senhor, por nós.

Quando imploramos à Rainha do Céu para que interceda por nós, ela, com o dom da graça que lhe foi concedido, torna-se para nós a serva humilde a quem o Todo-Poderoso dirige o olhar[2].


[1] Natanael respondeu, e disse-lhe: Rabi, tu és o Filho de Deus; tu és o Rei de Israel” (Jo 1,49).

[2] Porque atentou na baixeza de sua serva; Pois eis que desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada, porque me fez grandes coisas o Poderoso; E santo é seu nome. E a sua misericórdia é de geração em geração Sobre os que o temem. Com o seu braço agiu valorosamente; Dissipou os soberbos no pensamento de seus corações” (Lc 1,48-51).
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Fonte: Livro - O Culto a Maria Hoje, Edições Paulinas (exceto as citações bíblicas).

domingo, 21 de agosto de 2011

Jornada Mundial da Juventude (JMJ): DE MADRID PARA O RIO DE JANEIRO


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MADRI - Eram 11:39h (6:39h de Brasília) quando o papa Bento XVI, finalmente, anunciou o que todos os brasileiros esperavam: o Rio de Janeiro será sede da próxima Jornada Mundial da Juventude, em 2013. Assim que o papa fez o anúncio, os brasileiros, agitaram suas bandeiras e gritaram o nome “Brasil, Brasil”, que ecoou em meio aos quase dois milhões de pessoas que se reuniram para a missa de encerramento da 26ª JMJ no aeródromo Quatro Ventos, em Madri.
Um grupo de jovens brasileiros recebeu dos madrilenhos a Cruz e o ícone da Jornada, que percorrerão as dioceses de todo o Brasil. A chegada dos símbolos será em São Paulo, no próximo dia 18 de setembro.

Bento XVI chegou a Quatro Ventos ás 8:45h (hora local) e percorreu todo o aeródromo de papamóvel, sendo saudado pela multidão, que não se cansava de gritar seu nome e dizer: “Esta é a juventude do papa”. Cansado, mas feliz, o papa saudava a multidão que passou a noite no local em vigília, iniciada ontem pelo papa. A missa começou por volta das 9:30h.

Em sua homilia, o papa disse aos jovens que “não se pode seguir a Jesus sozinho”. “Quem cede à tentação de ir por sua conta ou de viver a fé segundo a mentalidade individualista, que predomina na sociedade, corre o risco de não de não encontrar nunca a Jesus Cristo, ou de seguir uma imagem falsa dele”, afirmou Bento XVI.



O papa pediu aos jovens que amem a Igreja e os incentivou a participarem nas paróquias, comunidades e movimentos e a participarem da missa aos domingos e se confessarem regularmente, além de uma assídua vida de oração. Ele lembrou que a Igreja não é uma "simples instituição humana, como outra qualquer, mas está "estreitamente unida a Deus".

Bento XVI pediu, ainda, que os jovens deem testemunho de sua fé no mundo. “O mundo necessita do testemunho de vossa fé, necessita certamente de Deus”. Ele os exortou a serem discípulos missionários de Jesus Cristo em outros países “onde há multidão de jovens que aspiram a coisas maiores”.

JMJ-encerramento1

O papa foi saudado, no final da missa, pelo presidente do Pontifício Conselho para os Leigos que repetiu o lema que mais se ouviu pelas ruas de Madri nesta Jornada: “Esta é a juventude do papa”, ao que os jovens responderam com longo aplauso.

Bento XVI fez também benzeu o crucifixo, que todos receberam em suas mochilas no início da Jornada. Ele entregou o crucifixo a cinco jovens e fez o envio de todos. Ao se despedir, reforçou o pedido para que os jovens sejam missionários. "Convido-vos a dar um testemuno destemido de vida cristã diante dos outros. Assim sereis fermento de novos cristãos e fareis com que a Igreja se levante robusta no coraçao de muitos", destacou.

Antes do embarque para Roma hoje, o papa tem breve encontro com os voluntários que trabalharam na jornada às 17:30h (hora local).  O embarque para a Itália está previsto para as 18:30h.


Fonte: http://www.cnbb.org.br/site/comissoes-episcopais/juventude/7394-jmj-de-madri-para-o-rio-de-janeiro

sábado, 20 de agosto de 2011

A Assunção de Maria aos Céus


Século VI na Igreja Bizantina, em grego: “Koimesis tes Theodokou” (Dormição da Mãe de Deus). Século VII na Igreja Romana (dormtio, pausatio, natalis). 

O dogma da Assunção de Maria, festejado no dia 15 de agosto,  tem nomes diferentes, como Nossa Senhora Boa Viagem, Nossa Senhora da Glória ou da Abadia, Nossa Senhora da Luz. Para muitos católicos esse dogma nem traz problemas, nem soluções.

A Bíblia não fala nada a respeito do final da vida de Maria. São João mostra que ela na cruz foi adotada pela comunidade como mãe[1]. Lucas nos diz que ela estava junto com o grupo que se preparava para a vinda do Espírito Santo, em Pentecostes[2].

Maria está a serviço da comunidade cristã como mãe. Mas a Bíblia não conta os detalhes sobre a morte, idade e onde viveu seus últimos dias aqui na terra.

Nos primeiros séculos, os primeiros cristãos tinham muito cuidado em guardar os restos mortais dos santos, especialmente dos apóstolos e mártires. Não há, no entanto, nenhuma notícia sobre o corpo de Maria. No século IV na Igreja Oriental já se encontram notícias da festa devocional da “Dormição de Nossa Senhora” e do túmulo vazio, em uma capela em Jerusalém, em uma capela em Jerusalém. E no século VIII começa-se a criar uma história a dizer que Maria teria sido levada ao céu sem morrer. Está contada em alguns apócrifos, textos que a Igreja não reconhece como inspirados por Deus. Depois do dogma da Imaculada Conceição, houve outro movimento forte, para que a assunção de Maria se transformasse em dogma. Isso aconteceu em 1950, com o Papa Pio XII (mas a bula papal não entra em detalhes se Maria morreu ou não).


Nós cremos que a vida que Deus nos deu e nós cultivamos, não termina com a morte. Deus dá a todos a possibilidade de ressuscitar, de entrar na vida eterna.

No fim dos tempos Jesus vai voltar com glória e poder. Será a parusia. Haverá também a ressurreição final dos mortos, ou seja, cada um vai receber um corpo transformado, de acordo com a sua situação após a morte. A alma volta a se unir ao corpo. Não este corpo de carne e osso, que morre e estraga, mas um corpo glorificado. Maria, diferente de nós, não precisou esperar o fim dos tempos para receber um corpo glorificado. Hoje há outras maneiras de compreender a ressurreição dos mortos. O importante é crer que Maria já está glorificada junto de Deus, toda inteira. 

Não podemos entender ao pé da letra a assunção, como se Maria subisse ao Céu com o corpo que ela possuía aqui na terra com ossos, pele, carne e sangue. O corpo de Jesus ressuscitado e de Maria assunta não é como o de Lázaro[3] ou do filho da viúva de Naim[4]. Essas pessoas mais cedo ou mais tarde, voltaram a morrer, e seus corpos se estragaram. O corpo de Maria, ao contrário, foi transformado e assumido por Deus.

São Paulo nos diz que Jesus é o primeiro ressuscitado (cf. Cl 1,18; 1Cor 15,20-22) e que nós o seguiremos.

Cremos que Maria está junto de Jesus glorificada por inteiro. Deus assumiu e transformou toda sua história, suas ações e seu corpo. E como ela está na glória de Deus e dos santos, continua perto de nós, acompanhando-nos como mãe amorosa da fé.

A Assunção de Maria é a festa do seu destino de plenitude e bem-aventurança, da glorificação de sua alma imaculada e de seu corpo virginal, de sua perfeita configuração com Cristo Ressuscitado.

O Amor pode Terminar?


Quanto tempo pode durar o casamento? Ou ainda, quando é que ele começa a desmoronar? Até há pouco, pensava-se que as primeiras crises chegassem depois de sete anos de “feliz” convivência. Em seguida, o tempo se abreviou, e o prazo de sua validade foi reduzido para cinco anos. Ultimamente, um levantamento feito pela Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, com aproximadamente 10.000 casais, descobriu que o amor não sobrevive mais de três anos – dado que coincide com outro estudo feito no Reino Unido, entre 2.000 casais.

«Paixão eterna só existe na ficção», afirma o psicólogo Bernardo Jablonksi, autor do livro: "Até que a vida nos separe: a crise do casamento contemporâneo”. Contudo, as diversas separações que ele atravessou podem provir do fato de ter identificado o amor com a emoção: «Na paixão, você sofre, deixa de se alimentar, não consegue dormir. Não poder durar!».

Dessa confusão não escapa outro psicólogo de renome, Aílton Amélio. Fundamentado no princípio de que tudo na vida precisa ser alimentado para não morrer, ele conclui: «O amor pode terminar, porque precisa ser nutrido por fatos. É como andar de motocicleta: se parar, cai».

Apesar da dificuldade de distinguir as coisas, o cineasta Roberto Moreira consegue descortinar uma luz no fundo do túnel: «O amor pode ser eterno, mas a probabilidade é pequena. Relacionamento que dure mais de dez anos é um sucesso». Referindo-se ao seu filme “Quanto dura o amor?”, lançado em 2009, Moreira apresenta a solução do enigma: «Talvez o melhor título fosse “Quanto dura a paixão?”, porque o amor só existe quando o parceiro deixa de ser uma projeção nossa».

Como já se tornou lugar-comum afirmar, amor é a palavra mais inflacionada do planeta. Diz tudo e não diz nada! Pode ocultar um egoísmo tão atroz que seu fruto é o desespero e a morte.

Dom Redovino Rizzardo, cs
Bispo de Dourados - MS

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Bento XVI aos jovens: "A Igreja precisa de vós".


 MADRI - O papa Bento XVI às 19:30h (horário local), na Praça Cibeles, em Madri. O papa deixou a residência da Nunciatura Apostólica, onde está hospedado, às 19:15h de papamóvel até à Porta de Alcalá, um dos monumentos mais importantes de Madri .  Aí desceu, recebeu as chaves da cidade das mãos do Alcade de Madri, Alberto Ruiz-Gallardón.
Durante todo o trajeto, o papa pode sentir a animação e euforia dos jovens,que gritavam seu nome e agitavam suas bandeiras numa demonstração enorme de carinho pelo sucessor de Pedro. Nem mesmo o sol de quase 40º tirou o ânimo da juventude que, desde cedo, tomou as ruas da cidade e lotou as estaçoes de metrô com uma vibração de assustar a quem não sabia o que estava acontecendo. Tudo para ficar o mais perto possível do papa.
Bento XVI entrou na cidade passando pela Porta de Alcalá e JMJ-PapaAlcal1foi cumprimentado por 50 jovens, dez de cada continente. Dos jovens recebeu ramos de oliva e terra e fez o plantio simbólico da árvore como lembrança de sua visita a Madri. Em seguida, assistiu a uma exibição com cavalos de raça espanhola, recebendo as boas-vindas de seis cavaleiros.
No palco montado na Praça Cibeles, a arcebispo de Madri, cardeal Antônio María Rouco saúdo Bento VI, e agradeceu sua visita a Madri. “[Os jovens] aqui estão, querido Santo Padre, para viver este encontro com o Papa como filhos e irmãos da mesma Igreja, o novo povo de Deus que não conhece fronteiras!”, disse o cardeal. “Estes jovens conhecem o sentido mais provundo de suas vidas, porque não lhes falta Cristo”, acrescentou.

JMJ-PapaCibeles2Saudação dos jovens

Bento XVI foi acolhido, ainda, por cinco jovens, um de cada continente, que lhe entregaram presentes. O papa fez uma breve saudação aos jovens lembrando que a presença e participação deles nas celebrações durante a JMJ “ressoará por todos os cantos desta ilustre cidade”. "Rezemos para que sua mensagem [de Cristo] de esperança e de amor tenha eco também no coração daqueles que não crêem ou se afastaram da Igreja".
O papa saudou os jovens presentes na praça em cinco línguas. Aos de língua portuguesa convidou a “subir até a fonte eterna da vossa juventude e conhecer o protagonista desta Jornada Mundial e, espero, de vossa vida: Cristo Senhor”. Ele exortou os jovens a edificarem suas vidas na Palavra de Cristo. “A Igreja precisa de vós e vós precisais da Igreja”, afirmou.

Protagonistas na busca da verdade

JMJ-PapaCibeles4No seu discurso, após a leitura do evangelho de São Mateus, o papa alertou os jovens para não sucumbirem à tentação de decidirem por si mesmos o que é verdade ou não.
“Há muitos que, julgando-se deuses, pensam que não têm necessidade de outras raízes nem de outros alicerces para além de si mesmos. Desejariam decidir, por si sós, o que é verdade ou não; o que é bom ou mau, justo ou injusto; decidir quem é digno de viver ou poder ser sacrificado nas aras de outras preferências”, disse.
“Estas tentações estão sempre à espreita.  É importante não sucumbir a elas, porque, na realizade, conduzem a algo tão fútil como uma existência sem horizontes, uma liberdade sem Deus”, acrescentou.
O papa recordou que a pessoa humana foi criada livre, “à imagem e semelhança de Deus”, para ser “protagonista da busca da verdade e do bem”. “Deus quer um interlocutor responsável, alguém que possa dialogar com Ele e amá-lo”, acentuou.
Bento XVI também incentivou os jovens a abrirem o coração para a palavra de Cristo. “Há palavras que servem apenas para entreter e passam como o vento; outras instruem sob alguns aspectos a mente; as palavras de Jesus, ao invés, têm de chegar ao coração, radicar-se nele e modelar a vida inteira. Sem isso, ficam estéreis e tornam-se efêmeras; não nos aproximam d´Ele”, disse o papa.
Leia, na íntegra, a saudação inicial e o discurso do papa aos jovens na Praça Cibeles.

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Agenda
 
Amanhã, 19, Bento XVI cumpre uma extensa agenda a partir das 7:30h (horário local). Confira abaixo.
7:30h - Missa privada na Capela da Nunciatura Apostólica de Madri.
10:00h - Visita a Suas Majestades os Reis de Espanha no Palácio da Zarzuela de Madri.
11:30h - Encontro com religiosas jovens no Pátio dos Reis de El Escorial. 12:00h - Encontro com professores universitários jovens na Basílica de São Lourenço de El Escorial.
13:45 - Almoço com dez jovens dos cinco continentes, no salão dos embaixadores na Nunciatura Apostólica de Madri.
17:30h - Encontro oficial com o presidente do governo na Nunciatura Apostólica de Madri. 
19:30h – Via-Sacra com os jovens na Praça Cibeles. Discurso do Santo Padre Papa aos jovens: “Que a chama do amor de Cristo nunca se apague de vossos corações".


Fonte: http://www.cnbb.org.br/site/comissoes-episcopais/juventude/7360-bento-xvi-aos-jovens-qa-igreja-precisa-de-vosq

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

"Católico não praticante"


“Sou católico, mas não sou praticante!” Eis a forma suave, descarada, preguiçosa e, sobretudo, enganadora de afirmação cristã. Ser cristão assim não custa nada. E não adianta nada. Não tem a cruz que o Mestre disse que tínhamos que carregar. E não tem mérito. Mostra, sim, muita saliência. Esta maneira de ser cristão não tem graça nem jeito. Lembra-me café que não tem cafeína, leite que não tem gordura, cigarro que não tem nicotina, pinga que não tem álcool, refeição que não tem comida, carro que não tem motor, acúcar sem sacarose, partida de futebol sem bola... 

Esta afirmação também não tem possibilidade de existir. Este tipo de fiéis quer ser, mas não é. Faz de conta, mas só conta fazer. Nunca faz. É como cometas religiosos; emitem algum brilho, mas não é próprio. Têm o mínimo de crença e o máximo de afirmação. Pensam ter fé, mas não têm a fé que pensam. Ser católico não praticante fica bem e exige pouco. Pretende dizer muito, mas não diz o que pretende. É uma afirmação que pertence à cultura do vazio, do oco, do fácil, do descartável, da mentira... hoje tão freqüente na nossa sociedade. 

É autoafirmar-se sem nada dizer de válido. É autodesculpar-se sem a ninguém convencer. Para muitos, o que exige algum sacrifício é pesado demais, socialmente incorreto, pessoalmente opressor e alienante. Pelo contrário, procurar o prazer é preocupação constante, exaltação máxima do egoísmo pessoal, pretenciosa realização quotidiana. Ser católico não praticante é deixar-se levar pela enxurrada do desinteresse de muitos que, por aí, andam. É ir na onda dos que nada querem fazer e tudo dizem ser. É como ser bombeiro não praticante, médico não praticante, amigo não praticante, pai e mãe não praticante e trabalhador não praticante. Ser católico não praticante é negar a Deus e aos irmãos o que lhes é devido. É viver à deriva. O saboroso “faz de conta”!. É deixar tudo ao deus dará. É invenção enganosa. Pura e falsa pretensão. 


Fonte: http://www.paroquiadechapadinha.com/2011/02/artigo-catolico-nao-praticante.html